Edição online quinzenal
 
Sábado 18 de Maio de 2024  
Notícias e Opinião do Concelho de Almeirim de Portugal e do Mundo
 

Director da PJ apanhado a avisar PJM da investigação no caso Tancos

26-10-2018 - Zap

Escutas telefónicas efectuadas no âmbito da Operação Húbris, que investiga o modo como foram recuperadas as armas roubadas em Tancos, terão apanhado o então director da Polícia Judiciária (PJ), Almeida Rodrigues, a alertar o director da PJ Militar da altura, Luís Vieira, de que estava a ser investigado.

Esta informação foi apurada pelo jornal   Sol   junto de fontes da investigação. De acordo com o semanário, Almeida Rodrigues terá alertado o então director da PJ Militar em Dezembro de 2017.

Luís Vieira é um dos arguidos da Operação Húbris   que investiga as circunstâncias em que as armas de guerra roubadas em Tancos   apareceram. A  recuperação das armas  foi feita no âmbito de uma   encenação preparada entre a PJM   e o autor do assalto, um antigo militar indiciado por tráfico de droga e de armas.

Além de Luís Vieira, há outros militares e elementos da GNR sob suspeita e o Sol nota que quando receberam o alegado alerta de Almeida Rodrigues, decidiram “mudar de telemóveis e planear estratégias para confundir os investigadores da PJ “.

Almeida Rodrigues terá sido  apanhado numa escuta  a falar com Luís Vieira, um seu velho conhecido. Além disso, Almeida Rodrigues será “amigo do irmão do director da PJM, Fernando Vieira”, depois de ambos terem iniciado a carreira na PJ de Coimbra, como repara o Sol.

O  antigo director da PJ nega  estas alegações, garantindo ao semanário que só conversou com Luís Vieira a título formal.

“Falei apenas uma vez com Luís Vieira na qualidade de Director Nacional da PJ para o Director Geral da PJM, no sentido de ser cumprido o despacho da Procuradoria-Geral da República, segundo o qual a PJM devia coadjuvar a PJ na investigação sobre Tancos”, refere Almeida Rodrigues.

“Foi  uma conversa institucional  numa cerimónia oficial, a comemoração dos 700 anos da Marinha, a 12 de Dezembro”, assegura também. “Nessa altura, admito que tenha dito: ‘convosco ou sem vocês, vamos investigar isto até ao fim”, concluiu.

Almeida Rodrigues, que dirigiu a PJ desde 2008 até Maio de 2018, pode agora vir a ser constituído arguido   na Operação Húbris “por favorecimento pessoal praticado por funcionário e violação do segredo de justiça”, aponta o Sol.

PSD e CDS admitem questionar António Costa

Entretanto, no âmbito desta investigação em torno da recuperação das armas, o jornal Expresso   revela que o documento entregue pelo ex-chefe de gabinete do antigo ministro da Defesa ao Ministério Público (MP) pode comprometer o ex-governante.

Nesse documento, o ex-chefe de gabinete, o tenente-general Martins Pereira, corrobora a versão do ex-porta voz da PJ Militar, Vasco Brazão,  confirmando ambos a encenação  na recuperação das armas, como constata o Expresso.

Este dado pode revelar-se  comprometedor para Azeredo Lopes  que se demitiu do cargo de ministro da Defesa, em consequência do caso Tancos, mas afirmando desconhecer a operação de encenação.

Perante estes dados,  o PSD e o CDS  já vieram notar que admitem questionar o primeiro-ministro António Costa sobre o caso.

O documento entregue ao MP inclui uma  “fita do tempo”  que revela que o ex-Chefe do Estado-Maior do Exército, general Rovisco Duarte, que também se demitiu no âmbito do caso, impediu a entrada de inspectores da PJ na base de Santa Margarida, onde se encontravam as armas recuperadas, durante cerca de 5 horas.

 

Voltar 


Subscreva a nossa News Letter
CONTACTOS
COLABORADORES
 
Eduardo Milheiro
Coordenador
Marta Milheiro
   
© O Notícias de Almeirim : All rights reserved - Site optimizado para 1024x768 e Internet Explorer 5.0 ou superior e Google Chrome