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Notícias e Opinião do Concelho de Almeirim de Portugal e do Mundo
 

STRESS HÍDRICO

09-10-2020 - Francisco Pereira

A falta de água potável será o grande motivador de conflitos do actual, bem como do próximo século. Sejamos claros, por mercê seja das alterações climáticas, bem visíveis a olho nu, que ainda assim alguns passarões canhestros negam, quer seja por mor da nossa pouca inteligência, má utilização e poluição, o facto indismentível é que o Mundo está a secar, a seca está mais terrível onde já existia de forma endémica, estando os periodos de seca a estender-se a locais que desconheciam essa realidade, Portugal é um dos países europeus mais afectados por essa realidade, em especial as provincías do Baixo Alentejo e do Algarve, que temo bem se nada for feito sofrerão consequências devastadoras nas décadas próximas, até que o processo de desertificação se torne irreversível.

Um terço de África sofre severamente de falta de água potável, problema que afecta igualmente num grau menor de severidade, a faixa costeira do Pacífico da América do Sul, e grandes países como a Austrália, a China e a Indía, sendo que o problema nestes dois últimos exemplos apontados tem potencialidade para evoluir para verdadeiros desastres ecológicos devido à intensa pressão demográfica desses dois países ambos com populações acima dos mil milhões de pessoas.

Se o peso da demografia e o consequente excesso populacional do Mundo se apresenta como um factor importante no consumo de água potável, um problema de dificil resolução pois não de pode praticamente fazer nada, já quanto aos hábitos de consumo, podemos e devemos insistir numa drástica e revolucionária mudança, quer seja ao nível do uso industrial da água, quer seja no âmbito da utilização doméstica que cada um de nós cidadãos faz.

No que concerne à utilização industrial, assistimos a uma assustadora apropriação da água como recurso livre por parte de entidades privadas, num despudorado assalto que se está a fazer aos aquíferos do mundo com o único fito de garantir o lucro de alguns, infelizmente esta realidade, quer-me parecer que mais tarde ou mais cedo será global, com a conivência de governos mediocres de sacripantas vigaristas mais interessados nas mamas da secretária do que na realidade que lhes entre pelos olhos adentro, isso só se explica por causa das transferências para offshores manhosos que esses mesmos decisores políticos recebem para fecharem os olhos a este tipo de atentado que fará ainda perigar mais a vida do pobre cidadão.

A própria industria, qualquer que seja, em especial a agricultura intensiva a pecuária intensiva os campos de golfe e outros processos industriais extramente gastadores do precisos líquido tem de ser repensados, não estando infelizmente a passar por esse processo crítico, estas actividades são neste momento importantes factores de stress hidrico que fazem perigar a continuação da vida na Terra.

Os hábitos individuais de consumo, são outra vertente que importaria repensar e mudar, aqui na terreola onde vivo por exemplo é vulgar no pino do Estio, ver anafadas matronas e outras mais escorreitas de carnes de mangueira em punho, algumas a tremer de excitação porque há anos que não tem a experiência de na mão ter uma mangueira dura e a jorrar água, deliciando-se a lavar empenas e varandas, passeios e pedras da calçada, "é pra refrescar" ouvimos dizer, como se esse gasto inúti servisse para alguma coisa, excepto para desperdiçar o mais precioso liquído que existe no planeta.

A falta de água é uma realidade atroz que mais tarde ou mais cedo nos vai apanhar e consequentemete matar, mesmo as populações que agora fogem do flagelo para locais onde a seca ainda não se faz sentir tão agreste, como por exmplo a Europa, estão apenas a procrastinar um destino inevitável e colocar mais pressão nos recursos dos países que "invadem", estamos ainda a tempo de retrogradar, de mudarmos hábitos e de reclamar acções concretas por parte dos decisores políticos, porque meus caros, sem água nem vinho haverá.

Francisco Pereira

 

 

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