Falsas mensagens, manipulação, populismo puro. Governo e PSD denunciam Chega
19-01-2024 - Zap
“Mensagem de ódio divisionista” e “promessas impossíveis de concretizar” traduzem apenas “uma demagogia para caçar votos”.
O secretário de Estado da Juventude e do Desporto alertou este domingo que as propostas do Chega traduzem “o princípio do desmantelamento do Serviço Nacional de Saúde” e que “as falsas mensagens e a informação manipulada são balas apontadas à democracia“.
Comentando a intervenção do líder do Chega no encerramento da 6.ª convenção do partido, que terminou este domingo em Viana do Castelo, João Paulo Correia mostrou-se incomodado não só com os ataques à imigração e à igualdade de género, mas também como a “bomba atómica nas contas públicas” lançada pelo líder do partido de extrema-direita André Ventura no decorrer da reunião, através de propostas que “não foram explicadas”, mas que representariam um encargo de mais de 11 mil milhões de euros anuais para o Estado.
João Paulo Correia, que esteve na convenção a representar o Governo, apontou o exemplo da “revitalização das parcerias público-privadas na área da saúde” proposta por Ventura que, se fosse para a frente, significaria “o princípio do desmantelamento” do SNS.
“Ficámos mais uma vez perplexos”, disse, repudiando a “mensagem de ódio divisionista” e as “promessas impossíveis de concretizar“, que, em sua opinião, traduzem apenas “uma demagogia para caçar votos” por parte de André Ventura.
O secretário de Estado deu o exemplo do “ataque à imigração”, lembrou que os imigrantes deixam um saldo positivo de 1.800 milhões de euros, mas também do “ataque à igualdade de género”, visando medidas como “proteger a mulher na gravidez” e que, a avançarem, “fariam com que Portugal regredisse em matéria de direitos sociais”.
Para contrariar estas tendências, disse que “o voto mais seguro e que oferece mais condições é o voto no PS”
“Populismo no seu estado mais puro”
O PSD, por sua vez, considerou que o discurso do presidente do Chega “é o populismo no seu estado mais puro“, defendendo que os problemas não se resolvem com “uma espécie de vendedores de banha da cobra”.
Coube ao secretário-geral do PSD, Hugo Soares, reagir à intervenção de André Ventura, apesar das dificuldades de audição devido à altura da música que ecoava no pavilhão.
“O que nós assistimos aqui agora na intervenção do doutor André Ventura é o populismo no seu estado mais puro, no seu estado mais inconsequente, servido com grandes doses de demagogia“, criticou.
Para o dirigente do PSD, é absolutamente claro que “o futuro não passa por aqui” porque “a governação de um país é uma coisa séria, responsável”.
“Não é com estas doses de demagogia, de irrealismo, que parece que surge dinheiro de qualquer lado, que se vão resolver os problemas das pessoas”, avisou.
Segundo Hugo Soares, a solução dos problemas das pessoas faz-se “com seriedade, falando verdade aos portugueses e com ideias concretas e soluções concretas”.
“Não é com uma espécie de vendedores de banha da cobra que à última da hora parece que têm dinheiro para fazer tudo o que o país precisa”, condenou.
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