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Notícias e Opinião do Concelho de Almeirim de Portugal e do Mundo
 

Preguiça
Aversão ao trabalho ou prática de outras actividades físicas e mentais.

25-10-2013 - Francisco Pereira

A preguiça parece ser um dos atributos da identidade nacional! Apesar de grande parte de Portugal apenas apontar o pobre alentejano como paradigma da preguiça. A preguiça é porém uma instituição nacional, instilada, promovida e engrandecida pela pouca cotação que o trabalho e a actividade mental gozam por terras da lusa piação.

O trabalho em Portugal nunca viu um tão grande nível de descrédito, mercê de exemplos, paupérrimos, vindos dos cavalheiros do poder, o cidadão comum intuiu que vale mais uma mão inchada que um enxada na mão! A preguiça deu ainda origem ao parasitismo social, arte praticada por uma fatia considerável da população, que vive da subsídiocracia instituída por um Estado social, que se fez falir a si mesmo por pura falta de critério e de intelecto de quem nos governou.

Veja-se ainda a maneira como os governos valorizam o trabalho e o conhecimento, ou antes a maneira como não valorizam o trabalho nem o conhecimento, o actual governo então é o paradigma do desprezo pelo trabalho e pela Educação, tal é a forma como maltrata quem trabalha em detrimento do parasitismo, que é por excelência a expressão máxima da preguiça, neste capítulo da preguiçal usança, os preguiçosos até se socorrem de razões de índole cultural para justificara a sua propensão e escusa ao trabalho, é absolutamente cómico, verificar que as margens da sociedade, se assim podemos dizer, separadas que estão por um mundo de capacidades económicas se encontram tão ligadas pela aversão que possuem ao trabalho.

Outra maneira em que a preguiça por cá se manifesta é na aversão ao conhecimento, na aversão a pensar e a utilizar o cérebro, produto de 2 milhões de anos de evolução humana se bem que agora existam para aí uns asnos que motivados por religiosidades imbecis queiram abandalhar isto tudo, numa clara prova de que o ser humano continua a não gostar de pensar.

O português então sublima mais uma vez a arte de não pensar, qualquer esforço para decifrar por exemplo um qualquer papelucho dependurado numa repartição pública é para o português uma grande chatice, para que hei-de estar a ler se está ali um tipo qualquer para me explicar, é esta a mentalidade do pouco esforço, aliás acreditamos que devem existir portugueses e portuguesas que falecendo aos 100 anos devem ter cérebros de jovens de 20 anos, dado a tão diminuta utilização que deram a essa ferramenta fantástica.

A preguiça abandalha as instituições, mina o Estado e faz desesperar uma parte da população que desespera em relações laborais cada vez mais próximas da escravidão, propostas pelos escroques patronais que a coberto da crise utilizam todos os expedientes para sugar o trabalho cada vez mais gratuito dos pobre desesperados, bem como na falta de intelecto que nos faz soçobrar enquanto sociedade, um povo que não pensa é um povo escravo, e nós somos cada vez mais isso mesmo, escravos!

Somos um país preguiçoso? Sim talvez sejamos, o pior é que somos um país que não valoriza o trabalho nem a Educação, que não protege quem trabalha, que não investe no conhecimento e que cada vez mais hostiliza os seus cidadãos, que sendo uns preguiçosos demoram a reagir, se alguma vez reagirem, uma boa imagem do português é aquela da preguiça que morreu de sede à beira de água!

Francisco Pereira

 

 

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