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Medidas punitivas de Israel aprofundam a grave crise humanitária em Gaza

20-07-2018 - AbrilAbril

Lembrando que os ataques aéreos israelitas do passado fim-de-semana contra Gaza são os maiores desde 2014, o MPPM condena «o brutal agravamento das medidas punitivas de Israel» contra o território.

Num comunicado emitido esta terça-feira, o Movimento pelos Direitos do Povo Palestino e pela Paz no Médio Oriente (MPPM) «condena veementemente os crimes do Estado sionista contra a população palestiniana da Faixa de Gaza, bem como as manobras que visam impor ao povo palestiniano projectos políticos que defraudem os seus legítimos e inalienáveis direitos, repetidamente reconhecidos por inúmeras resoluções da ONU e que premeiem o ocupante e agressor».

No documento, lembra-se que Israel lançou, no último fim-de-semana, os maiores ataques aéreos «desde a agressão de 2014» contra a Faixa de Gaza (conhecida como Operação Margem Protectora), que provocaram a morte a dois adolescentes, de 15 e 16 anos, e ferimentos em dezenas de outras pessoas.

«Estes ataques são apenas os mais recentes numa longa série», afirma o MPPM, recordando que, em 29 de Maio, drones e aviões israelitas atacaram «mais de 30 alvos» na Faixa de Gaza e que as forças israelitas prosseguem a «bárbara repressão» das manifestações não armadas da  Grande Marcha do Retorno que, desde 30 de Março, fez mais de 140 mortos e mais de 14 mil feridos, muitos dos quais em estado grave, devido às munições usadas por Israel.

Agravamento do bloqueio

O MPPM lembra ainda que os ataques deste fim-de-semana ocorreram poucos dias depois de as autoridades israelitas terem encerrado o posto de Kerem Shalom/Karam Abu Salem, que era a única passagem de mercadorias para a Faixa de Gaza, «apertando ainda mais o bloqueio imposto há mais de 11 anos».

Desde 10 de Julho, apenas podem entrar no território palestiniano alimentos, combustível e medicamentos, «em quantidades e modalidades determinadas por Israel», e, «paralelamente, entrou em vigor uma proibição total de qualquer tipo de exportação, pondo em causa uma vital fonte de receitas e de emprego no território, já economicamente devastado».

Para além disso, a pesca fica limitada até às seis milhas náuticas da costa, em vez das nove milhas antes autorizadas.

Graves consequências

«As consequências serão gravíssimas para os habitantes da Faixa de Gaza», alerta o MPPM, sublinhando que mais de metade da sua população «são crianças e quase 75% são refugiados registados» na Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina no Próximo Oriente (UNRWA, na sigla em inglês), num momento em que esta agência enfrenta uma crise financeira sem precedentes, «provocada pelo corte do financiamento» decidido pela actual administração norte-americana.

Submetido ao bloqueio israelita (com colaboração egípcia) desde 2007, o território, com apenas 365 km2 e cerca de dois milhões de habitantes, «atravessa uma crise humanitária cada vez mais profunda», sendo que «quase 80% da população é forçada a contar com a assistência humanitária para cobrir suas necessidades básicas, incluindo alimentos, e a taxa de desemprego é de 49%», revela o documento.

Contexto de manobras políticas crescentes

A agressão israelita à Faixa de Gaza «insere-se no contexto de um crescendo de manobras políticas» subsequentes ao reconhecimento de Jerusalém como capital de Israel e à transferência para essa cidade da embaixada dos EUA.

Trata-se de manobras que, alinhadas com os sectores mais à direita do espectro político de Israel, pretendem pôr em prática o chamado «plano do século», denuncia o organismo português, sublinhando que a aplicação de tal plano «significaria a separação definitiva da Faixa de Gaza do restante território palestiniano e consumaria a anexação por Israel da totalidade de Jerusalém e de toda, ou parte, da Cisjordânia, assim como dos Montes Golã sírios ocupados desde 1967, em violação frontal de todas as relevantes resoluções da ONU».

Afirmando que os crimes de Israel contra a população palestiniana da Faixa de Gaza «não seriam possíveis sem a complacência dos países ocidentais e o apoio activo dos Estados Unidos», o MPPM considera «ensurdecedor e inaceitável o silêncio do governo português para condenar a violência e ilegalidade da actuação de Israel», pelo que exorta o Estado português «a fazer ouvir a sua voz na denúncia das medidas ilegais, ilegítimas e desumanas de Israel».

 

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