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Tancos: investigação segue pista de ligação a dissidentes da ETA

21-12-2018 - Valentina Marcelino

A maior parte dos suspeitos detidos têm ligações ao tráfico de estupefacientes e de armas. O roubo terá sido encomendado por um grupo com atividade em Espanha, com possíveis ligações a dissidentes do grupo terrorista ETA.

astecer organizações criminosas de tráfico de estupefacientes e tráfico internacional de armas, como objetivo mais provável do assalto aos paióis de Tancos, é a tese, neste momento, com mais força na investigação dirigida pelo Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP).

Estes foram, a par com o terrorismo internacional, os crimes mais graves, que levaram à detenção, na última segunda-feira, de oito suspeitos, numa operação do DCIAP e da PJ.

Em relação ao terrorismo, o DN sabe que durante o interrogatório um dos arguidos admitiu que a encomenda do assalto teria partido de traficantes com possíveis ligações a dissidentes dos terroristas da ETA - organização que anunciou o seu fim em maio deste ano.

No entanto, ao que o DN apurou junto a fontes da investigação, esta ligação carece de provas mais concretas, o que ainda não terá sido conseguido. Aliás, nenhum dos cinco detidos nesta segunda-feira, que ficou em prisão preventiva, ficou indiciado por terrorismo internacional, segundo confirmou já um dos advogados.

Desde que o inquérito foi aberto, em julho de 2017, o Ministério Público tem mantido estes crimes na sua linha de investigação, tendo sido esse o motivo que levou a atribuir o processo à Unidade Nacional de Contraterrorismo da PJ.

Descartada parece estar cada vez mais a tese, defendida em alguns círculos, de que o assalto teria sido planeado para obter munições para as 57 pistolas desviadas da PSP. Apesar de ambos os casos terem um suspeito em comum - já em prisão preventiva -, fontes que estão a acompanhar ambas as investigações, na PJ e na PSP, não têm indícios concretos que corroborem essa ideia.

57 Glocks terão saído aos poucos da sede da PSP durante todo o ano de 2016, sendo de imediato vendidas no mercado criminal.

Entre o material roubado em Tancos estavam 1500 munições 9 mm, que são utilizadas neste tipo de armas. Quando a maior parte do material de guerra foi recuperado, quatro meses depois, as munições não estavam incluídas.

O suspeito em comum - A. Laranginha - será a única coincidência. Essa convicção, partilhada da Gomes Freire e na Penha de França, é assente nos indícios já recolhidos, de que as 57 Glocks terão saído aos poucos da sede da PSP durante todo o ano de 2016, sendo de imediato vendidas no mercado criminal.

Laranginha era próximo do ex-fuzileiro que a PJ já deteve e que está, desde setembro, em prisão preventiva. Ambos serão os cabecilhas e intermediários dos furtos. Laranginha, tal como outros quatro do total de oito detidos nesta segunda-feira, ficou também em prisão preventiva.

Tendo em conta que oito das pistolas foram recuperadas, precisamente nas mãos de criminosos, principalmente traficantes de droga, em vários pontos do país e em Espanha, não será difícil concluir que as outras tiveram o mesmo destino. Por outro lado, este tipo de munições não são difíceis de conseguir no mercado negro, não havendo por isso necessidade de assaltar uma base militar para as conseguir.

"A investigação ainda está a decorrer, mas, para já, não faz muito sentido que as munições furtadas em Tancos tenham sido para utilizar nas pistolas da PSP. Isto porque, de acordo com os indícios recolhidos até agora, as pistolas foram roubadas aos poucos durante 2016 e colocadas logo no mercado criminal, em grupos com atividade em Portugal e em Espanha. Dessa forma, será inverosímil que as munições tenham sido roubadas para elas, quando já estavam dispersas no mercado há tanto tempo", sublinha uma fonte que está a acompanhar o processo.

Sete suspeitos deste furto, entre os quais dois polícias - que tinham sido já suspensos de funções na PSP -, foram detidos numa operação policial nesta quarta-feira.

Fonte: DN.p

 

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