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NÓS POR CÁ

17-07-2020 - Henrique Pratas

Nós por cá vamos indo é a resposta que ouvimos sempre que perguntamos a alguém com o é vai.

Esta resposta faz todo o sentido ao contrário de muitos que a acham repetitiva, mas de facto é isso mesmo “ vamos indo”. Esta expressão reflecte o estado de alma dos portugueses, que não sabem, não conhecem o futuro para o qual estão guardados ou que medidas foram que o Governo decidiu implementar para lhes lixar mais a vida.

Não temos a certeza de nada e contra a desinformação que nos é prestada todos os dias pelos responsáveis pelas diferentes pastas do Governo, já nos levou há muito tempo a não acreditar no que dizem, fazemos orelhas moucas, não vale a pena estar ouvir a conversa que debitam, porque logo no dia a seguir o discurso é completamente diferente do dia anterior, pura e simplesmente não vale a pena dar atenção a quem não a merece.

Associado a esta expressão do “ vamos indo”, ouvimos uma outra que é “ seja o que Deus quiser” esta pronunciada por outras pessoas desacreditadas do actual sistema politico e das pessoas que nos Governam e que reflectem a instabilidade com que vivem dia a dia e que demonstra inequivocamente pouca ou nenhuma confiança no futuro.

E é assim meu caro que nos “ arrastamos” pela vida fora até ao momento de partirmos para a viagem que todos temos guardado quando nascemos, aliás esta é a única certeza que possuímos, com a grande incógnita de não sabermos o dia, data e hora de tal acontecimento.

Ilustro com um pequeno exemplo, mesquinho e de fácil resolução mas que a negociata que grassa na nossa sociedade impede que sejam cumpridas as regras ditadas por quem percebe da matéria, falo-lhes das máscaras que devemos usar. Os médicos disseram e continuam a defender que as máscaras que devemos usar são as cirúrgicas, aquelas que têm uma parte branca, que colocamos na cara a apanhar a boca e o nariz, com a parte verde para fora, estas são aquelas que garantem com um grau de confiança de 90% que nós não apanhemos o COVID-19, mas esta é a informação de quem sabe da poda nos dá, mas não é aquela que é praticada, porque entretanto com esta pandemia gerou-se uma oportunidade de negócio e surgiram muitas empresas a colocarem no mercado máscaras de pano laváveis e que apenas dão uma garantia de 50% para que quem as utiliza não possa ser contaminado. Mas meus amigos mais uma vez o negócio sobrepõe-se ao bem-estar e há saúde das pessoas, e eu só lhes escrevo isto porque experimentei no dia de ontem, o que agora partilho convosco.

Embora eu já tivesse informação sobre este facto, ontem experimentei-o porque gosto de ter certezas.

No dia de ontem tinha a minha consulta de oftalmologia de rotina e que faço anualmente, desloquei-me há CUF – Descobertas porque é lá que o meu médico que me acompanha há muitos anos presta serviço e vá de colocar a máscara de pano fornecida pela maior parte dos organismos públicos aos seus funcionários, estacionei a viatura no parque coloquei a bem dita da máscara e quando me preparava para subir para o piso das consultas de oftalmologia, estavam no piso zero o da entrada ao edifício onde se praticam actos médicos, assistentes operacionais que olhavam para as pessoas e se reparassem nalguma desconformidade corrigiam-na. Foi o que aconteceu comigo, aliás já esperava que isso acontecesse, mandaram-me retirar a máscara que me “ofereceram” no organismo público onde exerço funções, que são de pano e laváveis, porque são reutilizáveis e mais baratas. Eu não disse nada e fiz o que pediu, guardei a que levava e coloquei a que me deu e que era uma máscara cirúrgica, como deveria ser para todos os portugueses, que as deviam usar para prevenir o vírus. Mas mais uma vez o Estado optou pelo mais barato e forneceu aos seus trabalhadores máscaras de pano laváveis, não sei se com a intenção de que alguns sejam afectados pela pandemia para se verem livres deles não sei se a intenção é esta mas não acatar as sugestões dos profissionais de saúde pode ser um sintoma disso ou então em dar a oportunidade às empresas e a quem está por trás delas possa ganhar uns dinheiros, bem bons.

Mais uma vez a saúde dos portugueses foi colocada em segundo plano, ao contrário do que os técnicos de saúde sugeriram os organismos públicos e privados não seguiram as suas orientações. E isto porque uma vez mais se deu prioridade aos interesses do capital em detrimento da saúde pública e no decorrer deste episódio pandémico temos andado a correr atrás do prejuízo e isto por diversas ordens de razão entre as quais a não seguirmos os conselhos médicos.

Mesmo optando pelas máscaras cirúrgicas, elas deverão ser trocadas duas a três vezes por dia, consoante a exposição de quem a utiliza no exercício das suas funções tem face há forma como o vírus se pode propagar.

Por aqui e por outros lados por onde tenho passado vejo situações perfeitamente inqualificáveis, mas que não deixarei de partilhar convosco e que são as que ocorrem nas obras públicas os seus trabalhadores andam a exercer as suas funções sem nenhuma protecção, assim como os polícias municipais, que no sentido de regularem o trânsito estão com a máscara colocada no bolso lateral da sua farda a apanharem pó e todos os objectos que circulam no ar, enquanto decorrem as obras, a mesma coisa se passa nas oficinas onde colocamos as nossas viaturas a fazer alguma reparação ou revisão, primeiro tinham o cuidado de colocar fita transparente no volante e em todos os locais interiores da viatura onde tocassem, como isto representa um custo para essas empresas rapidamente abandonaram esta prática e agora praticam os mesmos actos como nada se passasse, aliviaram os cuidados a ter. A mesma coisa se passa nos Centros de Inspecção de Viaturas, ao inicio mil cuidados, agora completamente desconfinados, ou melhor se quiserem à rédea solta.

Eu não tenho por hábito ser adivinho mas muitas das situações de pessoas que surgiram contaminadas ficaram a dever-se ao facto de a maior parte dos cidadãos não terem cumprido com o que lhes foi indicado para fazerem pelos conhecedores da matéria e aqui o próprio Ministério da Saúde tem as suas responsabilidades porque o discurso dos seus representantes foi muitas vezes antagónico e contraditório o que gerou confusão e alarmismo nas pessoas.

Olhem “ vamos indo” e “ seja o que Deus quiser”.

Henrique Pratas

 

 

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