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Vaticano corrige declaração do Papa sobre homossexualidade

31-08-2018 - N.A.

O representante máximo da Igreja Católica referiu que "há muito que pode ser feito através da psiquiatria" se os pais pensam que os filhos são homossexuais. O Vaticano retirou a referência à “psiquiatria” na transcrição oficial das palavras do papa Francisco, argumentando que o corte foi feito "para não alterar o pensamento do Papa".

A bordo do avião que o transportava da Irlanda para Roma, o Bispo de Roma reuniu-se com vários jornalistas numa conferência de imprensa.

Quando questionado sobre o que diria aos pais com filhos homossexuais, o Papa mencionou que "quando a homossexualidade se mostra desde a infância, a psiquiatria pode desempenhar um papel importante para ajudar a perceber são as coisas”.

“Outra coisa é quando ocorre depois dos vinte anos", acrescentou o representante máximo da Igreja Católica.

O Pontífice acrescentou que o "silêncio nunca será uma cura" e que ignorar uma criança com tendências homossexuais é um "erro de paternidade ou maternidade". "Rezem, que dialoguem e que entendam, mas que não condenem", frisou.

No entanto, quando o Vaticano publicou a transcricão oficial da conferência de imprensa do Papa, a referência à “psiquiatria” foi removida. Paloma García Ovejero, porta-voz do Vaticano, disse à Agence France-Presse que a correção foi feita "para não alterar o pensamento do Papa".

"Quando o papa se refere à 'psiquiatria', está claro que queria dar um exemplo sobre as diferentes coisas que podem ser feitas. Mas, com essa palavra, não quis dizer que (a homossexualidade) se tratava de uma doença mental", disse a porta-voz. 

Ativistas condenam declarações

Várias associações de defesa dos direitos LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais e Transsexuais) criticaram as propostas "irresponsáveis" defendidas pelo Pontífice sobre o recurso à psiquiatria para pais que verifiquem orientações homossexuais nas crianças. 

"Condenamos esta proposta pois recupera a ideia de que a homossexualidade é uma doença. Se há uma doença esta é a homofobia enraizada na sociedade que persegue as pessoas LGBT", reagiu Clémence Zamora-Cruz, porta-voz da Inter-LGBT, citada pela AFP. 

Vários estudos apontam que o risco de suicídio "é mais elevado do que a média entre os jovens LGBT", acrescentou a porta-voz da Inter-LGBT.

Segundo um estudo, divulgado pelo Journal of the American Medical Association, jovens LGBT são mais propensos a cometer suicídio em comparação com jovens heterossexuais. 

"Estas palavras são graves e irresponsáveis. Incitam o ódio numa sociedade já marcada por níveis elevados de homofobia e de transfobia", reagiu SOS homophobie no Twitter e na página oficial da organização.

Em 2013, o Papa Francisco disse que a Igreja deveria pedir perdão aos homossexuais pelo modo como os trataram. "Se uma pessoa é homossexual, procura o Senhor e tem boa vontade, quem sou eu para julgar?" disse na altura.

A viagem do papa à Irlanda foi repleta de controvérsias, após ignorar as acusações de abuso sexual contra o proeminente cardeal americano Theodore McCarrick.

 

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