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O Vazio da Campanha Autárquica

17-09-2013 - Raquel Varela

O vazio da campanha autárquica não se vê no atraso que faz as delícias do Governo Sombra – isso, digamo-lo com todas as letras, é pedantismo intelectual Lisboeta – os homens da província não são fashion e os intelectuais de Lisboa é que sabem o que está na moda. Como sabemos não é assim, estávamos muito melhor na mão de uma comissão de moradores de Santa Maria da Feira em 1975 do que sob a alçada dos pergaminhos de Poiares Maduro e seus fatos Hugo Boss. Não há que pintar a pobreza de cor de rosa mas transformar o glamour citadino em progresso é manifestamente exagerado.

O vazio das autárquicas existe, mas não é estético. Vê-se na pobreza de ideias, que em vez de propostas concretas sobre o país e os locais, nomeadamente aquela básica que diz que com uma dívida pública de 130 % do PIB não existe política autárquica alguma porque com ruptura de financiamento só há destruição da vida local. Os cartazes são vazios de propostas e cheios de declarações de amor de nada: «confiança», «olhos nos olhos», «vamos ficar melhor», «ambição», «mudar já», «um novo rumo».

Das duas uma: ou estão mesmo convencidos que os eleitores são estúpidos e votam em boas intenções ou não têm ideias para as suas localidades porque não querem questionar o centro de toda a política real neste país – sem a suspensão da dívida não há nem ambição, nem confiança, nem rumo algum.

Um autarca que propõe algo de concreto, o alargamento do cemitério – e que é tão gozado no facebook – é afinal o único que tem uma proposta sincera. Achando ele que não tem nada a dizer sob a dívida pública – uma renda fixa de capital que destrói o país – o melhor é preparar o terreno para o que aí vem, neste caso, debaixo da terra. Se no passado os dirigentes políticos tivessem o optimismo dos actuais ainda estávamos na idade da pedra, a viver em ramos e a comer bagas. Felizmente que a realidade é sempre mais viva que os mortos vivos que assumem a direcção deste país.

Raquel Varela

 

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