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John McCain deixa carta de despedida para “derrubar muros”

31-08-2018 - Lusa

O presidente norte-americano cedeu às críticas e publicou uma mensagem de condolências, voltando a bandeira da Casa Branca a ser colocada a meia haste. Dois dias após a morte de John McCain foi tornada pública uma carta que o senador deixou para os norte-americanos. Na carta, o senador republicano escreveu que enfraquecemos “quando nos escondemos atrás de muros em vez de derrubá-los”.

Numa carta de amor ao país e de homenagem aos cidadãos, o senador McCain afirma que foi “um privilégio” ter servido os Estados Unidos ao longo de seis décadas mas também admite “arrependimentos".

“Tentei servir nosso país honradamente. Cometi erros, mas espero que meu amor pela América pese favoravelmente contra eles ”, refere a missiva de McCain, cujo conteúdo foi lido, esta segunda-feira, em conferência de imprensa na cidade de Phoenix, no Arizona, pelo conselheiro de McCain, Rick Davis.

Considerando ter sido “a pessoas mais sortuda” do mundo, o senador refere “gratidão” pelo amor da família e pela possibilidade de ter contribuído para as causas da liberdade, da justiça igualitária e do respeito pela dignidade de todos.

“Somos cidadãos da maior república do mundo, uma nação de ideais, não de sangue e solo. Somos abençoados e somos uma bênção para a humanidade quando defendemos e promovemos esses ideais em casa e no mundo”, escreveu.

Sem que o nome de Donald Trump fosse referido, a carta evoca as diferentes visões do mundo que separaram o senador do presidente.

"Enfraquecemos a nossa grandeza quando confundimos o nosso patriotismo com rivalidades tribais que semearam ressentimento, ódio e violência em todos os cantos do globo. Enfraquecemo-la quando nos escondemos atrás de muros, em vez de derrubá-los, quando duvidamos do poder de nossos ideais, em vez de confiar que eles são a grande força de mudança que sempre foram", escreveu McCain, para quem as políticas atuais acentuam as divisões nos Estados Unidos.

No final do texto, McCain alude à derrota na eleição presidencial de 2008, da qual saiu vencedor Barack Obama. “Há 10 anos, tive o privilégio de admitir a derrota nas eleições para presidente”, afirmou.

O texto termina com um apelo à unidade entre os americanos, pedindo-lhes que não “desesperem perante as nossas dificuldades atuais”.

John McCain faleceu sábado, no seu rancho de Sedona, aos 81 anos, após 13 meses de luta contra um cancro no cérebro. Estava rodeado dos sete filhos e da mulher, Cindy.

Mulher de McCain entre os possíveis sucessores

A segunda mulher de John McCain tem sido apontada como um dos possíveis nomeados para suceder ao senador, juntamente com outros membros antigos membros do congresso da delegação do Arizona.

Cindy McCain tem 64 anos, é dona de uma empresa distribuidora de cervejas e dedica-se à filantropia. A luta contra o tráfico de seres humanos foi a causa pública que mais notoriedade lhe deu. Cindy e John conheceram-se em 1979 e casaram no ano seguinte, após o divórcio do senador.

O governador do Arizona Doug Ducey deverá anunciar o nome de quem vai substitui John McCain no Senado depois do funeral, marcado para domingo.

Segundo a lei, o nomeado deverá assumir o lugar de McCain mas tem de concorrer às eleições de 2020 para exercer até ao final do mandato, que termina em janeiro de 2023.

Bandeira a meia haste

Pouco tempo após a divulgação da carta de John McCain e depois de dois dias em silêncio sobre a morte do republicano apesar da insistência dos jornalistas, Donald Trump decidiu prestar homenagem ao senador.

O Presidente dos Estados Unidos ordenou que a bandeira na Casa Branca fosse colocada a meia-haste e fosse publcada uma declaração oficial

“Apesar das nossas divergências políticas, respeito o serviço do senador John McCain ao nosso país”, leu também o Presidente.

Donald Trump tinha publicado uma mensagem no Twitter, sábado, em que prestava condolências à família de John McCain. No sábado, a bandeira da Casa Branca foi colocada a meia haste. 

Esta segunda-feira, já com a bandeira totalmente hasteada, o jornal The Washington Post avançava que o Presidente não teria autorizado a divulgação de uma declaração de condolências pelos serviços da Casa Branca. 

O facto de Trump não ter impedido que a bandeira fosse novamente içada, mais uma vez contrariando o protocolo, relançou a polémica. O comunicado da Casa Branca esclarece que a bandeira vai ficar a meia haste até ao funeral de McCain.

No entanto, Ivanka Trump, filha e consultora da Casa Branca, deixou vários elogios a John McCain, referindo-se ao senador como “herói”.

O antigo senador era um dos poucos republicanos a criticar abertamente as políticas nacionalistas e protecionistas do presidente Donald Trump.

 

 

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