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NÃO SE PODE IR A LADO NENHUM

03-07-2020 - Henrique Pratas

Escrevo-lhes este para poderem aferir que de facto o nosso País está altamente contaminado, fazendo mesmo que algumas pessoas/organizações se aproveitem do COVID-19 para tudo.

No fim de semana que passou dado que a minha mulher é coordenadora de uma Unidade de Saúde Familiar e como teve uma semana indiscritível de trabalho, porque nessa Unidade de Saúde tratam-se as pessoas como pessoas e não como números e o aumento de contaminados na área a que pertencem os utentes do Serviço Nacional de Saúde aumentaram em exponencial e as situações de carência e falta de resposta por parte do Estado é nula, decidi fazer-lhe uma surpresa, passar um fim de semana longe aqui do burgo. Não consegui de todo porque numa família que era tratada com todo o carinho, eficácia e eficiência, ficaram 6 pessoas do mesmo agregado familiar contaminadas, independentemente dos cuidados que todos os ativos que trabalham na Unidade de Saúde se terem empenhado em fazer todo o acompanhamento possível e impossível. Infelizmente, o pai, mais propriamente como era tratado na Unidade o Senhor António veio a falecer na passada sexta-feira dia 26 de junho do corrente ano e todos sem exceção ficaram transtornados porque apostaram tudo o que tinham e não tinham na solução desta situação. Posso-vos descrever que o filho do Senhor António que também se encontra contaminado e consequentemente está desempregado, porque a maior parte dos patrões quando foi do confinamento, mandaram as pessoas para casa e aproveitaram-se deste motivo para os não chamarem de novo para retomarem as suas funções.

O COVID-19, dá motivos e razões para os detentores do capital e empresários de meia tijela cometerem as maiores atrocidades que possam imaginar há condição humana.

Retomando a minha orientação de escrita o filho do Senhor António, na sexta-feira, dia 26 de junho, entrou na Unidade e completamente desorientado, sem saber o que fazer descarregou toda a revolta em cima da minha mulher, ela como na minha opinião é uma boa gestora destas situações, não abriu a boca, independentemente de todos os impropérios que tenham sido proferidos optou por se calar e na minha opinião bem. Ela conhecia a situação pela qual a família estava a passar, apesar de a atitude não ter sido a mais correta entendeu que não lhe devia dar resposta porque a revolta e o mau estar era tanto que pura e simplesmente não valia a pena dizer o quer que fosse.

Como já lhes escrevi anteriormente ela veio a tomar conhecimento que o senhor António tinha falecido através do WhatsApp, dado que todos os médicos, enfermeiros, administrativos estão ligados em cadeia nesta aplicação para estarem sempre ao corrente do que se passa na Unidade de Saúde e poderem comunicar uns com os outros,terem conhecimento das ocorrências e partilharem soluções para as questões que surgem. Aliás permitam-me que lhes diga que se a minha mulher está como coordenadora fui eu que a “empurrei”, porque quando ela chegou há Unidade de Saúde foi logo nomeada coordenadora, mas as atitudes de alguns médicos em quererem trabalhar única e exclusivamente para os números e não para as pessoas levaram a que ela colocasse o lugar há disposição, tendo eu lhe dito que anunciasse a sua decisão como irrevogável, não dando mais explicações. Este pedido foi aceite e colocaram uma outra pessoa a coordenar a Unidade de Saúde, mas esta não tinha perfil nenhum para o desempenho da função e passava todo o tempo a questionar a minha mulher como é que se faziam as coisas. Eu nestas coisas e dado que já possuo alguma experiência, deixei passar o tempo necessário e suficiente para que os médicos e enfermeiras e os restantes administrativos se fartassem da coordenadora em exercício, até ao dia em que todos já tivessem fartos e fossem eles a dizer que não queria mais aquela coordenadora, o que aconteceu, nessa altura disse para a minha mulher, agora chegou a hora de te chegares há frente e ela assim fez e ficaram todos muito contentes e ela com trunfos para usar em alturas oportunas.

Saltando de novo para o motivo que me levo a escrever este texto, na sexta-feira dia 26 de junho, marquei para a Pousada de Sagres uma estadia de duas noites com entrada nesse mesmo dia e saída a 28, fi-lo através da Central de Reservas do Grupo Pestana, pediram-me o n.º de cartão de crédito para que a reserva ficasse garantida, o que é a prática corrente pois poderia ocorrer algum imprevisto, mas eu teria que pagar pelo menos uma noite, mas o pior estava para vir. Quando chegámos a Sagres, eu até parece que estava a adivinhar pedi há minha mulher para ir fazer o check-in, depois de termos jantado, pois tínhamos chegado mesmo em cima do fecho da cozinha, 10 horas, as pessoas foram extraordinariamente simpáticas e serviram-nos com muita educação, não deixando eu de pedir há pessoa que nos serviu que apresentasse as minhas desculpas na cozinha pelo facto de ter chegado em cima da hora, o meu pedido foi bem acolhido. Depois do jantar fomos há viatura tirar a mala com a roupa e eu, sentei-me num local onde podia observar o que se estava a passar com a realização do check-in, pedi há minha mulher para o fazer, ficando a assistir há distância, até ao momento que o funcionário pediu para pagar-mos tudo na entrada, aí saltou-me a mola, levantei-me e com o dedo em riste disse-lhe que só pagava há saída e que o procedimento que supostamente estavam a utilizar se devia há pandemia, não alterei a minha posição e disse-lhe que aquele não era o procedimento correto, sendo eu um utilizador frequente das Pousadas de Portugal há muitos anos, desde o tempo em que as mesmas estavam sob a alçada do Estado e depois passaram para a ENATUR e posteriormente o Estado “livrou-se” das mesmas “entregando-as” ao Grupo Pestana, sabe-se lá de que forma, estavam a tentar aplicar processos de conduta que não se compaginam com os procedimentos habituais. Não deixei de lhe dizer eu só pagaria no final como fiz e o que eles lucraram foi que não realizei mais nenhuma despesa lá dentro fui almoçar e jantar num restaurante onde via a conhecer mais pormenores do suposto funcionário, que é de Coimbra caustica os subordinados e ninguém gosta dele. Ah, esqueci-me de lhes escrever que quando o “diligente” funcionário me disse que ia escrever que eu não tinha querido pagar, lhe respondi escreva o que quiser, porque eu tenho dinheiro para comprar isto tudo e assim ficámos.

Obviamente que ontem quando cheguei a casa já fiz uma reclamação por via eletrónica e Pousadas para mim acabaram.

Vai uma pessoa par descansar e apanha uma destas pela proa, de facto o COVID-19, está a afetar muitas pessoas, umas diretamente e outras indiretamente onde o nível de estupidez aumenta significativamente.

Termino como iniciei, não se pode ir a lado nenhum e estar descansado porque tropeçamos em personagens que não sabem o que andam a fazer ou que fazem o que lhes mandam sem pensarem.

Henrique Pratas

 

 

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