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Urgências de obstetrícia em risco para o verão por atraso nas medidas do Governo

15-07-2022 - Daniel Costa

Os serviços de urgências de obstetrícia continuam em risco para o que resta do verão devido ao atraso nas medidas do Governo.

Entre os dias 11 e 18 de julho, as urgências obstétricas e ginecológicas do Serviço nacional de saúde (SNS) vão estar fechadas pelo menos durante 132 horas e os blocos de parto 176 horas. O problema já há muito que está diagnosticado, mas continuam a faltar soluções para o resolver.

Um mês depois de anunciado o plano de contingência para o verão, falta avançar com a remuneração extra dos médicos que fazem urgências e o valor por hora a pagar aos prestadores de serviço.

A ministra da Saúde anunciou um plano de contingência para os meses de verão, com uma maior articulação dentro do SNS, a contratação de “todos os especialista que queiram ser contratados” e a monitorização dos indicadores de saúde materna.

“Estamos a uma semana de ter os mapas de agosto e as medidas relacionadas com pagamentos são urgentes. É um momento decisivo para sabermos como vai correr o verão”, disse o presidente da Comissão de Acompanhamento e Resposta em Urgência de Ginecologia/Obstetrícia e blocos de partos, Diogo Ayres de Campos, em declarações ao Jornal de Notícias.

Ayres de Campos teme que se repita o efeito “leilão”, no qual os prestadores de serviços esperam que o preço por hora vá subindo e só apresentam disponibilidade para trabalhar em cima da hora.

Na mais recente reunião entre os sindicatos e o Ministério da Saúde, Marta Temido anunciou que, durante um ano, ia pagar 50 euros por hora suplementar, além das 150 horas anuais a que os médicos estão obrigados.

No entanto, os valores envolvidos ainda não saíram do papel e falta o despacho com os montantes a pagar aos médicos tarefeiros, realça o JN.

Para evitar que as urgências encerrem, há unidades hospitalares a desviarem médicos de consultas e cirurgias para assegurar os turnos. Contudo, quem faz 56 horas de urgência numa semana diz não aguentar muito mais tempo.

“As horas nas urgências são as mais pesadas para um médico e o que contribui mais para a decisão de sair do SNS”, disse uma médica ouvida pelo Diário de Notícias.

Sindicatos dos médicos e tutela regressam esta quarta-feira às negociações, depois de duas reuniões em que não se chegou a consenso. Profissionais de saúde declaram “total desilusão” com as propostas até agora apresentadas.

O secretário-geral do Sindicato Independente dos Médicos (SIM) salienta que “está nas mãos do Governo”, salientando o interesse em dos profissionais em “mudanças estruturais” e “não pontuais”.

Tanto o SIM, como a Federação Nacional dos Médicos (FNAM), têm “expectativas limitadas para a ronda que de negociações vai começar”.

“O ministério tem de estar disposto a fazer alterações e ou aceita negociar com a ideia de que as carreiras têm de ser revistas, que as remunerações e os horários também, ou não há negociação possível”. Se nada for feito, o dirigente sindical acredita que “os profissionais continuarão a sair do SNS e os utentes ficarão sem alternativa”, disse o presidente da FNAM ao matutino.

Fonte: ZAP

 

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