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Sem gente…

10-07-2020 - Francisco Pereira

“Entre 2011 e 2019 Portugal perdeu cerca de 246,5 mil habitantes, o que corresponde a uma redução de 2,34% na população do país, segundo as estimativas do Instituto Nacional de Estatística (INE). No caso de Almeirim, o INE diz que existem 22 546 habitantes em 2019 e há um a variação face a 2011 de -3,99% e -3,01% em relação a 2014.”

Jornal O Almeirinense, edição online, pesquisado em 25 de Junho de 2020, disponível em: https://www.almeirinense.com/2020/06/25/almeirim-perde-populacao/

A demografia é o nosso maior constrangimento, falta-nos gente, e muitos dos que por cá estão não prestam, essa é a indesmentível realidade. A este ritmo, daqui a 100 anos estaremos quase extintos enquanto povo, sem capacidade de regeneração, excepto se conseguíssemos por via de algum milagre, e tanto que nós gostamos de um bom milagre, atrair os nossos concidadãos que se encontram lá por fora, aliciando uns 3 ou 4 milhões deles para regressarem, talvez sejamos capazes de resistir ao inevitável processo de extinção que nos espera.

Se eu extrapolar, o que é sempre perigoso e sem base científica, mas como isto é um artigo de opinião, posso faze-lo sem fazer perigar as bases da evidência científica não corro portanto o risco de me tornar uma espécie de Graça de Freitas dizendo uma coisa hoje e amanhã o seu contrário. Ora dizia eu que se extrapolar e fizer valer o que observo aqui na terreola onde vivo, para o resto do país, temo bem que a realidade seja ainda mais tenebrosa.

Almeirim perdeu imensa gente jovem, gente capaz, produtiva, altamente qualificada, e perdeu essa gente porque a terreola, como todo o interior, não e atractiva, porque não gera emprego, porque desde a nossa entrada em 1 de Janeiro de 1986 para a então CEE, os nossos políticos se esqueceram de forjar um país, limitaram a atirar dinheiro para cima dos problemas como continuam a fazer, daí que nada tenha crescido com sustentabilidade nem com planeamento a longo prazo, aliás no que toca às estratégias de desenvolvimento aqui esta terra foi sempre amante da político do “em cima do joelho” as coisas eram feitas “ad hoc” para suprir necessidades imediatas, quer eleitorais quer atingir fins mais patetas como foi por exemplo o construir à parva para existirem fogos construídos suficientes para a terra ser elevada a cidade, naquilo que foi mais um disparate imbecil.

Ora essa falta endémica de planeamento traduziu-se na hoje falta de gente, esta cidade é uma terra de velhos, pior, nestas últimas duas décadas, não conseguiu atrair população decente em número suficiente, atraindo essencialmente lixo parasita, gentalha que em nada contribui para coisa nenhuma excepto para os índices de criminalidade, como s por cá não existisse já rebotalho com fartura.

Esse parece também ter sido mais um dos problemas de Portugal, só temos atraído lixo, gentalha medíocre, rataria subsídio dependente, ao invés de gente qualificada, honesta e trabalhadora, quando cá os tivemos, a partir dos anos 90 do século passado, gente especialmente oriunda dos países de Leste, russos, ucranianos, moldavos, romenos entre outros, falo de gente altamente qualificada, gente trabalhadora, honesta e capaz, gente que interessava ter cativado ao invés de os mandarmos trabalhar para as obras, para a limpeza ou para a agricultura, infelizmente como somos um país de imbecis, de indigentes intelectuais não soubemos aproveitar esta dádiva, malbaratamos esse potencial, milhares de casais jovens que relegamos para os trabalhos mais mal pagos, e que felizmente para eles se foram embora, recordo um casal moldavo, ela Pediatra e ele Biólogo, por cá trabalhavam, ela na limpeza e ele nas obras, a quem ajudei a emigrar para o Canadá, ela para trabalhar um hospital, salvo erro, em Montreal e ele para uma universidade da mesma cidade como investigador, infelizmente não os soubemos aproveitar.

Malbaratamos os nossos jovens, empurrados para a emigração, malbaratamos os que vieram, e abrimos os braços e vamos continuar a abrir ao lixo, ao rebotalho do Mundo, não admira pois que estejamos em extinção, que percamos gente, que não consigamos repor a população, pode ser que a pandemia resulte num “babycovidboom”, temendo eu que nem esse bom surto sirva para colmatar a cada vez maior brecha demográfica ou ficaremos assim sem gente...

Francisco Pereira

 

 

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