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13%... ou mais ou menos?

19-06-2020 - Cândido Ferreira

Em março, com o confinamento a começar, sugeri uma quebra na economia entre 8 a 10%. E poucos dias depois, ainda o “ronaldo das finanças” não estava de cama feita, até ironizei sobre uma boa notícia: a previsão oficial apontava para 6%, muito abaixo da média europeia, o que era muita fartura para um país que dependia do turismo.

Tinha, nessa altura, sido levantada a questão dos apoios comunitários e, com a quebra do PIB a ser apontada como critério major, tanto irrealismo, denunciei, iria tornar Portugal pagante e não beneficiário.

Ontem, porém, já com as cifras oficiais a “beijarem” os 10%, vi adiantada outra hipótese ainda mais gravosa: 13%... se houver um novo surto.

Valha-nos a certeza de que, até hoje, esta “malta” não acertou uma. E fiquem os leitores descansados, porque, é certo e seguro, esse horror está mesmo fora de questão. A pandemia veio para ficar, mas o “pessoal” já aprendeu a lidar com o “bicho” e é mesmo assim o “tuga”: perdido o respeito pelo “adamastor”, navegará cumprindo assim-e-assim as regras de segurança. Com a barca a meter mais ou menos água, havemos de chegar às “Índias”. O “pico” está sob controlo, “achatado” num planalto tolerável, enquanto a polícia, sem máscara, “comemora” os santos populares caprichando em retirar balões e manjericos das varandas de Lisboa.

Afirmo-o com a mesma certeza de quem, até hoje, não falhou qualquer prognóstico: é verdade que a estirpe que chegou a Portugal, que logo percebi ser mais branda, é bisneta da original; tinha razão ao levantar dúvidas sobre a causa nunca bem esclarecida da morte por meningite do jovem de Ovar, que, em casos posteriores semelhantes, os italianos diagnosticaram como coagulação intravascular disseminada e os alemães concluíram como sendo uma reação endotélica ao covid-19; trabalhando sobre estatísticas que apontavam mais para a alquimia do que para a ciência, fiz previsões certas, e muito mais otimistas, do que as oficiais; e por aí fora… sobre a aquisição de recursos, sobre o uso de máscara e tudo o mais.

Até emiti opinião sobre as estratégias de tratamento. Está tudo publicado: em pleno março, até propus medidas como as que passo a transcrever:

À mistura com a certeza da ineficácia de vários fármacos e incertezas sobre a validade de outros - como a cloroquina que, devido à sua fraca rentabilidade económica, ainda não foi cientificamente testada – o exercício da Medicina surge nesta crise como refém das regras impostas pela indústria farmacêutica, que nos remete para a investigação de novos e caríssimos fármacos e protela estudos inadiáveis.

Até a simples cortisona, INCRIVELMENTE, ainda não foi testada de forma científica e apenas aparece referida como possível de administrar em doses normais, dados os seus “efeitos colaterais”. Para ainda acrescentar: Sei destas matérias e não foi a prescrever doses normais de cortisona que salvei o primeiro rim transplantado em Portugal. E também não foi com baixas doses dessa “prótese” que, na peugada de outros pioneiros, inverti muitos desenlaces fatais ao longo da minha carreira.

Para depois apelar às autoridades sanitárias e à comunidade médica, nacional e internacional, para não se concentrarem nas estratégias de tratamento em curso, algumas totalmente especulativas. E ainda escrevi mais: que a maioria dos “ensaios” anunciados está a ser conduzida por multinacionais, que insistem em novos “medicamentos” caríssimos e de duvidosa valia. E esta é uma realidade e não “teoria de conspiração”.

Estando ainda a correr forte polémica sobre as vantagens da cloroquina, só ontem, e pela primeira vez quase três meses depois da tese que defendi, a ciência inglesa - que lidera este género de práticas experimentais e foi o país onde, no maior certame mundial, fui coautor do “melhor trabalho” apresentado em 2011 e realizado na Clínica de Leiria que criei - veio anunciar ao mundo uma evidência: se tivessem começado a usar dexametasona, em devido tempo, poderiam ter salvo cinco mil vidas, só em Inglaterra.

A OMS saudou hoje essa "invenção".

Mais palavras para quê, se a dexametasona é uma “cortisona” igual às outras e de que - também “por acaso” e tal como fiz com a cloroquina – me abasteci logo em fevereiro. Para o que desse e viesse, a família e os amigos sabiam que, “antes de morrer”, teriam de falar comigo. A foto é bem explícita, mas ainda guardo as faturas…

A verdade a que os portugueses têm direito é, infelizmente, outra bem diversa. A queda na economia poderá até vir a ultrapassar os 13%, mas não será por causa do covid-19.

Se tal acontecer… será por falta de liderança, incompetência ou roubalheira.

Cândido Ferreira

 

 

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