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Sócrates diz que MP faz alegações “absurdas e estapafúrdias”

17-03-2017 - Lusa

À saída do interrogatório no âmbito da Operação Marquês, que aconteceu esta segunda-feira e durou mais de seis horas, José Sócrates qualificou como “absurdas e estapafúrdias” as alegações do Ministério Público que o relacionam com os negócios e as decisões da PT.

O ex-primeiro-ministro replicou que tais suspeitas “são absurdas e estapafúrdias” porque “não têm o mínimo de sustentação na realidade”, aludindo, nomeadamente, à alegada intervenção que teria tido para influenciar que a OPA da SONAE não tivesse tido sucesso.

O antigo chefe do Governo socialista reiterou que a única intervenção que teve na PT, através da “Golden Share”, colidiu precisamente com os interesses de Ricardo Salgado e do BES.

“O negócio da fusão (da PT) com a OI (operadora brasileira) foi feita, muito mais tarde, em 2013. Podem pedir responsabilidades ao governo de Passos Coelho que tomou a decisão de abdicar da Golden Share”, enfatizou Sócrates, observando que essa “história” em que o pretendem envolver “está muito mal contada”.

Sócrates transmitiu ainda a ideia que, ao ser novamente interrogado pelo MP, desafiou os procuradores a apresentar provas daquilo que lhe imputam, mas que estes não têm factos, nem provas e que o seu “padrão” de atuação passa pela “encenação mediática” e as “campanhas de difamação” contra si, através da comunicação social.

O ex-governante lamentou que, ao fim de 44 meses de investigação e depois de ter sido detido e preso, o MP “não tenha evidências, nem elementos, nem factos, nem provas”, a não ser uma “teoria absurda”, traduzidas em suspeitas “falsas e injustas” de corrupção, fraude fiscal e branqueamento de capitais.

“Fiquei espantadíssimo porque o MP não foi capaz de apresentar nada, a não ser uma escuta aqui, uma escuta ali, como se isso pudesse servir de base a qualquer suspeição”, declarou o antigo primeiro-ministro.

“Não me espantaria nada que adiassem outra vez [a conclusão do inquérito]”, disse ainda, considerando “absolutamente escandaloso” que o MP “possa não respeitar os prazos” processuais que “estão nos códigos e que é igual para todos”.

A inquirição do ex-primeiro-ministro ocorreu dias depois de o MP ter interrogado Carlos Santos Silva, empresário e amigo de longa data de Sócrates, a quem os procuradores atribuem o papel de “testa de ferro” e fiel depositário de vários milhões de euros de “luvas”, cujo destinatário final seria o antigo líder socialista.

A ex-mulher de Sócrates, Sofia Fava, vai ser interrogada na quarta-feira e Joaquim Barroca, gestor do Grupo Lena, na quinta-feira, numa maratona de inquirições até à próxima sexta-feira, que tem aumentado as dúvidas sobre se o MP conseguirá ou não concluir a investigação no prazo (17 de março) concedido pela Procuradora-Geral da República, Joana Marques Vidal.

A “Operação Marquês”, conta até ao momento, com 25 arguidos – 19 pessoas e seis empresas, quatro das quais do Grupo Lena.

Entre os arguidos estão Armando Vara, ex-administrador da Caixa Geral de Depósitos e antigo ministro socialista, Carlos Santos Silva, empresário e amigo do ex-primeiro-ministro, Joaquim Barroca, empresário do grupo Lena, João Perna, antigo motorista de Sócrates, Paulo Lalanda de Castro, do grupo Octapharma, Henrique Granadeiro e Zeinal Bava, ex-administradores da PT, o advogado Gonçalo Trindade Ferreira e os empresários Diogo Gaspar Ferreira e Rui Mão de Ferro e o empresário luso-angolano Hélder Bataglia.

Lusa

 

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