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Marcelo aceita convite de Xi e visita a China em abril de 2019

07-12-2018 - Susana Salvador

Presidente português e homólogo chinês querem reforçar a cooperação entre os dois países. O presidente português, Marcelo Rebelo de Sousa, anunciou ter aceitado o convite do homólogo chinês, Xi Jinping, para uma visita de Estado à China em abril de 2019, no âmbito "da assinatura de um memorando de entendimento e da presença portuguesa na iniciativa Uma Faixa, Uma Rota".

O Presidente português disse ter aceitado "o convite acabado de formular" por Xi Jinping, lembrando que 2019 será o ano da China em Portugal e de Portugal na China. O que simboliza bem, referiu, "a dimensão e a relevância da parceria que desejamos continuar a construir, com um diálogo político regular e contínuo, a pensar no muito que nos une".

O anúncio foi feito após um encontro entre os dois líderes no Palácio de Belém, no primeiro de dois dias de visita oficial de Xi e da primeira-dama, Peng Liyuan, a Portugal, que acaba nesta quarta-feira com um encontro entre o líder chinês e o primeiro-ministro português e a assinatura de vários acordos.

"Vinho, azeite e amigo, quanto mais antigo melhor", disse o presidente chinês, citando um ditado português, para se referir à relação com Portugal, que apelidou de "um grande amigo e parceiro". Após reunir-se com Marcelo, Xi lembrou que "a relação sino-portuguesa está a chegar ao seu melhor período da história", mas defendeu ainda mais, referindo as atividades conjuntas previstas para o próximo ano, quando se celebram os 40 anos do estabelecimento das relações diplomáticas.

"Vamos impulsionar a nossa parceria estratégica global e desenvolvê-la a passos firmes para trazer mais benefícios para os nossos dois povos", indicou numa declaração sem direito a perguntas. "Devemos fazer crescer e aperfeiçoar os projetos existentes e ampliar as trocas comerciais e criar mais pontos de crescimento", acrescentou o presidente chinês, que agradeceu a receção calorosa e que convidou o homólogo português a visitar a China.

Avançar a cooperação

"Bem-vindo a Portugal, presidente Xi Jinping. Bem-vindo, quase 40 anos depois do estabelecimento das nossas relações diplomáticas. Bem-vindo num momento em que a nossa cooperação cultural, universitária, científica e tecnológica cresce de dia para dia", tinha dito antes Marcelo.

"Bem-vindo num instante em que a nossa cooperação económica e financeira é forte e queremos que seja sustentada e duradoura no futuro. Bem-vindo num tempo em que pode e deve avançar a nossa cooperação na comunidade que fala português, até porque a língua portuguesa é uma das mais faladas do globo e, porventura, a liderante no hemisfério sul", acrescentou.

Xi Jinping referiu também a importante posição geográfica portuguesa, que representa um ponto importante para a consolidação da nova rota da seda marítima e terrestre. "A nossa cooperação no âmbito de uma faixa e uma rota são vantagens naturais e vamos fortalecer de forma plena a nossa relação para abrir novos espaços e áreas para a nossa cooperação e benefícios recíprocos", sublinhou.

"Estamos longe em termos geográficos e temos instituições muito diferentes. Pertencemos a realidades regionais diversas e isso não nos impediu de conviver harmoniosamente em Macau há cinco séculos e de estreitarmos, no passado e no presente, frutuosos conhecimentos e amizades", referiu o Presidente português.

As diferenças também não impedem os dois países de trabalhar em comum "para a valorização do papel do direito internacional, das organizações internacionais, a começar nas Nações Unidas, nem de defender o multilateralismo, os direitos humanos, a resolução pacífica dos conflitos, nem de apoiarmos o livre comércio e as pontes de entendimento entre Estados e povos. E estarmos, em permanência, atentos ao ambiente e às alterações climáticas", reiterou.

"O mundo de hoje exige que os povos e os Estados superem as naturais diferenças de história, de cultura, de visão e criem condições para mais paz, mais tolerância, mais justiça, para que mais se respeite a legítima ambição das pessoas em todo o mundo à liberdade, à igualdade, à dignidade", indicou Marcelo, referindo que espera que a primeira visita de Estado de Xi Jinping a Portugal sirva para fazer história: "É nosso dever garantir que essa história contribuirá mesmo para a felicidade dos nossos dois povos."

E despediu-se pedindo a Xi Jinping para que se sinta em casa, "tal como nos sentimos em nossa casa na China há 500 anos". O Presidente português ofereceu ontem à noite um jantar ao homólogo chinês no Palácio Nacional da Ajuda.

Desfile militar e flores no túmulo de Camões

Marcelo recebeu o presidente chinês no Palácio de Belém, depois de uma cerimónia de boas-vindas, com desfile militar, junto ao Mosteiro dos Jerónimos. Xi Jinping visitou depois a igreja do mosteiro, depositando uma coroa de flores no túmulo de Camões, que citou no artigo que escreveu para o DN.

Com um perímetro de segurança alargado, os populares que quiseram assistir à cerimónia foram obrigados a ficar atrás das grades e da fonte do parque frente aos Jerónimos. Por cima, pairava um drone. No mosteiro havia snipers.

Apesar de distantes, os membros da comunidade chinesa faziam-se ouvir junto da tribuna. Segundo os jornalistas chineses, gritavam dando as boas-vindas calorosas a Xi Jinping. Na rua que liga os Jerónimos ao Palácio de Belém, havia também algumas faixas em chinês com a mesma mensagem e também em inglês "Bem-vindo presidente Xi na sua visita a Portugal. Associação de estudantes e alunos chineses"

Eram visíveis também algumas bandeiras de apoio ao Tibete, apesar de terem sido feitos esforços para as tapar com outras bandeiras maiores da China.

Agenda para o último dia

O segundo e último dia da visita de Xi Jinping a Portugal começa na Assembleia da República, onde será recebido pela terceira figura do Estado, Ferro Rodrigues, com honras militares, revista à Guarda de Honra e desfile militar.

Da Assembleia, o presidente chinês seguirá para o Palácio Nacional de Queluz, onde é esperado pelo primeiro-ministro português, António Costa, pelas 11.30. Serão então assinados os acordos de cooperação entre os dois países, antes de um almoço.

Xi Jinping regressa depois à China, no final de um périplo que o levou a passar por Espanha, pela Argentina, para a cimeira do G-20, e pelo Panamá.

Fonte: DN.pt

 

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