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Santos da casa…

26-06-2020 - Francisco Pereira

Esta semana ouvi o senhor Ministro dos Negócios Estrangeiros, um comediante nato, declarar que é necessário, “mão dura para quem desrespeitar as normas...” referindo-se o senhor Silva o ministro comediante nas horas vagas, aquela rapaziada jovem, que deu em sair à rua como se não houvesse amanhã. Fartei-me de rir com o dito do senhor Silva, a sua veia de comediante de quando em vez vem ao cimo, porque a tibieza típica dos governos de Esquerda no que à Justiça concerne não quadra bem com estas afirmações demagógicas e populistas, ditas assim de chofre como se fossem verdade.

Mas vamos ao cerne da coisa que é a impunidade. Ao rever o passado governativo dos últimos, por exemplo, 20 anos, para não ir mais longe, até porque é tudo mais ou menos igual desde 1974 para cá. Tivemos governos que fizeram de conta que eram de Esquerda entremeados com governos que fizeram de conta que eram de Direita, e digo que fizeram de conta, porque na realidade, nenhum deles, foi verdadeiramente de Esquerda nem de Direita, sendo antes, uma coisa insípida que vou apelidar de “via Lusitana”, ou seja a arte de tentar governar que tem por base a ilusão e o fazer de conta que se faz alguma coisa para ir mantendo tudo mais ou menos na mesma, mas com cores mais garridas e claro com muita tecnologia, mais palavras modernaças para dar importância à coisa, levando desse modo os pacóvios a aderir à causa.

Os nossos governos de Esquerda e de Direita, são essencialmente iguais, possuem e executam políticas iguais, com algumas nuances é verdade, porque é sempre importante dar um subsídio ali, retirar mais dinheiro a quem trabalha acolá, beneficiar os excelentes patrões que fogem com milhões para os offshores e choram os tostões que pagam em salários miseráveis, ou lixar o Zé Pagão criando mais um imposto ou uma taxa cretina para esburgar melhor o pobre cidadão, salvo estas diferenças pontuais, Esquerda e Direita são iguais.

No que há Justiça concerne, então, os governos de Esquerda e Direita têm sido almas gémeas, disputando até o lugar de quem fez pior.

Há mais de 20 anos que os governos de Esquerda e de Direita, destroem a Autoridade do Estado, construindo uma cada vez maior sensação de impunidade, que alastra cada vez mais pela sociedade e que é bem visível por exemplo nos comportamentos da população mais jovem, e largamente observável nalgumas etnias que gozam de um estatuto especial de impunidade.

As populações dos mais jovens foram criadas na impunidade, foram criadas a ver gritantes exemplos de impunidade protagonizados pela classe política, nunca lhes ensinaram a respeitar, a acatar, a fazer sacrifícios antes lhes deram desde os bancos da escola os mais vergonhosos exemplos de impunidade, foi a ver essa realidade que eles cresceram, desde logo intuindo que mesmo que hipoteticamente existam consequências para os seus actos, algo dará para fazer, algo irá seguramente atenuar a situação naquilo a que poderemos chamar uma generalizada síndrome de desresponsabilização que grassa na sociedade a par da impunidade, são estas duas características juntas um principio mau, muito mau, propiciador de catástrofes futuras como é o actual exemplo da bandalheira em que se tornou o “desconfinamento”.

Mas, espantemo-nos, porque agora vem o senhor Silva ministro, o tal que faz standup comedy, pedir “mão dura”, para algo de que ele próprio é responsável, ele e os seus amigos políticos nunca souberam fazer respeitar nem implementar na sociedade a Autoridade de Estado, antes a minaram completamente, nunca souberam educar para a cidadania e para o respeito da pluralidade, não soube atalhar a bandalheira nem castigar os prevaricadores, pois tudo em Portugal é faz de conta, as leis fazem-se a pedido para safar “amigos”, mas depois como são de aplicação geral estendem-se ao resto da caterva de indigentes intelectuais que compõe a nação de lorpas que somos, criando isto que hoje temos uma sociedade impune e irresponsável.

Pergunto então como é possível um Ministro gritar “Aqui d’el Rei” quando o próprio foi um dos maiores instigadores da bandalheira e um dos seus principais beneméritos e beneficiados, com é possível o cenho franzido, vulgo “cara de mau” frente às câmaras das televisões a vociferar daquele modo? Concluo que só pode ser demagogia e populismo, porque o senhor ministro bem sabe que nada disso se passará porque ele e os seus amigos ministros não sabem o que é “mão dura”, porque tudo têm feito para que sigamos assim a ser cada vez mais uma sociedade de bandalhos impunes.

Francisco Pereira

 

 

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