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Macron, o alegado amante e o papel dos media russos

10-02-2017 - Susana Salvador

Candidato presidencial negou com humor os rumores que voltaram a surgir na campanha sobre a sua suposta homossexualidade.

Os rumores sobre a alegada homossexualidade de Emmanuel Macron não são novos e o candidato presidencial francês já os tinha negado em novembro. Mas o tema nunca desapareceu e numa altura em que se tornou o favorito à vitória, o líder do En Marche! resolveu recorrer ao humor para tentar pôr-lhes um ponto final. O problema é que este pode ser só o início da ofensiva, já que o deputado d"Os Republicanos que insinuou a homossexualidade de Macron à agência Sputnik (controlada por Moscovo), falou também da suposta ligação dele aos bancos norte-americanos. E o líder da WikiLeaks, Julian Assange, prometeu ao jornal russo Izvestia revelar "informações muito mais preocupantes" sobre ele.

O ex-ministro da Economia de 39 anos, casado há uma década com Brigitte Trogneux (sua antiga professora, 24 anos mais velha), mantinha, segundo os rumores, um caso com Mathieu Gallet, diretor executivo da Radio France. Em vez do típico "não comento", Macron optou por responder diretamente num evento com apoiantes no teatro Bobino, em Paris. Já Gallet, que no passado já foi alvo de rumores do género mas em relação ao ex-ministro da Cultura Frédéric Mitterrand (homossexual), manteve o silêncio.

"Pondo a pata na poça, se nos jantares, nas caixas de e-mail, vos disserem que vivo uma vida dupla com Mathieu Gallet ou com qualquer outra pessoa, é o meu holograma que de repente me escapou, mas não posso ser eu", disse. Macron fazia então referência a Jean-Luc Mélenchon, candidato do movimento A França Insubmissa, que usou essa técnica de projeção para estar presente em dois comícios ao mesmo tempo, em Lyon e Paris.

Dirigindo-se aos que "querem fazer crer que tenho uma vida escondida ou outra coisa", Macron lembrou que isso é desde logo "desagradável para a Brigitte", a mulher. "Mas, asseguro-vos, como ela partilha tudo da minha vida, todas as minhas noites, ela pergunta simplesmente como é que eu fisicamente conseguiria", acrescentando um "felizmente, nunca lhe paguei nada por isso". Desta vez, uma indireta para o Penelopegate de François Fillon. O ex-primeiro-ministro terá pago quase um milhão de euros dos cofres públicos à mulher, Penelope, e aos filhos, que contratou como assessores quando era deputado.

Escândalos à direita

Apesar de Fillon ter pedido desculpas pelo "erro", a maioria dos franceses ainda quer que desista da corrida. Só para complicar as coisas para Os Republicanos, o ex--presidente Nicolas Sarkozy soube ontem que irá ser julgado por financiamento ilegal da campanha de 2012. Este já anunciou entretanto que vai recorrer da decisão.

Por causa do Penelopegate, Fillon, que era apontado como o favorito à vitória, surge agora atrás de Macron. Marine Le Pen, da Frente Nacional (extrema-direita), continua na liderança. Assim, na sondagem diária da Opinionway, ela tem 25% na primeira volta, Macron 23% e Fillon 20%. Na segunda volta qualquer um deles bate a líder da extrema-direita, mas Macron conseguiria 66% dos votos, face aos 60% de Fillon.

Seria o facto de estar à frente nas sondagens que teria posto Macron na órbita russa - após as alegações de que Moscovo terá interferido nas presidenciais dos EUA, críticos alegam que quer fazer o mesmo em França a favor de Le Pen. Seria isso que teria feito ressurgir os rumores sobre a homossexualidade de Macron - que em novembro o próprio dizia terem tido origem em aliados de Sarkozy (o que este negou).

Em declarações à Sputnik, Nicolas Dhuicq, deputado d"Os Republicanos, disse que Macron era o "queridinho" dos media franceses e que há um "riquíssimo lóbi gay" a apoiá--lo, acrescentando: "Isto diz tudo." Dhuicq põe também em causa a sua independência face ao mercado financeiro norte-americano - Macron fez carreira enquanto banqueiro de investimentos.

Fonte: DN

 

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