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Desastres, falsas impressões, expectativas goradas. Europeias vistas à lupa

31-05-2019 - João Pedro Henriques

O PS subiu um pouco - mas "poucochinho" para a maioria absoluta; no PSD, CDS e CDU os resultados foram trágicos - mas não se antecipam golpes palacianos; a abstenção foi o que foi - mas menos do que parece.

Não há sinais de que os portugueses simpatizem com a ideia de o PS caminhar para uma maioria absoluta."

Esta consideração foi feita, ontem, por um antigo dirigente de topo no PS, o ex-ministro Paulo Pedroso, há muito afastado da política nacional mas nem por isso menos atento. Numa nota no Facebook, Pedroso constatou o óbvio: o PS, ao passar de 31,46% (oito eleitos) em 2014 para 33,38% (nove eleitos) ontem teve uma "subida moderada". É "poucochinho" ou mesmo nada para quem sonha com maioria absoluta nas legislativas de outubro.

Ao mesmo tempo, os socialistas viram à sua esquerda o BE crescer e o PCP definhar - sendo que entre os comunistas se antecipa um caminho de regresso ao modo de oposição pura e dura. Uma geringonça futura poderá estar muito condicionada.

No PSD, o resultado foi um desastre: 22% - a pior percentagem alguma vez obtida pelo partido - que resultaram em seis eleitos (os mesmos de 2014). A oposição interna vê obviamente os seus piores receios confirmarem-se quanto ao desempenho de Rui Rio mas, por ora, não afia as facas. O tempo passou. A três meses das legislativas já não há tempo para pôr em causa a liderança.

No CDS, Assunção Cristas também está sob pressão. Os centristas, mantendo Nuno Melo como seu único eurodeputado, falharam o objetivo de eleger também o segundo da lista, Luís Pedro Mota Soares. Isto para já não falar da meta que Melo chegou a verbalizar, a de ficar à frente do BE e da CDU. Com 6,19% dos votos, os centristas ficaram atrás da CDU (6,88%) e muito mais do BE (9,82%). As fações mais conservadoras do partido responsabilizam a líder por uma estratégia errada de aproximação ao centro mas não querem depô-la: Cristas irá a votos nas legislativas.

"O partido começa a não ter uma doutrina e o nosso eleitorado não gosta disto. Não é por a líder do partido ser popular e cozinhar atum num programa da manhã que ganhamos votos", diz Abel Matos Santos.

No PCP também se lambem feridas. Os comunistas perderam 188 mil votos (e um dos três eurodeputados) nas eleições de domingo, quando comparadas com as europeias de há cinco anos. O partido costumava conseguir segurar o seu eleitorado mas desta vez algo falhou. Ninguém assume erros táticos ou estratégicos. Culpam os media por "campanhas difamatórias".

Por último, a abstenção, talvez o principal paradoxo da noite eleitoral. Na verdade, no território nacional votaram mais pessoas do que em 2015. Mas a percentagem global da abstenção aumentou porque o universo eleitoral total aumentou de 9,7 milhões de eleitores para 10,7 milhões, por via do recenseamento automático de centenas de milhares de emigrantes portugueses residentes no estrangeiro.

Fonte: DN.pt

 

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