Edição online quinzenal
 
Sexta-feira 26 de Abril de 2024  
Notícias e Opinião do Concelho de Almeirim de Portugal e do Mundo
 

A DISFUNÇÃO DO ENSINO ESCOLAR TRADICIONAL FACE ÀS REALIDADES ACTUAIS EMERGENTES

09-10-2020 - Pedro Pereira

A razão das crianças deverem estudar, frequentado as escolas, tem basicamente a ver com a aquisição de conhecimentos e destrezas que lhes proporcionem capacitarem-se para exercerem um papel na sociedade, para um dia virem a trabalhar a fim de angariar o seu sustento e realizar os seus sonhos, os seus desejos.

O adquirir conhecimentos de matérias, o estudo, não tem um fim em si mesmo. O trabalho e a criação de valor é que dignifica o Homem.

Assim, o estudar sem qualquer finalidade é mera perda de tempo. É evidente que uma afirmação destas se aparentacomo escandalosa para os ouvidos comuns de todos quanto ao longo dos anos foram condicionados quanto ao estudo como actividade, com uma qualquer finalidade e não como um meio.

Não obstante, o acto de estudar, isto é, o participar numa classe, numa turma de qualquer nível de ensino, a fim estudar as disciplinas definidas pelo governo via Ministério da Educação, encontra-se muito distante de ser o suficiente para preparar qualquer indivíduo para adquirir posição de destaque na sociedade.

Oactual modelo de escola compulsória em vigor no mundo ocidental, foi criado ainda no início da Era Industrial, com a função de preparar a mão-de-obra oriunda do campo para as indústrias.

Nesse tempo, o modelo de organização das escolas assumia-se como um simples espelho do modelo organizacional das fábricas: as sirenes ou campainhas tocando para o início, intervalo para o recreio e o fim das aulas; as filas e a ênfase na obediência e submissão aos mestres; o ambiente repressivo, que incluía castigos corporais; as filas de jovens sentados passivamente nas suas carteiras escolares obedecendo aos professores; os professores obedecendo ao diretor, etc.. Tudo modelado de acordo com a organização das fábricas.

A questão que se coloca agora, neste primeiro quartel do século XXI, é que a Revolução Industrial há muito tempo que terminou e, não obstante,o modelo de ensino continua em muitos aspectos agarrado ao passado. Um modelo escolar de certa forma estagnou na era das fábricas.

Entretanto o mundo mudou, as necessidades mudaram, as ferramentas são outras e a quantidade de informação ministrada aos jovens estudantes, é atualmente muito maior. Não é por acaso que, como consequência dessa realidade, se verifica um brutal aumento  no diagnóstico de Transtorno de Déficit de Atenção por Hiperatividade,tendo como resultado, que drogas como a Ritalinasejam cada vez mais consumidas pelas crianças em idade escolar.

Será que são as crianças que estão doentes ou as escolas? O sistema de ensino?

Num mundo onde as informações se encontram acessíveis a todos, à distância de apenas um clique no computador, resultando que a escola tradicional, desempenhando o papel de transferência de conteúdo, torna-se cada dia mais insignificante e obsoleta.

Por tal sorte, o modelo educacional vigente encontra-se em estado comatoso, definhando de ano para ano e, piorainda, está a acontecer sem que grande parte dos envolvidos nesse processo se estejam a aperceber. E aquelesque não percebem são os que ainda continuam convictos que esse modelo é o que melhor prepara para as formas mais convencionais o sustento de um cidadão, que é o emprego.

Só que o emprego tradicional, nos moldes em que o conhecemos, vem perdendo o seu valor em cada dia que passa, ao mesmo tempo que outras formas de produção ganham mais espaço no mundo, como o marketing multinível, a produção de conteúdos na internet, os youtubers, as vendas directas, o marketing digital e tantos outros modelos que têm crescido em todo o mundo, contandoactualmente com milhões de pessoa dedicando-se a estas actividades laborais.

A existência do crescimento das novas profissões tecnológicas, são a prova maior de que as pessoas se encontram cansadas de se sentir escravas, de terem o seu tempo todo preenchido, não lhes sobrando tempo para usufruir da família, tendo como contrapartida um salário sobre o qual não têm controle.

Acresce o exponencialvolume do trânsito nas grandes urbes, com cortejos intermináveis de veículos e engarrafamentos que desafiam os nervos dos mais calmos a que se soma o aumento da violência urbana provocado o aumento de casos de síndrome do pânico. Em resultado desta realidade, o consumo de educação pela internet, por exemplo, não para de crescer.

Por que razão um indivíduo se senta ao volante de um carro, conduzdurante largos minutos ou horas, correndo o risco de ser assaltado, gastando dinheiro com estacionamentos cada vez mais caros para ir a uma faculdade ou mesmo a um curso qualquer de uma outra escola? Em alternativa a estes moldes, é muito mais racional estudar online: gasta-se menos dinheiro, ganha-se mais dinheiro e ainda sobra mais tempo para trabalhar e para desenvolver os seus projetos, fazer outras coisas de que gosta ou simplesmente viver a vida.

Como seja, entendemos que o ensino pré-escolar continua a ser extremamente importante. É o período em que a criança adquire algumas de suas primeiras experiências sociais, em que desenvolve as suas habilidades cognitivas, a sua coordenação motora e começa a ser alfabetizada. Esta é, sem dúvida, uma educação bastante produtiva.

Colocadas estas questões, consideramos que as escolas deveriam rever os seus curriculae, devendo o Ministério da Educação permitir alguma flexibilização nos programas que enviam para as escolas, dado que as várias regiões (neste caso em Portugal), possuem as suas próprias especificidades que as diferenciam umas das outras. Logo, as necessidades formativas face aos contextos sociais e económicos, são diversas estre si. Não obstante, algumas matérias que não são ministradas deveriam ser comuns aos diversos curriculae, como por exemplo:

- Falar em público. A maioria das pessoas tem medo de falar em público, quando a oratória é bastante importante para o crescimento profissional e a liderança;

- O Direito. É extremamente importante adquirir conhecimentos básicos de direito civil, direito fiscal, direito comercial, etc.;

- A Inteligência Emocional. Como reagir face a situações adversas. Aprender como se colocar no lugar dos outros, aempatia, aliderança, como trabalhar em grupo,como lidar com a ansiedade, com as frustrações, com o medo e por aí fora;

- O Empreendedorismo.Adquirir conhecimentos de como formar uma empresa, iniciar uma carreira profissional, a importância dos Blogs, os conteúdos no YouTube e as redes sociais com o fim de criar audiências para as suas propostas;

-Apolítica e sociologia isenta e não-doutrinária.

Estas são algumas matérias de inclusão curricular de fundamental importância, que deveriam fazer parte dos planos de estudo dos alunos dos vários ciclos de ensino primário, preparatório e secundário.

Pedro Pereira

 

 

 Voltar

Subscreva a nossa News Letter
CONTACTOS
COLABORADORES
 
Eduardo Milheiro
Coordenador
Marta Milheiro
   
© O Notícias de Almeirim : All rights reserved - Site optimizado para 1024x768 e Internet Explorer 5.0 ou superior e Google Chrome