UMA PEQUENA VITÓRIA!
10-04-2020 - Cândido Ferreira
Um mês depois dos sucessivos alertas da “APAR – Associação Portuguesa de Apoio ao Recluso”, de que sou Presidente do Conselho Consultivo e Sócio de Mérito, foi ativado um Plano de Contingência para as prisões.
Anunciado como necessário, “não para defesa dos reclusos, mas sim dos funcionários”, tal Plano abrange a possibilidade de indultar reclusos condenados a penas menores, ou em final de pena, dando assim, sob garantias de total segurança e de controlo, muita folga ao combate ao inimigo comum: o Covid-19.
Somos o país mais seguro da Europa e talvez o que maior taxa de presos apresenta, incluindo muitos preventivos que nem a julgamento vão. Usa-se e abusa-se deste método, num quadro de Justiça para ricos e para pobres.
A APAR orgulha-se de ter justificado esta medida, já há um mês, e de, provavelmente, também ter contribuído para que algumas instâncias, como a atual Provedoria de Justiça, que muito respeitamos, tenham quebrado a sua inflexibilidade inicial.
Quanto a outras medidas técnicas e operacionais, para que, pessoalmente, tenho alertado, resta-me acrescentar que as boas práticas de comando evidentes na Alemanha, e talvez Dinamarca, estão a marcar toda a diferença nos resultados a nível europeu. A Zona Centro, em mortalidade, tem tido resultados que merecem reflexão.
Quero deixar aqui, hoje, uma saudação muito especial ao Presidente do Sindicato Independente dos Médicos, Jorge Roque da Cunha, que tem sido de uma enorme lucidez e coragem.
Tenho discutido alguns assuntos técnicos com ilustres profissionais. Continuo sem entender por que não se testa de forma coordenada, e respeitando protocolos éticos e científicos, certas terapias de choque que poderão surtir efeito em casos que, sem essas tentativas, estão a evoluir fatalmente para o desenlace.
Finalmente, constato que, nas ruas, as forças da proteção civil e de segurança começam a ter noção do que é uma guerra biológica.
Por mim, recomendaria imediatamente o uso obrigatório de máscaras nos espaços públicos e até alargaria esta medida à proteção do cabelo e das mãos. Só assim poderemos derrotar um inimigo invisível e tão traiçoeiro.
Iremos sobreviver e, no final, ainda estaremos mais unidos e fortes.
FORÇA!
Cândido Ferreira – médico jubilado
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