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Ao que isto chegou

22-08-2014 - Henrique Pratas

Nunca esperei que o nosso País chegasse ao estado em que se encontra.

Andando pelo País real sinto e vejo que as pessoas estão cada vez mais alheadas do poder centralizado em Lisboa, não querem saber de nada do que os Governantes dizem ou fazem só não querem é que os incomodem e os “rapazes” vão tendo o caminho livre para fazer o querem como é seu apanágio e não se cansam de dizer a tudo e a todos que quem manda são eles e fazem e o que querem e muito bem lhes apetece e ainda lhes sobra tempo para pensarem em mais medidas para acabar de vez com o País.

Relacionando isto como caso do BES, recebi uma informação de um amigo meu em que faz alusão a figuras de “proa” que passaram pelo BES e que depois vieram a assumir cargos governativos ou em Empresas chave do sector empresarial do Estado, para assim poderem controlar melhor os sectores de actividade onde os “instalaram”, esses sectores vão desde a Comunicação Social, às Estradas de Portugal, à Hotelaria, Banca, Seguros, Saúde e outros que eram e são importantes para o GRUPO BES.

Deduz-se facilmente que o conhecimento e a troca de informações relevantes para o grupo parece-me mais do que óbvia, não entendo é porque é que não assumem o que fizeram, existe muita gente envolvida e os amigos não saem a terreiro para defenderem aquele que lhes deu a “mão”, alguns deles estão escondidos que nem ratos metidos na toca à espreita de puderem dar a sua mordidela.

Para que tem memória devem-se recordar que no 25 de abril ocorreu uma situação semelhante, o caso BIP (Banco Intercontinental Português) liderado por Jorge de Brito, que também era possuidor de investimentos hoteleiros em Tróia na então designada Torralta.

Alguns de vós dever-se-á recordar bem desta situação, porque também pequenos accionistas, ribatejanos, foram induzidos a colocar as suas parcas poupanças na Torralta e de um momento para o outro ficaram com uma mão e outra atrás.

Fazendo uma comparação entre as duas situações existem semelhanças que, mais uma vez a história demonstra que se repete, com processos iguais, o que eu questiono é sabendo as entidades reguladoras da actividade bancária que estas situações ocorrem e como se desenvolvem, não intervêm mais cedo nestes processos com o objectivo de estancar estas hemorragias provocadas pelos detentores do capital e de ambição desmedida.

Convém também não esquecer o que aconteceu à família Espirito Santo, logo a seguir ao 25 de abril, o Administrador do BES chegou a estar preso em Caxias e depois por artes “mágicas”, recordo também que desapareceu do País tendo-se refugiado na Suíça. Para mim estas pessoas, ficam com uma sede de “vingança” muito grande e no processo que agora “explodiu” é patente este sentimento, recordo também que muitos dos que “ajudaram” a família Espirito Santo naquela altura viram os seus actos recompensados por esta colocando-os estrategicamente em lugares determinantes das empresas neste País. Não enuncio nomes, porque acho que não o devo fazer mas se repararem bem as ligações a antigos Presidentes da República, Deputados e fazedores de opinião é tremenda. Dou-lhes apenas o exemplo da AICEP, em que um deputado e colaborador do BES, passou rapidamente a Presidente da referida Instituição.

Mais uma vez me convenço que não existem almoços grátis e que as pessoas não têm honestidade intelectual nem moral, porque da fulgurosa actividade parlamentar para defenderem os interesses que lhe foram traçados pelos detentores do capital do BES e contra a defesa dos representantes dos eleitores, de cedo trocaram os interesses destes pelos seus próprios interesses.

Remato mais uma vez que a única coisa que a maior parte dos gestores e membros do Governo apenas vêm números e movem-se por interesses pessoais ou de uma determinada “casta”, que o discurso eleitoral é muito diferente da prática e que generalidade os políticos se tornaram em instrumentos do grande capital, esquecendo os principais motivos para que foram eleitos, ou seja a representação do Povo e dos desejos no Parlamento. Existe uma falta de ética e de verticalidade nunca antes vista, atrevo-me a dizer que estamos num estado pior, em determinados aspectos, do que no tempo de Salazar e Caetano. Apesar do que escrevi convém deixar claro que nunca fui nem sou apologistas de regimes apoiados em pessoas com as características que mencionei anteriormente.

Não vos posso neste momento adiantar mais nada, mas peço-vos que estejam atentos que irá “rebentar” mais um “caso” que ninguém espera, brevemente, se não for abafado entretanto e a acontecer o que espero dará uma maior consistência ao conteúdo do meu texto.

Não queria deixar de escrever algo sobre o Tribunal Constitucional, ou dos seus componentes que umas vezes decidem de uma maneira e sobre as mesmas matérias decidem de outra forma, só falta uma decisão sobre uma medida que seja constitucional às segundas, quartas e sextas e inconstitucional nos restantes dias, a falta de coerência é mais do que muita.

Termino como comecei “ao que isto chegou” e que mais nos irá acontecer.

Henrique Pratas

 

 

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