A Crónica de um “Apoio já Anunciado”
05-09-2014 - Eduardo Milheiro
O apoio de notáveis históricos do PS a António Costa, já foi notícia há muito tempo, pois só os incautos e distraídos podiam esperar outra coisa de Manuel Alegre, Vera Jardim, Almeida Santos e Jorge Sampaio.
Se alguma coisa me causa estranheza, é ver fora deste grupo - que também conta com Mário Soares - Maria de Belém e Alberto Martins, o que significa que o grupo dos históricos está dividido.
Com este apoio, António Costa parece ter conseguido a vitória nas primárias. Afirmo isto a um mês da votação nas mesmas, pois sempre disse que quem rodeia António José Seguro não oferece credibilidade para ocupar cargos governativos, e digo isto não por uma questão de mau feitio ou maledicência, mas por uma questão de competência que me parece não existir na maioria deles. Aqueles que ficaram a apoiar Seguro com capacidade e conhecimento para isso, equivocaram-se e agora vão até ao fim para acompanhar o seu descalabro, sendo que basicamente o seu grande problema foi ter-se apoiado - eu entendi isso - nos ex-colegas da Juventude Socialista.
Mas com Costa ou Seguro, nada vai mudar no PS, continuará a ser de centro-esquerda na oposição e de centro-direita no governo e num acaso, qualquer um deles não fará alianças à esquerda, a fazer será sempre à direita, faz parte do código genético do Partido Socialista.
Como eu conheço bem como funciona o PS e os PSs, tanto me faz um como outro. Sei que nenhum deles conseguirá levar os portugueses e Portugal para o desenvolvimento, porque não depende deles conseguir isso, depende da União Europeia de que fazemos parte, que nos vai obrigar a cumprir o Tratado sobre Estabilidade, Coordenação e Governação na União Económica e Monetária (TECG), mais conhecido como o Tratado Orçamental. A fidelidade dos dois à EU, não lhes permite uma luta consistente e forte para efectuar mudanças, sendo que os membros da sua família política na EU estão todos de rastos, sobrevivem porque nos seus países põem em prática políticas de Direita como é o caso de França com François Hollande.
Alternativa política a este estado de coisas é urgente, pensem nisso.
Eduardo Milheiro
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