As acções do BES, pequenos, médios e grandes investidores
15-08-2014 - Eduardo Milheiro
Desde sempre se disse que quem investia na Bolsa de Valores estava a jogar em acções, sempre foi considerado uma aposta onde se ganha ou se perde.
E é verdade, é um jogo, as acções sobem e ganha-se dinheiro, as acções desvalorizam e perde-se dinheiro, o Banco vai à falência e o dinheiro vai todo para os credores, e os accionistas em falências não são credores, são responsáveis pela instituição.
Numa empresa os sócios ou accionistas são responsáveis pela empresa, até ao valor do capital que têm investido, ou seja, o valor da sua participação, no caso do BES que faliu, provavelmente não vão ter direito a nada, pois o valor do activo não deve chegar para pagar o passivo, na verdade isto é justo, uma vez que pequenos, médios e grandes investidores quando ganharam dinheiro com a valorização das acções não distribuíram o lucro pelos contribuintes, daí não terem os contribuintes (Estado), nenhuma obrigação de lhes devolver o que investiram e que agora perderam.
Eu sei que houve uma garantia verbal por parte do Dr. Carlos Costa, Governador do Banco de Portugal dizendo que o BES estava seguro, que podiam comprar acções na subscrição sem medo, o que na realidade não era verdade, parece-me que a única solução é recorrerem aos Tribunais pedindo responsabilidades ao Banco de Portugal e ao seu Governador, ao Estado (contribuintes) nunca.
Aquele ditado português que diz “quem não arrisca não petisca” desta vez não deu certo para os investidores, só deu certo para a família Espirito Santo, que não petiscaram, antes pelo contrário, tiveram um lauto festim.
Eduardo Milheiro
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