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É necessário um Novo Partido pelo vazio que existe à esquerda

18-10-2013 - Eduardo Milheiro

Torna-se imperativo o aparecimento de um novo partido, o que foi demonstrado nas passadas eleições autárquicas, pois os valores apurados em abstenção, votos nulos e em branco totalizaram cerca de 47,4%. Assim, pode ser este o sinal de que os portugueses não acreditam que no quadro político existente possa estar a resolução da crise económica e financeira que atormenta Portugal.

À esquerda temos um enorme vazio, tornando-se pertinente o aparecimento de um novo partido de esquerda que defenda o socialismo e a democracia, que rompa com a política neoliberalista - condição necessária para o desenvolvimento do País - que desenvolva a economia e acabe com os cortes a pensionistas, funcionários públicos e trabalhadores de empresas privadas. É bom não esquecer que os empresários têm despedido trabalhadores e contratado novos por salários mais baixos - uma diminuição de cerca 10%.

A tudo isto se junta a necessidade de proceder a uma reforma estrutural do Estado. Mas o que temos assistido é a cortes nos ordenados dos funcionários públicos e aposentados, sem obedecer a plano nenhum a não ser o de cortar despesa e contribuir para a falência da economia. Tal é motivado pela perda do poder de compra, cavando cada vez mais desemprego, que por sua vez aumenta a despesa do Estado, com mais subsídios de desemprego e causando problemas à Segurança Social, uma vez que perda de contribuições de empregados e patrões diminui a receita em milhões de euros.

A saída do euro e a continuação na União Europeia não é fácil como diz o professor João Ferreira do Amaral (Ler: Porque Devemos Sair do Euro de João Ferreira do Amaral), mas tem de ser uma questão a ser considerada. Não basta dizer que se deve rasgar o memorando da Troika, é necessário apresentar alternativas, e essas só poderão acontecer pela voz de um novo Partido de Esquerda. Este deverá ser isento, sem comprometimento ao sistema instituído e que procure as soluções que permitam Portugal voltar ao caminho da retoma económica e do desenvolvimento, colocando as pessoas em primeiro lugar, e não qualquer deficit ou uma solução errada imposta pelos tutores do nosso destino, tutoria essa que foi assumida sem os Portugueses dizerem sim ou não.

Há alguma gente que defende que não nos deixam sair do euro sem sair da União. Se assim for, então que o país seja entregue a um novo partido que defenda estas ideias, e que possa auscultar os Portugueses relativamente àquela opção. Seria novamente necessária a apresentação do passaporte numa ida a Badajoz, o que seria sinónimo a voltarmos a ter a nossa soberania, sermos donos da nossa moeda, em vez de um protectorado da Europa e do FMI.

Este espaço para a formação de um novo partido de esquerda socialista existe entre o PCP e o PS, espaço que poderia ter sido ocupado pelo Bloco Esquerda, que poderia ser o partido que puxasse o PS para esquerda, visto que com o PCP as alianças são muito difíceis, pois o PCP na sua génese é um partido que considera ser a direcção dos trabalhadores, e bem, porque de outra forma não era uma partido comunista, torna inviáveis alianças. O Bloco poderia ter seguido a estratégia de ser o aliado à esquerda do PS, mas infelizmente nunca aconteceu, todavia, a solução tem de ser encontrada.

Os homens e mulheres de Portugal têm de tomar o destino nas suas mãos. Quase 50% dos Portugueses não se revê neste sistema político partidário pelo que já foi demonstrado, tendo como base as últimas eleições autárquicas, daí ser imperativo que uma decisão seja tomada, e essa solução passa por um novo partido de esquerda socialista.

Eduardo Milheiro

 

 

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