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MOBILIDADE e ACESSIBILIDADE

25-10-2013 - Francisco Pereira

As nossas cidades não estão preparadas para que nelas se viva com o mínimo de qualidade. Os presidentes de câmara, essa outra corja, foram culpados de terem alienado o espaço público à gulosa barrigana dos construtores, essa outra súcia. Assim irmanados destruíram por completo as vilas e cidades deste país, esboroaram a matriz cultural desses locais arruinaram as memórias e fizeram dessas cidades e vilas, coisas insalubres, feias e agora cada vez mais vazias, porque não quem compre os caixotes que foram deixando construir.

Almeirim infelizmente não escapou a essa onda, tendo sido completamente descaracterizada a sua matriz cultural, transformaram esta cidade numa coisa feia, mal organizada e terrivelmente amorfa, onde circular é difícil.

Tomemos por exemplo o bairro da Tróia, passeios minúsculos, com postes plantados pelo meio, ruas cheias de pedras. Num bairro cada vez mais envelhecido, como podem as pessoas com mobilidade reduzida sair de casa em tais condições miseráveis. Quem esteve à frente desta terra nunca teve sensibilidade nem competência para perceber que qualidade de vida não é cimento nem alcatrão, apesar de muitos asnos ainda assim pensarem.

Um local acessível implica que estejam acauteladas todas as eventuais necessidades de locomoção que os cidadãos que desejem utilizar esse local possam apresentar, e aqui falamos de coisas tão díspares como a deficiência motora crónica ou temporária, os invisuais, as mães com carrinhos de bebé ou os idosos com mobilidade reduzida.

O pior é que quem manda, não têm absolutamente nenhuma sensibilidade para estas questões, arquitectos e engenheiros projectistas, pior porque estão ao serviço das redes mafiosas e gananciosas da construção desregrada que destruiu as nossas cidades e vilas. Um dos mais graves problemas que afecta a vida dos centros urbanos de grande e média dimensão, é a falta de mobilidade e a falta crónica de acessibilidade, facto que muito raramente se acautela e ainda mais raramente se projecta e ou constrói com tais premissas em mente.

Basta ver que as ruas continuaram a ser construídas com as mesmas dimensões que eram há uma centena de anos onde o trânsito se vazia com carroças, esqueceram-se dos carros e da quantidade de gente que queriam enfiar dentro das terreolas mal amanhadas, veja-se o exemplo de Almeirim, acaso a cidade estivesse completamente ocupada na sua capacidade urbana seria um verdadeiro caos circular nas ruelas miseráveis, já para não falar no verdadeiro atentado ambiental que seria o colapso da rede de esgotos, mas que interessa isso aos inteligentes senhores do poder?

Outro facto importante que pode invalidar a mobilidade e a acessibilidade é o civismo. Quanto a isso estamos conversados, basta ver o estacionamento selvagem por cima dos passeios, as bicicletas a circularem por cima dos passeios, os passeios ocupados com toda a tralha imaginável, e a mais absoluta anarquia e bandalheira, em que poucos se respeitam enquanto cidadãos, com esta sociedade de babuínos, será muito difícil que estas questões se decidam favoravelmente, dado que aqueles a quem mais interessam, não parecem ter disso a mínima noção, encarando as coisas com uma resignação que faz temer o pior.

A mobilidade e a acessibilidade em Portugal são mais uma miragem que nunca atingiremos!

Francisco Pereira

Qualidade de vida
Quando ouvimos alguém dizer esta frase, ficamos sempre desiludidos, pois olhamos ao nosso redor e desesperamos, pois qualidade de vida é algo muito diferente daquilo que nos foi sendo enfiado pelo gorgomilo nestes últimos anos.

 

 

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