Edição online quinzenal
 
Quinta-feira 2 de Maio de 2024  
Notícias e Opinião do Concelho de Almeirim de Portugal e do Mundo
 

PNV apoia moção de censura e sentencia queda de Rajoy

01-06-2018 - Susana Salvador

Os cinco deputados bascos vão votar com os socialistas, o que dará a maioria suficiente para afastar Rajoy e pôr Sánchez no poder.

O Partido Nacionalista Basco (PNV, na sigla em espanhol) vai votar amanhã a favor da moção de censura contra o primeiro-ministro Mariano Rajoy, o que na prática significa a sua saída do governo.

A informação foi avançada pela Cadena Ser e confirmada depois pelo porta-voz do PNV no Congresso, Aitor Esteban.

"Neste momento a situação política espanhola é assustadora", afirmou Esteban, lembrando contudo que o voto negativo do PNV não iria trazer estabilidade, porque se anunciam mais moções de censura.   "Achamos que respondemos ao que pede maioritariamente a cidadania basca e ao melhor exercício da responsabilidade votando sim" , acrescentou, dizendo que o voto é de responsabilidade, oportunidade e ética política, dizendo que o caso Gürtel, de corrupção, muda tudo.

O PNV teme ainda assim que o congresso se torne num "pim pam pum" contínuo, já que um governo liderado por Sánchez só contará com os votos dos seus próprios deputados,

Antes, já reagira ao facto de o voto do PNV ser o decisivo. "Pôr nos nossos ombros a responsabilidade da situação, quando levam meses a causar tsunamis em Espanha, não tem nenhum sentido", disse Esteban. "Que incapacidade de chegar a acordos em Espanha", afirmou. "Nem a situação é simples, nem as soluções são fáceis", acrescentou.

O PNV era o único partido que, antes do debate de hoje, não tinha anunciado claramente a sua intenção de voto. Só com o apoio dos cinco deputados do PNV é que o PSOE (84 deputados) conseguiria ter a maioria necessária (176 votos) para passar a moção de censura, contando à partida com os votos do Unidos Podemos (67), a Esquerda Republicana da Catalunha (9), o Compromìs (4), o EH Bildu (2) e o Nueva Canarias (1). O PDeCAT (8) estava também inclinado a votar a favor e confirmou-o durante o debate.

Pedro Sánchez, o líder socialista, terá assim conseguido 180 votos. O Ciudadanos (32 deputados) tinha anunciado que votaria contra, defendendo eleições imediatas. O Foro Asturias (1 deputado) também vai votar contra, junto com a UPN (2). A Coligação Canárias (uma deputada), que se inclinava para votar "não", anunciou entretanto que se vai abster na votação.

Esta é a quarta moção de censura desde o fim da ditadura espanhola (as outras foram em 1980, 1987 e 2017), sendo que todas até agora falharam.

O PSOE propôs a moção de censura contra o governo de Rajoy depois de uma decisão judicial relacionada com os escândalos de corrupção do caso Gürtel. Uma série de políticos e empresários foram condenados num esquema de corrupção que ajudou a financiar o Partido Popular.

A Moncloa confirmou momentos após o reinício do debate, depois do almoço, que Rajoy não estaria no debate da parte da tarde, argumentando que não tem a obrigação de intervir.

O líder socialista, Pedro Sánchez, que assumirá o poder após o voto da moção de censura, tinha sugerido a Rajoy que se demitisse, se não queria sair do poder através de uma moção de censura.

"Demita-se agora e tudo terminará. O seu tempo já acabou. Demita-se e esta moção de censura acabará aqui e agora" , afirmou Sánchez. O primeiro-ministro rejeitou a sugestão, mas deixou a porta aberta. No debate durante a manhã, Rajoy disse que "um dirigente demite-se quando perde o apoio dos cidadãos ou da Câmara e eu tenho o apoio dos cidadãos e, neste momento, da Câmara".

A demissão de Rajoy, em vez de avançar a moção de censura, permitiria que ficasse à frente de um governo em funções (há dúvidas se seria ele, ou se a vice-presidente Soraya Sáenz de Santamaría a assumir o cargo). Assim, aprovaria o Orçamento de Estado (ainda falta a discussão no Senado) e ganharia uns meses no poder. Com a renúncia, o Rei Felipe VI teria que propor um candidato à investidura. Este teria que ser aprovado no Parlamento (Sánchez não conseguiu antes) e a impossibilidade de eleger um novo chefe de governo culminaria na convocação de eleições antecipadas.

Fonte: DN

 

Voltar 


Subscreva a nossa News Letter
CONTACTOS
COLABORADORES
 
Eduardo Milheiro
Coordenador
Marta Milheiro
   
© O Notícias de Almeirim : All rights reserved - Site optimizado para 1024x768 e Internet Explorer 5.0 ou superior e Google Chrome