PARCERIAS ESTRATÉGICAS

25-10-2013 - Eduardo Milheiro

O Presidente de Angola, José Eduardo dos Santos diz que “incompreensões ao nível da cúpula em Portugal não aconselham à construção da parceria estratégica”.

As incompreensões a que ele se refere são o facto de altos dirigentes Angolanos estarem a ser investigados pelo Ministério Público Português. No ar paira a suspeita de branqueamento de dinheiro por parte destes senhores angolanos.

Só quem não conhecer Angola se pode admirar de isto estar a acontecer, pois a corrupção e negociatas são práticas comuns nos angolanos que estão e circulam à volta do poder político.

Todos os que têm ou já tiveram negócios com Angola sabem que quando se fala com algum dirigente angolano, a primeira perguntam que eles fazem é “que negócio tens para a gente”, este é um testemunho que estou a fazer.

Mas voltando ao Presidente Eduardo dos Santos, a sua atitude parece não deixar dúvidas acerca do regime: exerce o cargo desde 21 de Setembro de 1979, 34 anos de poder, com uma fortuna estimada em 14 mil milhões de euros, a sua filha Isabel é considerada uma das melhores mais ricas de África, sendo que só na Bolsa Nacional a sua fortuna é de 2,3 mil milhões de euros.

Isto acontece num País em que os meninos da rua são como bandos de pardais, que vivem ao relento, com fome e roubando, enquanto os dirigentes angolanos vivem no maior luxo e riqueza, país onde a pobreza e a miséria extrema se estende diante dos nossos olhos.

Em Angola, é do conhecimento público que a riqueza de Isabel dos Santos se deve a actos de nepotismo, suborno e corrupção do seu pai, o presidente José Eduardo dos Santos, ao longo dos 34 anos de poder.

Desde sempre os angolanos diziam que as férias de José Eduardo dos Santos eram passadas num palacete da petrolífera ELF na Cote D’azur em França.

Mas quando se pretende saber ou investigar o passado ou o presente de José Eduardo dos Santos, o assunto é tratado como segredo de Estado, o que torna dificílima e perigosa esta tarefa.

Porém, com as redes sociais na Internet, a verdade sempre vai aparecendo, pois no que diz respeito à sua origem, diz-se ter nascido no bairro Sambizanga em Luanda, o que quer dizer que ele é Kaluanda e pertence à etnia Kimbundu.

No entanto, José Eduardo dos Santos nasceu em 1942 e neste tempo o Bairro Sambizanga parece que não existia. Será que nasceu no mato? Mistério.

Mas parece que a verdade, e eu ouvi pessoalmente de alguns angolanos, é que ele nasceu na Ilha e território de São Tomé e Príncipe na vila de Almeirim (conforme a Cédula que aqui apresentamos) onde ele estudou até à 4ª classe.

Agosto de 1942 em Almeirim, San-Tomé, Registado no Antigo Registo Português com a Cédula Pessoal N° 267868, Registo N° 067868, Folha n° 8 Série I, passada em Almeirim a 6 de Outubro de 1942 e assinada pelo Seu Pai Eduardo Avelino Van-Dunem.

Sua mãe, Jacinta José Paulino é descendente de guineenses e cabo-verdianos. Imigrou para São Tomé em fuga da fome que afectou naquele tempo Cabo Verde.

O pai de José Eduardo dos santos, Avelino Eduardo dos santos, tem origem na família Van-Dunen em São Tomé. Esses Van-Dunen são descendentes de escravos, e são filhos de um pai polígamo de origem holandesa, que criou múltiplas linhagens com diversas mulheres africanas.

É pois este senhor que quer que os Portugueses se verguem ao seu poder económico e que em Portugal já passa por grandes empresas como a Zon-Óptimus, BCI ex BPN, BPI onde Isabel dos Santos (filha) detém 19,5% do capital, ver Jornal de Negócios interesses angolanos em Portugal »»» (link)

Os investimentos de José Eduardo dos Santos e sua filha Isabel dos Santos no imobiliário em Portugal também são de milhões de euros.

Não podemos passar de colonizadores a colonizados, temos de ser povos irmãos, mas com respeito pela Lei e pelo Estado de Direito, antes isto que parcerias estratégicas como parecem ser as que José Eduardo dos Santos quer, porque Portugal não é Angola.

Eduardo Milheiro

 Voltar