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Os Segredos do Opus Dei

27-12-2013 - Carlos Tomás

Obra de Deus controla várias entidades que têm um património superior a 80 milhões de euros. Está ligada a uma financeira de capitais de risco e conta com cerca de 1500 seguidores em Portugal.

Jovens com pouco mais de 14 anos e oriundos de famílias abastadas são a base de recrutamento. São educados para se tornarem santos e difundir “a mensagem de que o trabalho e as circunstâncias habituais são ocasião para o encontro com Deus, o serviço aos outros e o melhoramento da sociedade”. Estamos a falar da Opus Dei, a “secreta” e polémica organização da Igreja Católica, que em Portugal tem cerca de 1500 seguidores, na sua maioria mulheres e casados. A forma de atingir tais fins e o vasto património que as várias entidades ligadas à Obra de Deus possuem é que levanta muitas dúvidas sobre os verdadeiros objectivos da instituição.

A alimentar estas dúvidas está o facto de se desconhecerem quem são e que cargos ocupam os referidos “seguidores” na sociedade portuguesa, sendo certo que deles fazem parte nomes sonantes como Ramalho Eanes, ex-presidente da República, e a sua mulher, o conhecido bancário Jardim Gonçalves, o conselheiro de Estado e ex-ministro da Segurança Social, Bagão Félix, e o antigo presidente da Assembleia da República, Mota Amaral, para dar apenas alguns exemplos.

Oficialmente, o Opus Dei não tem nada em seu nome. Está tudo nas mãos de várias instituições que têm ligações evidentes à organização. A principal é a Fundação Maria António Barreiro, fundada após a morte desta mulher, em meados da década de 80 do século passado, e que deixou, em testamento, a sua gigantesca fortuna nas mãos do ex- advogado do BCP, José Afonso Gil, um membro da Opus Dei e que é o presidente vitalício da instituição, da qual fazem ainda parte, Francisco Oliveira Dias, ex-presidente da Assembleia da República, e Carlos Câmara Pestana, vice-presidente do BPI e presidente do Banco Itaú, mais dois destacados membros do Opus Dei.

METADE DE UM QUARTEIRÃO EM LISBOA

Da fortuna deixada por Maria Antónia Barreiro e que deu origem à fundação ligada ao Opus Dei faziam parte 50% do quarteirão onde funciona a Pastelaria Suíça, no Rossio, em pleno coração de Lisboa, que foi vendido pouco depois da morte da benemérita. O negócio terá rendido cerca de 10 milhões de euros em valores actuais. A herança incluía ainda mais 18 prédios espalhados por Lisboa, jóias, depósitos a prazo em vários bancos e títulos do tesouro. A sua fortuna tem sido usada em obras do Opus Dei desde então e a Fundação tem um património superior a 41 milhões de euros. Em seu nome estão quase uma centena de imóveis espalhados pelas freguesias de Penha de França, S. Sebastião da Pedreira, Olivais e S. Domingos de Benfica. Só em Marvila, a fundação tem 10 prédios, nove lojas e nove armazéns, sendo que um deles vale cerca de 500 mil euros. A instituição é igualmente proprietária de mais de metade da Rua Fernando Palha, na zona Oriental de Lisboa

Em nome da Fundação Maria Antónia Barreiro está um terreno junto à Universidade Católica, em Lisboa, onde nasceu a residência universitária Montes Claros e o Oratório S. Josemaria Escrivá, o santo fundador do Opus Dei. Ao lado foi construída a Associação de Estudos Superiores de Empresas (AESE), igualmente controlada pela organização católica. O Centro de Orientação Familiar, que promove acções de formação para casais, a funcionar num prédio da Rua do Possolo, ao lado da residência do presidente da República, Cavaco Silva, é também da Fundação e na sua criação esteve envolvido o conhecido banqueiro Jardim Gonçalves, que também foi um dos fundadores da AESE. Aliás, das 23 pessoas que fundaram a associação de estudos, 18 eram membros da Obra, entre os quais Carvalho Cardoso, ex-presidente do clube Belenenses, colaborador de António Champalimaud e antigo gestor da Mundial Confiança, Osvaldo Aguiar, que era o administrador do governo do Opus Dei, Silvério Martins, fundador do CDS e ex-administrador do Banco Pinto de Magalhães e da Rádio Renascença, e José Fonseca Pires, responsável pelas actividades dos membros da Obra casados (no Opus Dei, os membros casados são chamados supranumerários e os solteiros numerários) e presidente da Sociedade Lusitana da Cultura.

UMA FINANCEIRA?

A Opus Dei tem igualmente ao seu serviço a Cooperativa de Fomento de Iniciativas Culturais (Cofic), entidade que financia o governo da Obra e que possui quatro imóveis localizados em Viseu e dois em Coimbra, cujo valor ronda os dois milhões de euros. A cooperativa tem 18 imóveis registados em seu nome, entre os quais está a Quinta do Paço do Lumiar, com mais de 10 mil metros quadrados, onde funciona a sede do Opus Dei e vive o líder da organização em Portugal, o vigário regional José Rafael Espírito Santo. Só esta quinta, com o seu sumptuoso palacete, está avaliada em cerca de 20 milhões de euros. O director-geral da AESE, José Ramalho Fontes, também vive numa vivenda em Linda-a-Velha registada no nome da Cofic e que está avaliada em mais de três milhões de euros.

A cooperativa é ainda dona de um prédio no Campo Grande, onde funciona o Clube Xénon, vocacionado para organizar actividades para rapazes e que é um dos principais pontos de captação de novos membros para a Obra. O prédio foi uma doação da ISCAL, Sociedade Imobiliária Civil, administrada por três membros do Opus, que também deixou uma quinta em Vila Nova de Gaia, onde a organização construiu um edifício para acolher os participantes nos seus retiros espirituais. Um complexo igual foi construído em Almançor, no Alentejo, em terrenos doados à cooperativa por Alfredo Cunhal, tio do fundador do PCP, Álvaro Cunhal.

Mas o investimento onde o Opus Dei aparece envolvido e que provoca mais estranheza é a Naves, uma sociedade de capitais de risco. Na verdade, quem entrou no negócio foi a AESE, que comprou 11,76% dos 1,3 milhões de euros de capital social da sociedade financeira, tornando-se na sua principal accionista. A Naves funciona na própria escola superior, na Calçada da Palma de baixo, em Lisboa. A naves tem activos superiores a um milhão de euros e participações na imobiliária In Time (de Gaia) e na Várzea da Rainha Impressores, um empresa que é presidida por Zita Seabra, que também dirige a editora Althêia, responsável pela publicação, no ano passado, de uma biografia do fundador do Opus, Josemaria Escrivá.

A Escola Profissional Vale do Rio, em Oeiras, o Centro de Actividades Culturais do campo Grande, o Colégio Universitário da Boavista e o Clube Vega, no Porto, são outras instituições ligadas ao Opus Dei, que também tem o Hotel 3 Pastorinhos, localizado a escassos 50 metros do Santuário de Fátima. O Opus prevê construir em breve, através da Fundação Maria Antónia Barreiro, uma residência universitária feminina no Campo Grande e um centro para tratar doentes paliativos. Investimentos superiores a seis milhões de euros.

CHAMADA À SANTIDADE

Mas desengane-se quem pensa que o Opus Dei é uma organização com um vasto património financeiro e imobiliário. Oficialmente, a Obra de Deus só é proprietária de três jazigos. O resto está em nome de cooperativas, fundações, associações e empresas controladas pelo Opus Dei através de seguidores que ocupam cargos nos respectivos órgãos sociais.

“O Opus Dei é uma instituição legítima, existente ao abrigo do Direito Concordatário, que pertence à organização da Igreja, e por isso também sujeita ao escrutínio das normais instâncias judiciais. A missão do Opus Dei é evangelizadora. Tal como todas as outras instituições da Igreja, cada uma à sua maneira, procura que cada pessoa se abra a Deus, aprenda a encontrá-lo na vida diária, integrando-se na vida da Igreja. A actividade do Opus Dei resume-se na formação dos fiéis da prelatura para que desenvolvam – cada um no lugar que tem na Igreja e no mundo – uma actividade apostólica multiforme, promovendo em seu redor o ideal da chamada universal à santidade”, explicou, a “o Crime”, o assessor de Imprensa do Opus Dei, Pedro Gil.

Segundo o porta-voz da Obra, “os projectos de evangelização que as pessoas do Opus Dei realizam com outras pessoas, e para os quais solicitam a atenção pastoral da prelatura, são projectos autónomos, com responsáveis próprios e gestão independente. Por isso, as informações que lhes dizem respeito devem-lhe ser solicitadas.”

Pedro Gil salientou ainda ao nosso jornal que cada um dos membros integrantes da prelatura (é assim que também se designa o Opus) faz face às suas necessidades económicas pessoais e familiares por meio do trabalho profissional habitual. “Além de se sustentarem pessoalmente, os fiéis do Opus Dei e os cooperadores cobrem os gastos inerentes às necessidades pastorais da prelatura. Estes gastos reduzem-se, basicamente, aos do sustento e formação dos sacerdotes da prelatura, às despesas referentes à sede da cúria prelatícia, bem como às dos governos regionais ou das delegações e às esmolas que a prelatura concede. Como é natural, os fiéis do Opus Dei ajudam também igrejas, paróquias, etc”, concluiu o assessor do Opus Dei em Portugal.

UMA “MADRINHA” CHAMADA IRMÃ LÚCIA

José Balaguer Escrivá foi o 465.º santo canonizado pelo falecido Papa João Paulo II e a vinda para o nosso país da organização que fundou terá sido decidida após conhecer a vidente.

Tudo terá começado com um encontro com Lúcia, a vidente de Fátima, quando esta se encontrava no Convento das Doroteias de Tuy, em Espanha. A antiga pastorinha, diz o site na Internet do Opus Dei, terá conhecido o fundador do Opus Dei, Josemaria Balaguer Escrivá, em 1945. Só que Josemaría Balaguer não tinha com ele o passaporte e era preciso que alguém abrisse as fronteiras ao pai da Obra de Deus (Opus Dei, em latim). A solução terá sido um telefonema da irmã para Portugal e Balaguer conseguiu o visto para entrar no nosso país, visitar Fátima e encontrar-se com altos dignitários da Igreja Católica, incluindo o cardeal Cerejeira.

“S. Josemaria conheceu a Irmã Lúcia em Fevereiro de 1945. Tinha ido a Tuy, em Espanha, encontrar-se com o bispo, o seu amigo D. José López Ortiz. A Irmã Lúcia, vidente de Fátima, encontrava-se então num convento em Tuy. O bispo quis que S. Josemaria a conhecesse. A conversa foi providencial uma vez que a Irmã Lúcia pediu insistentemente ao Fundador que fosse a Portugal, para poder assim apressar os começos do trabalho do Opus Dei em terras portuguesas. A viagem está nos seus planos apostólicos, mas não naquele momento, entre outras coisas porque não tinha passaporte. Mas isso não foi um obstáculo pois, com um telefonema para Lisboa, a Irmã Lúcia obteve para S. Josemaria, e para os que o acompanhavam, a autorização necessária. Assim, a pedido da Irmã Lúcia, a viagem que o fundador e Álvaro del Portillo tinham iniciado no dia 29 de Janeiro em Espanha, conheceria um imprevisto prolongamento em solo português”, lê-se no site do Opus Dei.

No ano seguinte, em Coimbra, a organização lançava os alicerces e abria a primeira casa naquela cidade, baptizada de Montes Claros. Rodeada de um enorme secretismo, só na década de 70 é que Jardim Gonçalves, administrador de um enorme império financeiro privado, deu a cara pela Obra. Ao antigo presidente do BCP, seguiram-se figuras como Adelino Amaro da Costa, um dos fundadores do CDS e uma das vítimas de Camarate (que abandonou em litígio a Obra para se casar) ou João Bosco Mota Amaral, ex-presidente da Assembleia da República. O mesmo fizeram figuras internacionais como Lech Walesa, antigo chefe de Estado da Polónia e ex-dirigente do Solidariedade, movimento sindical apoiado pela banca do Opus Dei, Giulio Andreotti, que foi primeiro-ministro italiano em várias ocasiões, Louis Freeh, antigo director do FBI, Joaquín Navarro Valls, psiquiatra e ex-porta-voz do Vaticano, Jacques Santer, ex-Presidente da Comissão Europeia, o espanhol Gil Robles, presidente do Parlamento Europeu entre 1994 e 1999, e Juan Antonio Samaranch, ex-presidente do Comité Olímpico Internacional.

Pedro Gil, assessor de Imprensa do Opus Dei, neha qualquer elitismo e lembra a presença da Obra em meios menos favorecidos, tendo membros taxistas, cozinheiras ou mulheres-a-dias. Desde o início da implantação do Opus Dei em Portugal que a Obra não tem tido vida fácil nos meios eclesiásticos. Seja pela desconfiança da hierarquia, seja pela dificuldade em fazerem-se aceitar junto da opinião pública e de penetrar em meios tão sensíveis como a Universidade Católica ou a administração de paróquias. Pelo contrário, no Vaticano sobem de dia para dia os “infiltrados” do Opus Dei, lobby que condicionou as movimentações dos cardeais no conclave para a eleição do novo Papa. Hoje, sabe-se que o polaco Karol Wojtyla deve o papado à estratégia conservadora dirigida pelo cardeal austríaco Koening, simpatizante da Obra, suspeitando-se que o mesmo terá acontecido com o actual Papa.

A “MÁQUINA DA SANTIDADE”

O Opus Dei não apresenta grandes alterações nos diferentes países onde se instalou. A “máquina de santidade” concebida em 1928 por Josemaria Escrivá, assume-se como inovadora a pré-conciliar a intervenção activa dos cristãos correntes no interior da Igreja Católica, dominada pelos eclesiásticos. Escrivá diz-se possuído de uma “inspiração divina” e fundou em Madrid uma organização que tem como objectivo “ser o caminho de santificação no trabalho profissional e no cumprimento dos deveres quotidianos”. Segundo Escrivá, qualquer ser humano podia ser profissional da santidade, excepto as mulheres, mas em 1930 deu a mão à palmatória e abriu as portas da santidade ao sexo esquecido na candidatura aos altares. O Opus Dei é agora uma Prelatura, ou seja, uma diocese sem território, erigida em 1982 por João Paulo II.

A Obra impõe um “plano de vida” aos seus membros que são obrigados, diariamente, a meia hora de oração mental, de manhã e à noite, assistência à missa, visita ao Santíssimo Sacramento (sacrário sobre o altar onde se guardam as hóstias consagradas), leitura de textos bíblicos e de outros livros de espiritualidade, recitação do rosário (três terços), do Angelus (oração mariana do meio dia), diversas jaculatórias (interjeições religiosas como Santa Maria Mãe de Deus), e do exame de consciência à noite, onde se incluem perguntas sobre as preces da Obra e o espírito de proselitismo. É ainda obrigatória a confissão semanal, um dia de recolhimento em cada mês e um retiro espiritual todos os anos, com a duração de três a cinco dias. Estes últimos actos devem ser cumpridos no interior da obra e a confissão não pode ser feita a qualquer padre que não pertença à instituição. Também lhes é pedida a subvenção da Obra que passa pela entrega de quantias monetárias, em tudo semelhante ao dízimo.

Os numerários e agregados são outra categoria de membros do Opus Dei, porventura os de mais difícil reprodução. Além de lhes serem feitas as mesmas exigências que aos supranumerários (seguidores casados), conhecem imposições que os aproximam de figuras claustrais sem hábito, como o celibato apostólico, a permanência nos centros da Obra, e a mortificação corporal, que passa pelos tradicionais jejuns e abstinências e, aos sábados, pela auto flagelação e uso de cilícios – espécie de cinto áspero, de corda ou arame, aplicado sobre a pele. Aos numerários não lhes é consentido celebrar com as famílias as festas do Natal, Páscoa e Ano Novo. Há uma vigilância sobre os quartos, a correspondência, e o acesso a espectáculos públicos. Todos os proventos – intelectuais ou outros – são entregues à Obra, que por sua vez apenas lhes dá dinheiro para despesas mínimas. Os agregados não têm normalmente formação universitária nem vivem nas casas da Obra mas assumem os mesmos compromissos.

Além dos castigos corporais e da confissão, outra tarefa semanal é o encontro com o director espiritual, papel atribuído a um leigo designado pela estrutura. Se for caso disso, é proposta a “correcção fraterna”, que não passa de uma punição ou acto de contrição exigidos pelo director espiritual e que é um dos métodos de controlo das consciências no interior da Obra de Balaguer. Segundo testemunhos de dissidentes que circulam na Internet, estes métodos têm produzido enormes estragos no tecido mental dos membros.

PADRES ESPECIAIS

Não é qualquer sacerdote que pode fazer parte do Opus Dei. Dentro dos numerários e agregados do sexo masculino que são escolhidos pelo Prelado criado por Josemaria Escrivá, os padres da Obra têm de pertencer à Sociedade Sacerdotal de Santa Cruz, criada pelo santo em Espanha, em 1943. A criação desta sociedade provocou uma onda de intrigas nos meios eclesiásticos espanhóis e do próprio Vaticano. A todos, excepto aos agregados, é exigido o doutoramento em ciências teológicas e civis e obediência exclusiva ao Prelado da Obra. Podem pertencer à Sociedade Sacerdotal padres associados diocesanos que desejem receber a formação tipo Opus. Esta é uma forma de difusão da Obra mas que não consente o contrário.

D. Alberto Cosme do Amaral, bispo emérito de Leiria, foi, antes de receber o episcopado, o primeiro padre diocesano a associar-se às estruturas da organização em Portugal. São cerca de meia centena os padres portugueses da Prelatura, cifrando-se a nível mundial nos 1800, incluindo diáconos. Dispersos pelos centros do Opus Dei, os padres fazem serviço de confissões e dão apoio aos tribunais diocesanos.

COOPERADORES FAMOSOS

O Opus Dei tem a particularidade de designar como cooperadores homens e mulheres que não estando incorporados na Prelatura podem pertencer a diferentes confissões e religiões, designadamente protestantes, judeus, muçulmanos ou budistas, agnósticos e ateus. Não será entretanto fácil convencer quaisquer destes elementos a propiciar à Prelatura amor com obras ao Papa e aos bispos. Mas são mais vastas as actividades dos cooperadores no campo educativo ou de promoção social e cultural. A ajuda económica que possa vir destas pessoas é retribuída em indulgências, em tudo parecidas com as que foram “inventadas” pelo protestante Martinho Lutero, em orações, retiros e círculos. Em Portugal, Narana Coissoró, hindu, antigo vice-presidente da Assembleia da República, possui este estatuto.

A página do Opus Dei na Internet envia regularmente informação sobre as actividades da Obra, sendo mais de 50 mil o número de portugueses que recebem a newsletter elaborada pelos serviços de comunicação da organização no nosso país, embora os cooperadores sejam menos de quatro mil.

Os cooperadores colaboram nas actividades da obra e espalham o espírito da organização. Entre eles, estão nomes bem conhecidos da sociedade portuguesa, como Bagão Félix, os casais Eanes e Nogueira Pinto, Maria Barroso, Freitas do Amaral, Arlindo Cunha e Rui Machete.

A LISTA NEGRA

A canonização e santificação de Josemaria Escrivá produziu uma das mais eficazes operações de marketing levadas a efeito sobretudo pela transmissão televisiva das cerimónias litúrgicas, realizadas no Vaticano. Mas a exposição mediática trouxe, por outro lado, a visibilidade das fragilidades. Amante mais do rigor do Direito Canónico que da investigação teológica, o Opus Dei mantém o tom conservador da eclesiologia dos anos 30 e, em matéria de liberdade de pensamento e consciência, continua a guardar o Index abolido pelo Vaticano II. Entre outras são lançadas à fogueira do Opus Dei as obras de Lutero, Lessing, Kant, Hegel, Brecht e Hans Kung, que são consideradas “mero lixo”.

“Os fiéis do Opus Dei são cidadãos que gozam dos mesmos direitos e têm as mesmas obrigações que os restantes cidadãos, seus iguais. Na actuação política, económica, cultural, etc., agem com liberdade e responsabilidade pessoais, sem envolver a Igreja ou o Opus Dei nas suas decisões, e sem apresentar esse modo de agir como o único compatível com a fé. Esta atitude exige respeitar a liberdade e as opiniões alheias”, assegura a “o Crime” Pedro Gil, assessor de Imprensa do Opus Dei em Portugal, não negando, no entanto, que são dadas “meras indicações sobre o que é boa ou má leitura».

( jornal «o Crime»)

 

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