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Um arrepiante relato do Portugal real

15-05-2020 - Francisco Pereira

O relato que hoje aqui trago, foi partilhado comigo por um amigo, quero deixar claro que se é certo que uma árvore não faz a floresta, também não é menos verdade que se não se cuidar dessa árvore podre, ela irá seguramente contaminar todas as árvores da floresta.

“Espero que não tenham a sorte como eu de assim do nada um vizinho meu resolver alugar o seu apartamento a ciganos depois quero ver o que dizem. Passei por isso ao ponto de ter de vender o apartamento, ainda hoje não sei como consegui sair do pesadelo de ter as escadas tipo pocilga, a porta do prédio partida, aberta a pontapés, campainhas a tocarem de madrugada e musica toda a noite e nem a força policial vinha quando chamávamos por saberem do que se tratava.

Tanta coisa que aqui tinha pra contar. Agora perguntem por lá no bairro se existe problemas com mais alguém, sem ser com aqueles senhores. Não sabem viver em comunidade. Tenho alguns amigos ciganos 5 estrelas que souberam integrar-se. Agora o resto, levem-nos para o vosso prédio ou para uma casa ao vosso lado e depois falamos.

Só eu e a minha família sabemos o que sofremos. Desde ameaças a pontapés na porta e com a minha filha com 2 anos assustada. Campainhas a tocar de madrugada, sacos de lixo espalhados pela escada atirados desde o terceiro andar. Apanhamos uma depressão que até chorávamos sem saber o que fazer. Felizmente apareceu uma pessoa que queria comprar apartamentos para depois alugar e foi o milagre que tivemos. Todas as confusões que conheço naquele bairro são criados por aqueles senhores. Todas.

Cuspiam na escada. comiam e deitavam o lixo para o chão. Deitavam-se no chão à entrada do prédio e tínhamos de passar por cima para entrar porque não se desviavam, tinha aqui tanto para contar. Não desejo a ninguém passar pelo mesmo, vão a esse bairro e perguntem aos velhotes que moram por lá as ameaças que sofrem.

Passámos bastante. Fiz várias queixas aos representantes da autoridade, mas quando lhes ligava não apareciam por saber que eram eles. Uma vez esqueceram a chave para entrar no prédio e rebentaram com a fechadura a pontapé para entrar, nesse dia, chamei a força policial, ainda hoje estou à espera.”

Este relato emocionou-me por várias razões. Primeiro fiquei triste pela falta de solidariedade da comunidade, que vencida pelo medo e por saber que a Lei em Portugal não protege as pessoas, preferem não se meter e assobiam para o lado. Depois mais triste fiquei com a falência da autoridade do Estado, que fazendo fé neste relato não existe, daí resultando que comunidades inteiras se encontram à mercê de um qualquer grupo de delinquentes, sem que ninguém as proteja.

Por último fico ainda mais triste, por verificar que no século XXI ainda existam pessoas que se comportam de uma maneira selvagem e que isso lhes seja permitido, termino como comecei, se é verdade que uma árvore não faz a floresta, uma árvore podre contamina as outras árvores e acaba com a floresta.

Francisco Pereira

 

 

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