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OS ASSASSINOS POLITICAMENTE CORRECTOS

15-01-2021 - Pedro Pereira

O continuo avanço do “politicamente correcto” nos tempos que correm é um exemplo da astúcia da engenharia social, que faz parte da construção de uma nova ordem mundial.

Trata-se da intolerância travestida de tolerância, que se encontra amplamente incrustada em quase todas as sociedades a nível global.

Desta forma, a correcção política é assumida como o controlo da linguagem e o controle de linguagem é o controlo do pensamento.

Já George Orwell expôs em moldes claros e precisos na sua obra “1984”, que o “politicamente correcto” é a “Novilíngua”, a qual pode cercear a capacidade de nos expressarmos e de pensarmos, limitando o número e as palavras disponíveis no nosso vocabulário, como base no inexistente “direito” de não ofender ninguém.

Não obstante, a realidade é mais estranha do que a ficção, tanto mais que o “politicamente correcto” enquadra o que os indivíduos podem ou não podem dizer e/ou escrever, como base na falácia da ofensa que uma dada palavra ou frase pode conter.

Esta problemática encontra-se actualmente de tal ordem enraizada nas sociedades, que é justamente questionável saber em primeiro lugar, quem são os comissários políticos, funcionários ou autoridades ao serviço de quem, que se arrogam conceder-se o poder de decidir o que é considerado ou não ofensivo de se dizer?

Por outro lado, desde quando é que o “sentir-se ofendido”, se tornou uma questão de tal monta importante que justifique legalmente a restrição da liberdade de expressão dos indivíduos?

A liberdade de expressão encontra-se consagrada no legítimo direito humano, consignada em imensos corpos de leis, incluindo constituições nacionais dos mais variados países, enquanto o “direito de não se sentir ofendido” é imaginário e inexistente.

Por último, e talvez o mais importante aspecto desta questão: da mesma forma que a beleza se encontra no olhar de quem vê, segundo a sua interpretação pessoal, o mesmo ocorre com aquele que se “sente ofendido” no contexto do seu mundo interior e exterior.

Em função do estado emocional, da formação pessoal, educacional e de controlo do seu estado de consciência, cada pessoa pode reagir às palavras de outrem como entender, porém, não pode nem deve culpar o outro pelo seu estado emocional, dado que isso é revelador da falta de controlo do seu estado de consciência.

Culpar outra pessoa porque ela não fala como outrem entende, só demonstra uma falta de responsabilidade social, ou seja, de alguém que não tem maturidade mental e emocional para viver em sociedade.

O “politicamente correcto” tem raízes no marxismo, vigorando sobretudo nos países de regimes comunistas e socialistas, como a China e/ou a Venezuela, por exemplo.

As frases “politicamente correctas” encontram-se associadas à dogmática da doutrina estalinista. Remonta à Escola de Frankfurt (Instituto de Pesquisa Social), na Alemanha, criada em 1923.

A escola de Frankfurt era um think-tank para a engenharia social, que tinha como objectivo espalhar o coletivismo (ou os desdobramentos do socialismo, marxismo e comunismo) em todo o mundo.

Muito embora o Instituto de Pesquisa Social tenha nascido com o apoio do Comintern (CommunismInternational), nas três décadas seguintes o seu financiamento proveio de várias universidades alemãs e americanas, nomeadamente a Fundação Rockefeller, o Columbia BroadcastingSystem, o Comité Judaico Americano, vários serviços de inteligência americanos, o Escritório do Alto Comissariado dos EUA para a Alemanha, uma Organização Internacional do Trabalho e o Hacker Institute, uma clínica psiquiátrica para ricos em Beverly Hills.

Aqui, reconhecem-se os Rockefellers como financiadores da Escola de Frankfurt, do mesmo modo que é bem conhecido que os Rothschilds financiaram a ascensão do marxismo.

Essas duas famílias-chaves da Nova Ordem Mundial estão, portanto, associadas à ascensão no marxismo, da Escola de Frankfurt e do “politicamente correcto”. Pesquisas actuais indicam que o “politicamente correcto” faz parte de um movimento mais amplo do marxismo cultural, que é a base do famigerado movimento da “ideologia de género”, que não é mais do que a subversão da cultura de um país, numa versão política mais directa do marxismo.

Tudo isso tem sido implementado com o objectivo de tornar o Ocidente coletivista e de o alinhar com a Nova Ordem Mundial.

Quaisquer que sejam consideradas como boas as intenções que o “politicamente correcto” possa ter, ao tentar impedir a homofobia, o racismo, o sexismo e a discriminação de qualquer tipo, neste momento este conceito já ultrapassou o limiar do absurdo.

A “polícia” do PC tem como objectivo, por exemplo, eliminar entre muitas outras as seguintes palavras:

- homem, mulher, pai, mãe também, trabalhador, terceiro mundo, louco, demente, retardado, gay, tirania, trapaceiro, estrangeiro ilegal, bicha, gueto, negro, e por aí fora.

Não são apenas palavras ou frases específicas que os indigentes mentais do PC desejam obliterar. Em várias universidades, esse bando está a proibir formas de comportamento.

Chegados aqui, recordemos um pequeno trecho da já referida obra “1984”, de Orwell, que dados os tempos que estamos a viver, aconselhamos vivamente o leitor a ler e/ou reler:

“Não aprecias a Novilíngua, Winston”, disse ele quase com tristeza (…) Dentro do teu coração, preferes ficar com a Oldspeak, com toda a sua imprecisão e nuances inúteis de significado. Não compreendes a beleza da destruição das palavras. Não sabias que a Novilíngua é a única língua do mundo cujo vocabulário fica menor de ano para ano? (…) Não vês que todo o objetivo da Novilíngua é estreitar o campo de pensamento? No final, faremos o crime do pensamento literalmente impossível, porque não haverá palavras para expressá-lo (…)”.

Todas as palavras são potencialmente ofensivas. Cada palavra pode potencialmente ser associada a algo de mau. Cada palavra pode ficar sob o escrutínio da “polícia” do PC. Calúnias, insultos e linguagem depreciativa sempre existiram, desde que os humanos começaram a falar. Não se pode simplesmente aniquilá-los. Até mesmo os conceitos de “microagressão” e “discurso de ódio” são noções falhadas, tentando fazer com que “ter seus sentimentos magoados” ou “ser ofendido” moral ou legalmente equivale a assédio. Não há equivalência possível!

Foda-se o “politicamente correcto”! Desde já encorajo qualquer indivíduo que tenha interesse numa humanidade livre, com completa liberdade de expressão e total liberdade de pensamento, a resistir ao “politicamente correto” com cada fibra do seu ser.

Não precisamos da “polícia” da expressão falada para nos dizer o que podemos ou não podemos pensar e dizer.

Quando as pessoas são forçadas a permanecer em silêncio enquanto ouvem as mentiras mais óbvias, ou pior ainda, quando são forçadas a repeti-las elas mesmas, perdem de uma vez por todas o senso de probidade. Aceitar mentiras óbvias é cooperar com o mal e, de alguma forma, tornar-se o próprio mal.

Pedro Pereira

 

 

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