Edição online quinzenal
 
Quinta-feira 25 de Abril de 2024  
Notícias e Opinião do Concelho de Almeirim de Portugal e do Mundo
 

O MOVIMENTO SOBREVIVENCIALISTA

23-10-2020 - Pedro Pereira

Desconhecido da maior parte das pessoas, existe um movimento de indivíduos a nível mundial em comunicação permanente entre si, que estão activamente a preparar-se para estados de emergência, de colapso social regional e/ou global. Desconhecemos as razões que os levaram a tomar esta iniciativa e a desenvolvê-la, nem quando a iniciaram, porque aparentemente são os únicos que têm conhecimento de que está prestes a dar-se um colapso mundial por via de um ou vários conflitos bélicos em simultâneo.

Ao longo da história das sociedades humanas, particularmente a partir da Idade Média, houve sempre grupos de indivíduos organizados em movimentos catastrofistas, apocalípticos, anunciando o fim do mundo e da humanidade, com destaque para os que antecederam a passagens do primeiro e do segundo milénio do calendário cristão.

Não obstante, a verdade é que o mundo só acabou, só acaba todos os dias para os que morrem pela ordem natural da existência, seja por que motivo for, ou como diziam os antigos mais pragmáticos, porque “a morte quando vem traz sempre uma desculpa”.

Como não vivemos nesses tempos, mas nos que correm, e atentos aos grupos atrás referidos, não podemos deixar de considerar alguns aspectos do quotidiano das nossas vidas que nos trazem extremamente preocupados quanto ao futuro a curto prazo. O reordenamento geoestratégico económico e militar em curso é do conhecimento de todos quantos estejam atentos às notícias que nos chegam de todo o mundo. As tensões político/militares crescentes entre as principais potências mundiais trazem-nos intranquilos. Exemplo disso foi o noticiado no passado dia 15, quando o presidente chinês de visita a uma base militar do seu país pediu às tropas: “Ponham toda a vossa mente e energia na preparação para a guerra”

Dado o contexto da “pandemia” em curso e das mortes que está a causar, pelo seu impacto na saúde física e mental da maioria das pessoas (em linguagem militar: efeitos colaterais), razão de uma mortandade incomparavelmente superiorà que é provocada pelo vírus em si, os efeitos brutais com redução regular do abastecimento do fornecimento de alimentos às populações a nível planetário, poderão constituir uma realidade a muito breve prazo, tanto mais que (em consequência da globalização) apenas dez grandes multinacionais, detém a maior parte do mercado mundial de fornecimento de alimentos.

Imagine o leitor que as pessoas num dado dia, ao iniciarem as suas actividades, são informadas através dos meios de comunicação social que face a um conflito bélico que nessa altura teve início numa vasta região do globo, as nações têm de iniciar um imediato processo de racionamento de alimentos. O resultado inevitável face ao colapso, seria a corrida para os mercados, lojas e supermercados, com as populações a saquearem tudo, e até mesmo matando-se umas às outras por comida e bebida.

Quando os grupos do movimento global de indivíduos referidos no início deste artigo, conhecidos por “preppers”, falam em sobrevivência, adiantam que a saúde se encontra em primeiro lugar, referindo que essa é a sua primeira preocupação, pelo que estão a criar um suprimento de medicamentos e material médico para a eventualidade de ferimentos resultantes de uma guerra em larga escala por tempo indeterminado, uma vez que, numa tal eventualidade, os serviços dos hospitais podem colapsar dada a previsível e enorme afluência de feridos, tornando os cuidados de saúde de emergência numa outra catástrofe. Além disso, nem todos os agentes de saúde (médicos, enfermeiros, auxiliares…) possuem a experiência médica adequada a fim de poderem prestar atendimento de emergência consentâneo com uma variedade de doenças, lesões e ferimentos provocados por armas de guerra que poderão ser de tipo desconhecido, não convencional.

Tendo em atenção precisamente as questões de saúde e de abastecimento alimentar, os “preppers” (preparadores ou sobrevivencialistas), ao cuidarem da saúde preventiva e traçando rotas de fuga dos centros urbanos e outros aglomerados habitacionais, procuram como fundamental objectivo manter-se vivos até que os recursos se tornem de novo disponíveis.

Assim, estes grupos organizam kits de emergência dos quais constam entre outros: uma garrafa de álcool, cotonetes, ligaduras, desinfectante, pomada hemostática, compressas, adesivos, ligaduras, isqueiros, lanternas com dínamo, rádio de onda curta e outros.

As catástrofes atraem imensos assaltantes e saqueadores, entre outras criaturas desesperadas por recursos sobre os quais se querem apropriar. Mais, gente dessa, em desespero de causa, está pronta para ferir e inclusivamente matar quem os enfrente, a fim de obter o que deseja. A melhor maneira dos “preppers” prepararam-se para uma eventualidade dessas, planeando antecipadamente rotas de fuga, procurando um lugar onde se possam abrigar em segurança e cultivar legumes para seu autossustento.

Efectivamente, os contextos de catástrofes, de colapso, podem surgir rapidamente, transformando o seu bairro, a cidade ou qualquer localidade habitacional onde viva, numa zona de calamidade.

Por outro lado, o desespero durante situações de catástrofes, normalmente revelam a pior face das pessoas.

Num cenário de colapso, é difícil viver independentemente dos familiares mais chegados. Há necessidade de assumir várias responsabilidades, tais como proteger a sua área de refúgio e da sua família, preparar comida, dormir e outras tarefas fundamentais. Por isso, os indivíduos necessitam de trabalhar com outras pessoas em quem possa confiar de forma a aumentar as suas hipóteses de sobrevivência.

A Informação é poder, e por tal sorte, os indivíduos necessitam de tanta informação quanto possível sobre o que está a acontecer em seu redor, quais as oportunidades e as ameaças existentes, e por aí fora, de modo a poder proteger-se a si e à sua família. A recolha de informações é fundamental para a sobrevivência.

Combate à violência, terrorismo, estado policial, lei marcial, guerra, prisão, internamento em prisões e campos de detenção, fome, opressão, violência, resistência, são termos com os quais os cidadãos terão de se familiarizar em caso de catástrofes/guerras de grandes dimensões.

 

 

 Voltar

Subscreva a nossa News Letter
CONTACTOS
COLABORADORES
 
Eduardo Milheiro
Coordenador
Marta Milheiro
   
© O Notícias de Almeirim : All rights reserved - Site optimizado para 1024x768 e Internet Explorer 5.0 ou superior e Google Chrome