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Estupefacto

22-08-2014 - Henrique Pratas

A comunicação social e os nossos “governantes” não param de me surpreender, ontem após ter ouvido e visto factos que me pronunciarei neste texto que elaboro para poder partilhar o meu descontentamento face ao que ocorre neste País.

Ontem depois de ouvi e vi recordei uma citação do livro a “PESTE” de Alberto Camus e que transcrevo, “ Chega sempre um momento na história em que quem se atreve a dizer que dois e dois são quatro é condenado à morte", a par desta recebi de um amigo meu uma outra frase de um filósofo, escritor e matemático alemão de nome Georg Lichtenberg que afirmou o seguinte: “ Quando os que comandam perdem a vergonha os queobedecem perdem o respeito”.

Como devem ter visto ou ouvido um grupo mexicano fez uma proposta para comprar a maior parte das acções do BES – Saúde o que se sabe apenas é que é um grupo mexicano que aposta no segmento de mercado que é a Saúde, por um lado aceito a situação porque vai estancar a hemorragia que poderá advir da “falência” do BES – Saúde e de muitos trabalhadores que trabalham nos diferentes hospitais onde o BES detém uma posição maioritária, por outro lado fico descontente porque o chamamos por soberania nacional vai-se esfumando de forma lenta e assustadora.

Como é do vosso conhecimento a nossa economia, nomeadamente em sectores chaves já é dominada por angolanos, chineses, brasileiros e agora mexicanos, vejo com algum desgosto que a nossa soberania nacional que tantos defendem está a ficar abalada e questiono mesmo se fará sentido a existência de determinadas figuras no Estado.

Esta questão da soberania nacional é “cara” para os militares e para todos os cidadãos que entendem que nós devemos ser independentes, ter identidade própria e viver num País que é nosso e eu acho que cada vez mais temos um País que deixou de ser nosso para ser de uma série de interesses particulares que em nada contribuem para o crescimento e desenvolvimento do País.

Não deixei passar em claro a situação de uma situação de violência que se passou na zona norte do País onde as autoridades detectaram que aquela família vivia sem acesso à água e electricidade, ouvi e não quero ainda crer que estas situações existam, provavelmente tenho andado muito distraído, mas recordo o esforço que se fez nos anos logo a seguir ao 25 de abril, para que todas as habitações fossem dotadas de água canalizada electricidade e saneamento básico, afinal foi um esforço inglório porque a avaliar pelo que ouvi ontem ainda situações em que estas necessidades não são satisfeitas, contrariamente ao que o Des) Governo diz e propagandeia que os nossos índices de bem-estar estão cada vez mais perto dos níveis praticados dos países de compõem a União Europeia. Mentiras atrás de mentiras será que estes senhores não aprenderam quando eram mais pequenos que mentir era muito feio e não era considerada uma boa prática como agora se apregoa, estamos em pleno século XXI e existem portugueses que não possuem nem água canalizada, nem electricidade nem saneamento básico e assim o mandante deste País permanece insensível a estas e outras carências do nosso Povo. Acho isto perfeitamente inqualificável, vergonhoso e humilhante.

Não bastava esta notícia e ouço o bastonário da Ordem dos Médicos, dizer que os médicos cubanos, e só se referiu a estes não sei porquê porque temos cá médicos espanhóis, colombianos e brasileiros, que contrataram para suprir a falta de médicos existentes em Portugal.

Para já fico estupefacto, porque não se questionam as razões porque tiveram de recorrer à contratação desses médicos, as causas como sabem fomos nós que as criámos estabelecendo notas académicas que variam entre os 18 e 19 valores para entrar em Medicina, não é preciso ser muito inteligente para verificar que fomos nós que criámos a nossa própria sepultura e agora questionamos o que auferem os referidos médicos como se os contractos que estabeleceram com eles, não fossem elaborados por iminentes juristas que prestam assessoria aos diferentes Ministros da Saúde, questionamos o inquestionável e tenta-se nivelar por baixo é com os médicos mas também outros profissionais, caso dos enfermeiros em que deixámos sair do País jovens com conhecimentos e aptidões para o exercício da sua profissão e um destes dias vamos começar a gritar que eles se foram embora e que temos espanhóis e pessoas de outros países a exercer a actividade de enfermagem no País e aí eu vou perguntar de quem foi a culpa?, já sei a resposta como é hábito a culpa morre solteira e ninguém foi.

Um outro facto que não quero deixar passar em branco é a chegada de um jogador de futebol ao País de seu nome Nani e que regressou ao Sporting, cedido pelo Manchester United, não é o facto de o jogador ter regressado ao Sporting que me incomoda, o que deixa triste é a mobilização que a chegada de um jogador de futebol provoca na população portuguesa, quem viu as imagens da sua chegada ao aeroporto aquilo foi mais um excesso a meu ver, mas só me questiono porque é que as pessoas não se mobilizam da mesma forma e com o mesmo fulgor para manifestarem o seu descontentamento pelas politicas praticados por este Des) Governo e não lutam com tanta intensidade pelos seus direitos. No aeroporto parecia a chegada do D. Sebastião, o Desejado, que muitos esperam há muitos anos e que teima em não aparecer. Questiono apenas, tenho respostas mas não as dou, gostaria que pensassem nisto.

Não escrevi no meu texto de ontem sobre as declarações que o Vice-Primeiro Ministro de seu nome Paulo Portas fez sobre as decisões do Constitucional, mas vou apenas escrever e alertar todos os reformados e militares no activo e na reserva, que esta pessoa é mesmo que nas campanhas eleitorais se coloca ao lado dos mais desfavorecidos, caso dos reformados e dos ex-combatentes e que promete tudo em sede de campanha eleitoral e quando se apanha no poleiro esquece deliberadamente o que prometeu, ambram a pestana e votem quando for caso disso naqueles que fazem o que prometem e não naqueles que prometem e não fazem nada quando estão no Governo.

Voto ao inicio das frases que transcrevi em particular na segunda e infiro que o problema está nos que mandam em nós, mandam nas não comandam e aqui é que está o cerne da questão, daí decorre como disse o filósofo que os que devem obedecer percam a vergonham e se criem na sociedade acontecimentos que ninguém agarra de frente como seja a onda de violência, o desrespeito e afrontamento das forças policiais, por determinadas camadas da sociedade, o desrespeito dá nisto, cada um safa-se como pode e o melhor que pode sem respeitar nem regras, nem leis, nem os restantes cidadãos que partilham uma sociedade em comum.

Termino escrevendo que estamos a caminhar sobre brasas e seguindo caminhos paralelos que nos levam à desgraça e à desilusão e desconforto familiar, sem rumo ou orientação, que justificam em grande parte as situações de violência que proliferam pelo País e que ninguém age relativamente às causas e se limitam a dizer que a situação estava ou não sinalizada, não se trata de uma questão de trânsito trata-se de agir, tomar decisões, precaver, chega de planos de aeroplanos, de reuniões, de comissões, é hora de tomar medidas.

Há mais um pequeno reparo que tem a ver com o boicote que os russos decidiram tomar em relação à velha Europeu, como retaliação contra os embargos impostos por esta à Rússia, pelo que se passa na Ucrânia, os nossos agricultores estão a ficar estrangulados com tais medidas, dado que as exportações estavam em crescendo para aquele país e agora não têm onde escoar o que produzem, questiono alguém analisou a situação antes de tomar a decisão de participar neste embargo, pondo em causa processos de venda de sumos produzidos na Madeira, a serem comercializados na Rússia como produtos gourmet. A resposta é simples claro que não.

Aproveito a oportunidade para escrever que nos meus textos muito raramente ou quase nunca me pronunciar no que se passa nos outros Países porque em primeiro lugar não tenho em meu poder toda a informação que me permita opinar sobre o que acontece e em segundo lugar pelo facto de nós não conseguirmos resolver os nossos problemas e passamos a vida a opinar como se deve proceder em situações que não conhecemos em profundidade e apresentar soluções para o que não nos compete e o que devíamos resolver cá dentro não temos soluções, ou temos e não as pomos em prática.

Henrique Pratas

 

 

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