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Não será o PS um dos tentáculos do enorme POLVO que é o BES?

15-08-2014 - Eduardo Milheiro

Ninguém me consegue convencer do contrário, o PS é um dos tentáculos do enorme POLVO que é o BES.

Temos muita gente do PS comprometida com o BES, prova feita durante os dois Governos de José Sócrates, em que o Ministro da Economia foi o Manuel Pinho, mais uns Secretários de Estado, e por acaso foi o período em que mais PPPs se fizeram com o BES. Terá sido põe acaso?

Podia tudo isto ter sido por acaso, porém surge uma outra “coincidência”: um Manuel Salgado (primo direito de Ricardo Espirito Santo Salgado) na Câmara de Lisboa, no elenco de António Costa. Outro acaso? Penso que não.

Não tenho dúvidas que desde 1976 a 2013 existiram sempre nos governos, homens de mão de Ricardo Salgado, o grupo BES esteve presente, através de governantes que transitaram dos seus quadros para o governo ou que aí aportaram depois da passagem pelo executivo. Em 16 dos 19 governos Constitucionais, excepção feita ao Governo de Maria de Lurdes Pintassilgo (1979-1980), foram ao todo 32 elementos do BES que integraram os sucessivos Governos.

O PS foi e é um dos grandes responsáveis por isto, aliás, o PS já nos tem habituado a estes comportamentos de risco, que dão em grandes prejuízos para os Portugueses, pois não é peixe nem é carne.

Ernâni Lopes   fez parte do IX Governo Constitucional   (PS-PSD) entre 1983 e 1985, fazendo posteriormente parte da Administração do BES.

Emílio Vilar, ministro dos Transportes e Comunicações, de 1976 a 1978, governo de Mário Soares, presidente do Conselho de Gestão do Banco Espírito Santo e Comercial de Lisboa.

Almerindo Marques, em 1983 é eleito Deputado à Assembleia da República, em 1985 retoma a sua vida profissional, ingressando no Banco Espírito Santo.

Almerindo Marques viria a reencontrar o BES já na qualidade de presidente das Estradas de Portugal, tendo por função a supervisão do consórcio que o banco mantém com a Mota-Engil (Ascendi), fazendo por acaso o BES parte da estrutura accionista desta empresa.

A adaptação para as privatizações dos sectores estratégicos lançadas por António Guterres conferiram ao BES um lugar de comando na banca nacional. A relação de credor com a PT passa a ser um dos pilares do grupo BES, com Murteira Nabo a saltar de Ministro de Guterres para a presidência da telefónica (1996-2003), integrando, quatro anos mais tarde a administração do BES. No mesmo período, um ex-quadro do BES, António Mexia, chega ao comando da Galp, petrolífera onde o banco manteve uma posição até o ano 2000, alienando-a à ENI e Iberdrola por influência de Pina Moura.

O início do século marca a expansão do grupo BES a outras áreas de influência, como a saúde, cuja actividade pôde contar com a consultadoria da actual presidente do PS, Maria de Belém Roseira, assim como a consolidação do seu braço institucional, a Fundação Ricardo Espírito Santo, que coopta para a sua presidência a ex-Ministra da Cultura, Maria João Bustorff. Já no tempo de Sócrates, a influência do BES permanece, com os destinos da economia entregues ao seu quadro de longa data, Manuel Pinho, que agora acordou uma reforma milionária com o banco.

Como se pode observar, as minhas dúvidas têm razão de ser, daí ter chegado à conclusão de que o PS, gostem ou não gostem, é mesmo um dos TENTÁCULOS do enorme POLVO que é o BES e que durante muitos anos agiu às ordens de Ricardo Salgado, sendo que, na minha opinião, também são responsáveis pela tragédia que está a acontecer aos Portugueses com a falência do Grupo BES.

Eduardo Milheiro

 

 

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