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As excepcionais excepções da Democracia…

12-06-2020 - Francisco Pereira

A propósito destas trapalhadas do «desconfinamento» Sua Excelência o Senhor Presidente da República declarou para quem o quis ouvir que, e cito, "Há excepções, a democracia comporta as excepções".

Tendencialmente concordaria com Sua Excelência o Senhor Presidente da República, não fora dar-se o infausto caso de esta nossa Democracia, ser cada vez mais uma casa de excepções, que todos invocam para promoverem os seus mais ou menos medíocres, sacripantas, sectários e até racistas, interesses.

Ele é excepções, políticas, económicas, sociais, étnicas, culturais e porque sim, ele as há para todos os gostos, excepções à Democracia que sancionam, o atropelo aos Direitos de Homens e Animais, que sancionam a pedofilia, que promovem o crime e esfrangalham as normas da saúde pública e da segurança e bem-estar geral das pessoas, somos portanto uma Democracia verdadeiramente excepcional, na imediata medida em que, com tanta excepção, que exista sequer Democracia é um enorme milagre.

E tanto que nós adoramos milagres. Olhando para a nossa bela História, não nos faltam milagres, ele os há para todos os gostos, dos mais religiosos aos mais comedidos e profanos, culminando com o maior embuste de todos, perdão milagre eu quero dizer o maior milagre de todos que é o da santinha das velinhas, que vejam lá, tão poderosa milagreira é que deixou a gripe espanhola levar duas das suas testemunhas, tal é o poder, mas enfim, esta é mais uma excepção desta excepcional Democracia.

E nestes dias pandémicos o fartote que tem sido. Ele é excepções por dá cá aquela palha. Comícios, manifestações labregas, festarolas em bairros manhosos onde para além da pobreza é a estupidez o que mais confrange. E tudo a exigir excepções. De tal maneira que um destes dias, a excepção será haver Democracia, dado que muito bem sabe quem vive no país real, ele há muitos locais deste país onde Democracia é o que menos existe, o que existe são micro Estados, alguns verdadeiros Estados terroristas, geridos por tiranetes, que impõem as suas vontades a populações inteiras que assim vergadas ao medo, à impunidade geral que grassa no país e ao laxismo politiqueiro não ousam levantar a voz, vão lá a toda essa pobre gente falar-lhes de excepções e de Democracia!

Mas existe uma Constituição! Acenam já alguns, fazendo-me o devido reparo. É verdade, existe esse documento, existem uns “vendilhões” que enchem a boca com pregões à mesma, outros há que são verdadeiras sibilas desse oráculo, que sempre se consultam para interpretar os sacros textos, existe até um tribunal que se ocupa em exclusividade dos potenciais atropelos a essa tal Constituição, numa constante duplicação de tarefas que não se percebe, excepto claro está à luz de mais uma excepção, dado que quando se olha, todos estão mais ou menos nas tintas para a Constituição e a mesma só serve quando dá jeito para libertar algum figurão que esteja a pontos de ser engavetado ou para sacanear uma qualquer situação que não da muito jeito.

Assim sendo, é verdade que as Democracias comportam “excepções”, mas nunca essas excepções, como acontece por cá, devem ser atentatórias dessa mesma Democracia, nem ser tantas que se tornem banais e banalizem o seu conteúdo como também acontece em Portugal.

Em boa verdade aquilo que vejo, é um país excepcional, malbaratado por um trupe miseranda, prisioneira de grupelhos mafiosos que corroem e destroem esta terra que tinha tudo para ser um lugar de eleição neste cada vez mais perturbado planeta, infelizmente as cada vez mais e maiores excepções vão arruinar isto tudo e ajudar a lançar o caos.

Francisco Pereira

 

 

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