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OS FARSANTES

06-11-2020 - Francisco Pereira

Um dos aspectos menos maus desta coisa do Covid, foi percebermos, aqueles que ainda não tinham percebido pelo menos, que Portugal é um país de farsantes, de gentalha que nas sábias palavras da minha querida falecida avó não passam de um “rabanho de embusteiros” como ela dizia quando ouvia as vozes maviosas do politiqueiredo a zurrar impropérios difundidas pelos tubos catódicos dos ecrãs do antigamente televisivo, sábia era aquela simpática velhinha, que não sabia ler nem escrever, mas a quem o peso da idade conferia uma sabedoria intemporal.

Hoje correndo os olhos pelas redes sociais, o que não faltam são os mesmos zurros, agora ainda mais amplificados, ainda há pouco, li um “post” de um desses zurradores, a clamar contra o Covid, a clamar pela obediência aos ditames das autoridades, patetas, sanitárias, zurrava o embusteiro, que estava muito preocupado, que a instituição que representa está muito preocupada com as pessoas, que o mais importante são as pessoas, seguindo-se um chorrilho de patranhices típicas para rematar com aquelas frases edificantes com que estas criaturas gostam de adornar os seus comunicados, abaixo a caixa de comentários enchia-se de “pavões”, outro termo da minha avó, para ela alguém especialmente parvo, pateta e ou labrego era um “pavão”.

Dizia eu que na caixa dos comentários desfilava a procissão habitual de pavões labregos, vertendo encómios ao zurrador, pela sua atitude, falsa, tão nobre e pela sua preocupação, igualmente falsa, com o bem-estar das pessoas, e tão longe anda o discurso da realidade, que fico absolutamente atónito em observar que existe tanta gentinha intelectualmente indigente, que não consegue descortinar a verdade da farsa.

A realidade porém desmente estes farsantes politiqueiros que tanto gostam de zurrar para as redes sociais, a realidade é outra. A realidade é de inépcia, de incompetência, de miserabilismo intelectual, de incapacidade, de perseguição às pessoas, numa quase completa ausência de empatia com os outros, o que interessa é somente o Poder, os votos e o ganhar eleições para continuarem nos seus poleiros, galando a galinha alheia e cacarejando o mais alto que podem arrastando a asa aos labregos que os elegem.

Se quiserem um exemplo de que a realidade é muito diversa daquilo que é apregoado aos quatro ventos, dou-lhes o exemplo confidenciado por um amigo, que sendo doente do grupo de risco, teve de solicitar o teletrabalho, o que a contra gosto lhe foi muito temporariamente concedido, no entanto no sítio onde trabalha existem mais doentes de risco, que por medo ou por outro qualquer motivo não pedem essa protecção, a esses ninguém lhes vale, interessa é fingir que está tudo bem e que tudo funciona, a infeliz verdade porém é outra.

Locais há, muitos instituições públicas, onde suspeitos de estarem infectados, são os únicos a serem testados e enviados para casa, nos locais onde trabalham mais ninguém é testado, e as coisas só se sabem porque as pessoas falam umas com as outras, mas nada podem fazer porque os zurradores farsantes, presumem, porque são eles que detêm o poder, fazem de conta e até os mandam ir trabalhar, como se nada fosse, e acaso alguém tenha a infelicidade de dar o último suspiro, os zurradores farsantes serão daqueles que aparecem logo na primeira fila, dando ares compungidos de fingida tristeza, apenas para serem vistos pela legião de seguidores lambe botas, para dar entrevistas aos pasquins que controlam, onde aparecerão a verter as suas lágrimas de crocodilo, essa meus caros é a realidade.

A realidade é que mal ou menos bem, quem não tomar conta de si e ou dos seus, bem pode esperar pelas “Autoridades” essa corja de farsantes embusteiros, experimentem questionar, solicitar informações ou ajuda, verão que andam “de Heródes para Pilatos” no jogo do “chuta pra canto” das instituições nacionais, que nada resolvem. Felizmente, nem tudo é mau, vão valendo os polícias, os bombeiros, os enfermeiros, os médicos entre outros que vão fazendo o que podem, e a quem muitas vezes injuriam, como se fossem eles os culpados, como se eles fossem os únicos e maiores culpados.

Quanto aos zurradores farsantes, o que interessa é ir preparando as próximas eleições, arranjando cretinices para fingir que realmente se preocupam, que realmente se interessam, o resto é a farsa do costume, coisas de ontem, de hoje e provavelmente de sempre, que só não vê, quem não quiser ou quem for mesmo muito estúpido.

Francisco Pereira

 

 

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