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DEAMBOLAÇÕES

23-10-2020 - Henrique Pratas

Tenho participado muito pouco com textos para o Noticias de Almeirim porque tenho andado a observar o que se passa na sociedade portuguesa e algumas das atitudes, medidas e comportamentos deixam-me completamente sem vontade para nada, mas isto vai passar.

Vão desculpar Almeirinenses mas tenho que recuar ao dia 28 de agosto do corrente ano, o meu primeiro dia de férias depois de dois meses a trabalhar árdua e desalmadamente para a abertura do ano letivo de 2020/2021, esforço mais mal empregue. Não sei o que se passa em todas as escolas do ensino pré-escolar, básico ou secundário, mas uma coisa eu tenho a certeza foi enviado para as escolas muito dinheiro para fornecerem máscaras, desinfetantes, luvas e toalhitas.

Eu sei que o Instituto de Gestão Financeiro da Educação mandou milhares senão milhões de euros para as escolas para cobrirem estas despesas e os professores estão continuamente a pedir aos alunos para pedirem aos pais que comprem estes tipo de materiais e a questão coloca-se por onde andam os dinheiros que foram para as escolas?

Mas como lhes contava no meu primeiro dia de férias, dia 28 de agosto decidi no próprio dia sair de minha casa em Lisboa e dirigir-me o mais rapidamente para a aldeia dos meus avós no Arripiado, estava exausto e farto disto tudo, pensámos em jantar em Almeirim, comos ao ANGELUS, restaurante situado perto da praça de touros em Almeirim, a minha mulher gostava de lá ir e assim foi.

Como sabem melhor do que eu existem parques de estacionamento por perto, foi aí que decidi deixar ficar a viatura, estes parques como sabem não são pagos, mas existem à semelhança do que se passa em Lisboa “arrumadores” de ocasião, aqui em Lisboa ainda existem os parquímetros e temos que colocar moedas nos parquímetros e dar moedas ao “arrumadores”, porque senão corremos o risco de que quando chegamos ao carro ele se encontrar completamente vandalizado. Por aí só existem, que eu saiba os “arrumadores”, os parquímetros ainda não, quando me dirigi para um lugar que estava vaga surge do nada um dos tais “arrumadores” que com a suposta intenção de me ajudar a estacionar a viatura, indicou-me as manobras que devia serem necessárias sem necessidade para isso, mas tudo isto com a intenção de receber as benditas moedas. Como estou fora do meu habitat natural e contrariando a vontade da minha mulher lé dei 2 euros ao “arrumador”, não queria ficar a jantar e a pensar que poderia chegar à viatura com a mesma danificada. Mas quero-vos informar que por instantes me questionei se estava em Lisboa ou em Almeirim, estas coisas acontecem por vezes e como não era par melhor ainda estranhei ainda mais.

Entrámos no restaurante estavam poucas pessoas e como era hábito até aquela altura fomos bem recebidos, mal sabíamos nós o que viria a acontecer. As mesas estavam dispostas com o distanciamento emanado pela Direção-Geral de Saúde, sentámo-nos e pedimos o que pretendíamos comer de uma forma tranquila, sem atropelos e sem barulho. Eis senão quando a sala começa a encher e o proprietário ou os empregados a mando deste começaram atrazer mesas atrás de mesas, a minha mulher ainda chamou há atenção do funcionário que numa mesa não podiam estar sentadas 10 pessoas, a resposta do empregado foi ilustrativa, “eles sabem”, a minha mulher que trabalha na Saúde e que tem passado as “passas do Algarve” com esta pandemia, ainda lhe disse mas os senhores também são responsáveis, dito isto vêm mais mesas e que comecei a ficar irritado e não queria começar a chatear-me logo em inicio de férias disse para a minha mulher vamos embora se fazes o favor vais pagar que eu vou-me já embora para a rua. Eu entendo que estas casas de restauração estiveram fechadas 3 meses e que necessitam de fazer dinheiro, para poder honrar os seus compromissos, mas para mim a saúde das pessoas está em primeiro lugar e as regras são para se cumprir. Existe muito boa gente que à custa da pandemia anda a fazer grandes negociatas, todos o sabemos e conhecemos, mas para que possamos ultrapassar esta pandemia temos que respeitar as regras que são ditadas por quem tem competências para isso, mesmo que não concordemos com isso.

Observei o “reboliço” que se está a fazer com o processo de contratação pública e com os fundos comunitários que vieram da Comissão Europeia e eu sou muito estúpido ou não entendo com o que é que agora se estão a preocupar porque as situações eram e são conhecidas, No que concerne à contratação pública todos nós temos conhecimento que entidades que contratam prestação de serviços com determinados organismos, normalmente públicos, e depois como não têm capacidade para executar a obra, fazem subcontratação, o que pode ser feito o que não pode acontecer é que seja a entidade beneficiária a pagar diretamente todas as despesas da entidade subcontratada pelo facto de ela não possuir meios financeiros para fazer todos os pagamentos. A entidade subcontratada paga as despesas para as quais se responsabilizou e em data posterior apresenta-as à entidade beneficiária, com o intuito desta vir a ser reembolsada pelos Fundos Comunitários. Existe uma grande “fome” para que os Presidentes das CCDRS e Presidentes dos Municípios tenham acesso direto aos Fundos Comunitários, porque com este dinheiro podem fazer muita coisa, fora do contexto para o qual foram enviados.

Esta é uma “guerra” já antiga pelos quais os detentores do poder local se batem e as razões são bem conhecidas, que não a de melhorar as condições do nível de vida das pessoas, criar emprego, através de criação de empresas, melhorar as acessibilidades ou as condições dos níveis de vida, nas aldeias, nas vilas ou cidades. Meus caros já vamos no 5.º Quadro Comunitário, já desposemos de muitas oportunidades para fazer aquilo que agora se anuncia e qualquer pessoa coloca a questão onde foram empregues os milhões destes Quadros Comunitários, não nos podemos cingir apenas ao betão e ao alcatrão. Onde foi aplicado esse dinheiro há que prestar contas.

Não quero falar de uma personagem, porque não me merece nenhuma consideração, mas posso-vos dizer que foi primeiro-ministro e Presidente da República deste País por duas vezes em cada uma das funções, por vontade expressa dos portugueses e que lançou um livro há muito pouco tempo. Obviamente que eu não o comprei, porque como lhes escrevi anteriormente não lhe reconheço competência para tal, já me bastou ter que ser obrigado a comprar um livro sobre “Contabilidade Orçamental”, quando andava na Faculdade e que assim que o abri, fechei-o de imediato porque as “asneiras” e incorreções eram mais do que muitas, lá está em casa, não sei onde sem nunca lhe ter dado utilização.

Mas como gosto de estar informado, não tendo comprado o livro como lhes escrevi não resisti à tentação de o folhear numa livraria e eis que me deparo com a seguinte informação que irei partilhar convosco, a páginas tantas a personagem dá como exemplos de verdadeiros sociais-democratas, Duarte Lima, Presidente do Grupo Parlamentar do PSD, Oliveira e Costa, Presidente do Banco Português de Negócios (BPN) e acrescenta ainda que teria sido necessário dado continuidade ao Governo de Passos Coelho, pois só assim se caminharia para a verdadeira social-democracia. Fechei imediatamente o “livro” e coloquei-o no espaço onde estava, não fiquei surpreendido, esta personagem já não me consegue surpreender, o que me irritou foi constatar que uma editora dê cobertura e lance um livro que não tem ponta por onde se pegue e que nenhum valor acrescenta.

Termino esta minha já longa prosa com um caso que se passou comigo no passado sábado dia 10 de outubro, quando me dirigi ao Pingo Doce para comprar algo que a minha mulher me pediu, cheguei às 19h30m a fila era grande e quando me aproximei estava um segurança de uma das empresas que se estabeleceu no mercado e pede-me o número de telemóvel, resposta não tenho telemóvel, face à minha resposta pergunta-me o meu nome e como estava naqueles dias em que ninguém consegue emburrecer-me, respondi-lhe “veja lá o senhor que também não me recordo do meu nome, isto está mau”, ele não esperando a minha resposta ficando lívido e eu impávido e sereno ainda me tentou explicar por que motivo é que estavam a fazer aquela experiência, mas eu não a ouvi toda, ou quase nada, apenas me recordo de ele ter dito que era uma experiência que estavam a fazer naquele dia, ora como eu não me presto a experiências, tudo o que se estava a passar não era comigo e não sendo comigo nada tinha a ver com aquilo, fiquei na fila e quando chegou a minha vez fui atendido. Eu quando ando muito calmo e pensativo sou muito perigoso porque nesta fase não há nada para ninguém.

Ah, já lhes roubei muito tempo agora tenho que ir trocar as matrículas antigas das minha viaturas, pelas novas, uma vez que não possuo dinheiro para comprar viaturas novas, compro antes as matriculas, que sempre me saem mais barato. Com um Povo assim, que aposta todas as suas “fichas” em coisas mesquinhas como é que querem que este País vá algum lado:

Henrique Pratas

 

 

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