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CRISE CIVILIZACIONAL, OU UM BANHO DE REALIDADE?

10-04-2020 - José Janeiro

Tenho lido e ouvido os profetas-comentadeiros, sobre a crise COVID-19 e a sua evolução económica-social, e sem ter a pretensão de ter conseguido abranger tudo o que se disse, entendo que ninguém tocou no problema base do que se está a passar: O BANHO DE REALIDADE QUE ESTA CRISE ESTÁ A GERAR.

Na verdade, todos falam de futurologia, mas olhando para os modelos pré existentes, lavram num erro crasso: a situação é totalmente nova e não há qualquer solução que possa ser comparável na historia, donde qualquer modelo vai falhar com base na REALIDADE. Essa realidade implicou o FECHO dos países e da economia, nunca tal se produziu em qualquer crise sanitária. Tudo isto é novo e a abordagem deve ser NOVA.

Esqueçam o que sabem hoje sobre modelos económicos, ou outros e procurem debruçarem-se sobre uma nova solução económica que passa pela união de esforços que permita um entrencheiramento das nações. Sim, proponho a criação de um bloco coeso e com um objectivo comum, seja pela Europa e una, seja pela admissão de outras nações extra europeias.

Explicando: as nações europeias foram alegremente deslocalizando as suas industrias, desprotegendo-se e dando poder á China, enriquecendo-a. Ficaram assim, dependentes de matérias primas e outros tipos de produtos, permitindo àquela um controlo mundial via divisas, o que provocou a aquisição (nesta fase) ao desbarato do que faltava controlar.

A reconversão europeia passa pela sustentabilidade económica-financeira-social aonde cabe a produção interna de tudo o que permita garantir o bem estar e a sobrevivência das suas gentes, sem dependências de terceiros. Os críticos irão vociferar sobre o paraíso do livre comercio, o paraíso da economia global, o paraíso das relações entre estados e/ou blocos económicos, esquecem-se contudo, da REALIDADE que esta crise colocou a nu, esquecem-se também da forte dependência de uma só nação, esquecem-se contudo, da escandaleira que foi a aquisição da base económica e de sobrevivência dos países, que passou pela ENERGIA e a FINANÇA, por parte da China depois de a termos enriquecido desmesuradamente, sem regras e sem estratégia alguma.

Os grandes blocos de sobrevivência dos países estão perfeitamente identificados: ALIMENTAÇÃO, SAUDE, ENERGIA E FINANÇAS, o ataque feito pela China incidiu acima de tudo naquilo que pode controlar os demais a ENERGIA e a FINANÇA. Em Portugal, a Troika juntamente com o idiota do Passos Coelho, foram os responsáveis e coveiros que permitiram o controle dessas duas vertentes por parte da China. Ignóbil, é a palavra que classifica a decisão tomada. A falta de visão foi atroz.

As noticias disseram-nos, que a Alemanha evitou a venda a chineses de algumas empresas. A imagem que passa do estado Chinês é o de vampirismo pelo controlo mundial através do poder económico, poder esse proporcionado pelo ocidente, via compra de produtos. Não sei se é verdade que o COVID-19, foi criado em laboratório, esta informação deve ser vista com as devidas cautelas, mas sabemos que a capital financeira da China, Shanghai e capital estatal Beijing, não foram afectadas pela epidemia, isso deixa muitas perguntas em aberto. Sabemos que a interrupção económica se cingiu a uma província do gigante que é a China, mantendo-se inalterado todos os meios de produção no restante país, ou seja, a fonte económica mantêm-se sem percalços. Tanto que se apressaram a fornecer ao mundo os produtos necessários para combater a pandemia, continuando a facturar milhões.

O novo paradigma tem que comportar o retorno ás origens da base produtiva para permitir a autonomia do que necessitamos, dentro do necessário para a sobrevivência sem dependências de terceiros.

Penso que a China já entendeu que o mundo está a ficar contra eles e que de pouco lhes irá servir em breve o controlo económico conseguido. Cabe aos países agir sem contemplações para fazer face ao problema e apenas parece haver um e só um caminho: injecção de dinheiro em massa na economia. Esta injecção de dinheiro terá que passar, sem sombra de duvidas, pela emissão de moeda, com as consequências que todos sabemos, mas que não devem preocupar grandemente os decisores, pois acabará por se verificar ser uma falsa questão, como o foi no passado.

A emissão de moeda provocará três efeitos imediatos e conhecidos: desvalorização da moeda por quebra da paridade ouro e aumento da inflacção, a par do aumento das taxas de juro. Estes factores parecem assustar os economistas, sobretudo os nórdicos que foram os únicos a beneficiar grandemente com a moeda única e assim querem, ou esperam continuar, mas a realidade irá demonstrar-lhes o seu enorme erro.

Paralelamente á desvalorização da moeda, duas grandes vertentes serão conseguidas: factores de produção mais baratos e competitivos internacionalmente permitindo recuperar franjas de mercado que foram para a China e a grande “pedra de toque”, a desvalorização das divisas na posse da China, colocando-a no seu lugar.

A divida comum em negociação, com uns “bonds” quaisquer, será apenas e só, na minha opinião, um “must” para o equilíbrio do processo, pois acima de tudo permitirão a existência de uma Europa forte, coesa e com uma unidade que falta hoje.

É tempo de esquecer os quintais de cada um dos países, é tempo de retirar lições, é tempo de queimar os livros de economia, como hoje os conhecemos, e fazermos deles apenas algo que faz parte do passado. É acima de tudo tempo de aprender lições e deixarem de olhar para o umbigo de cada um, mas mais para a unidade na força que essa produz.

Precisamos de um líder forte, sim Camões descreveu bem a situação, algo como: “rei fraco faz fraca a forte gente”, é a isto que estamos a assistir hoje com a liderança europeia, mais preocupada em fazer a “gestão do bocadinho” diplomaticamente, do que um forte murro na mesa e por ordem na desordem em que a União se transformou. Não foi esta a união que os fundadores sonharam por certo.

Mantenham-se seguros.

Até para a semana

José Janeiro

 

 

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