Um orçamento imoral
08-11-2013 - Eugénio Rosa
A política de austeridade, que se tem traduzido por um enorme aumento de impostos e por cortes brutais na despesa pública, tem fracassado no seu objectivo principal.
Um dos mais importantes era a redução do défice orçamental para assim, primeiro, conter a divida pública e, depois, reduzi-la.
Ora o que tem acontecido como consequência da política de austeridade foi precisamente o contrário: a divida pública disparou com o governo PSD/CDS e "troika ". Segundo o Eurostat, entre 2001 e 2004 (governos de Durão Barroso e Santana Lopes), a divida púbica cresceu, em média, 3.950 milhões € por ano; com os governos de Sócrates (2005-2010), a divida pública aumentou, em média, 9.100 milhões € por ano; em 2011 e 2012 (governo de Passos Coelho e "troika") a dívida pública cresceu 25.300 milhões € por ano, ou seja, a um ritmo 6,4 vezes superior ao verificado durante os governos de Durão Barroso e Santas Lopes, e 2,7 vezes superior ao registado durante os governos de Sócrates. É um autêntico descalabro e a prova de que a chamada "política de austeridade" de cortes brutais aos trabalhadores e pensionistas fracassou no seu objetivo principal.
Em Agosto de 2013, segundo o Banco de Portugal, a divida das Administrações Públicas atingiu 254.638 milhões € (155,2% do PIB) e a divida pública na ótica de Maastricht que não inclui a totalidade da divida, alcançou 214.880 milhões € (131,4% do PIB), um valor nunca antes atingido.
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