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PRESIDENTE POR UM DIA…

20-11-2020 - Francisco Pereira

Hoje enquanto escrevo estas linhas, sua excelência o senhor Presidente da República, recebe no Palácio de Belém, os representantes das várias forças partidárias, para oscultar as opiniões que essas inteligentes luminárias têm para dar acerca desta pandemia, estou a gozar, aquela rapaziada é uma tropa fandanga medíocre intelectualmente incapaz que mesmo munidos de régua e esquadro não são capazes de traçar uma linha recta, dizia eu então, que sua excelência o senhor Presidente da República, quis ouvir os partidos políticos sobre a continuação do estado de emergência a propósito desta questão do malvado vírus Covid.

Dei comigo a pensar que fosse eu Presidente por um dia, outro galo cantaria, modificando isto tudo e promulgando legislação mais digna, vamos então ver o que eu faria se fosse Presidente por um dia.

Comigo a Presidente, nada fecharia. Tudo estaria aberto, aliás tudo passaria a estar aberto 24 horas por dia sete dias por semana, sem nunca parar, nada de álcool gel, máscaras e outras macacadas que não servem para nada, a economia iria florescer, nomeadamente o sector funerário e dos crematórios, que têm andado pela hora da morte com estas restrições, pois com tantos cuidados, as pessoas morrem pouco, logo que será dos pobres cangalheiros ou dos investimentos babilónicos feitos em crematórios, ninguém fala disso não é, pois eu enquanto Presidente, trataria desse grupo tão maltratado, afinal os gatos-pingados também têm direito à vida, para ajudar à sacrossanta economia, os horários de trabalho passariam para as 10 horas diárias.

Depois, fosse eu Presidente por um dia, a questão essencial dos tratamentos hospitalares seria completamente diferente, nada destas trapalhadas a que temos assistido, primeiro porque os potenciais doentes de Covid seriam atendidos de acordo com critérios muito mais pragmáticos e diferenciados, vou dar-vos um exemplo, imaginem, uma pessoa que testasse positivo, imaginem que essa pessoa era militante de um conhecido partido político de esquerda, que tinha ido a festarolas partidárias, congressos manifestações e assim, a essa pessoa seria de imediato disponibilizado um kit de tratamento, composto por uma biografia de Marx, uma fotografia de Estaline e um bilhete só de ida para a Coreia do Norte para onde o doente seria transportado para se curar no avançadíssimo sistema de saúde Norte Coreano, aliviando assim o nosso sistema de saúde.

Outro exemplo, imaginemos, um negacionista, desses que vemos diariamente a negar a existência do Covid, a contestar tudo e mais um par de botas ou então imaginemos alguém partidário de um desses partidelhos da direita trauliteira ou um desses muitos amante das teorias da conspiração, que testasse positivo, nada a temer, a essa pessoa seria de imediato disponibilizado um kit de tratamento, composto por uma cópia do Mein Kampf, para ler durante a viagem, uma fotografia do senhor Ventura e um bilhete só de ida para o Brasil onde o doente beneficiaria do excelente sistema de saúde brasileiro, aliviando novamente o nosso sistema de saúde.

Imaginemos agora um crente, de qualquer confissão, em especial daqueles que não se coibiram de ir em manada frequentar santuários, imaginem que esse rato de sacrista, perdão esse digno crente, testava positivo, a essa pessoa seria de imediato disponibilizado um kit de tratamento, composto por uma vela abençoada, uma fotografia igualmente abençoada de uma santa qualquer, um leque para se abanar caso tivesse falta de ar, uma caixa de aspirinas e uma tenda para fazer o isolamento no pinhal de Leiria, para onde seria enviado, aliviando dessa forma o nosso sistema de saúde.

Último exemplo, imaginemos, uma pessoa daquelas que adora andar em manada, em festarolas ou em ajuntamentos. Imaginemos que essa pessoa testava positivo, nada de mais simples, a essa pessoa seria de imediato disponibilizado um kit de tratamento, composto por um bilhete para as Caldas, um xarope homeopático para a tosse e dois rolos de papel higiénico, para poder desfrutar comodamente do isolamento na dita localidade, aliviando assim o nosso sistema de saúde.

Munidos destas poderosos ferramentas, enfrentaríamos o vírus de uma forma enérgica e decidida, aqueles que infelizmente não superassem a doença, seriam enviados para processamento nas funerárias, dinamizando desse modo vários um sector da economia, desde logo as funerárias, a floricultura, a indústria da pedra, os cemitérios e os crematórios entre outros subsectores, esta estratégia teria tudo para ser bem sucedida, e não faria como agora grande mossa ao nosso sistema de saúde que poderia continuar como até aqui, sem grandes escolhos a atender os doentes de todas as doenças, ora digam lá que se eu fosse Presidente por um dia, isto não ia lá…

Francisco Pereira

 

 

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