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Costa: "No dia em que o Governo dependesse do PSD, o Governo acabava"

21-01-2022 - Hermana Cruz

O líder socialista e primeiro-ministro recusou, esta quinta-feira, um acordo de governação com os sociais-democratas, alegando que isso levaria à queda do Governo. "Sempre disse que, no dia em que o Governo dependesse do PSD, o Governo acabava", afirmou António Costa, no debate da TSR/RR/Antena1. Costa prefere governar com maioria absoluta ou "à Guterres".

Chegou atrasado 11 minutos ao debate desta quinta-feira, promovido pelas rádios TSF/RR/Antena 1 com todos os partidos com assento parlamentar e começou logo a atirar-se ao seu adversário mais direto: Rui Rio, o grande ausente mas sempre presente no debate.

O tema era a melhor forma de governação do país. Costa chegou a explicar porque a renovação da geringonça, há dois anos, acabou por falhar. "O que era melhor para o país há dois anos era a continuação da geringonça. O que aconteceu foi resultado do facto de termos honrado a nossa palavra", considerou António Costa, garantindo: "Sempre disse que, no dia em que o Governo dependesse do PSD, o Governo acabava".

Por isso, António Costa prefere duas soluções depois das legislativas. A ideal, a tal da maioria absoluta, palavra que agora procura não usar, optando por a classificar como "uma maioria de bom senso, equilibrada, melhorada". "O país precisa de uma maioria, uma solução certa e segura, responsabilizando quem estiver no Governo", acrescentou o líder socialista.

"A maioria absoluta não é desejada pelos portugueses", garantiu, porém, a porta-voz do PAN, Inês Sousa Real. "As pessoas sabem que as maiorias absolutas são permeáveis aos interesses económicos", acrescentou a coordenadora do BE, Catarina Martins. Já Rui Tavares, do Livre, avisou: "Se houver uma maioria de Direita, estaremos na oposição".

Caso não seja possível essa maioria, António Costa prefere governar "à Guterres", ou seja, negociando matéria a matéria com os partidos com assento parlamentar. "Resultou pacificamente durante quatro anos", vincou o secretário-geral do PS.

Antes, o líder da Iniciativa Liberal (IL), João Cotrim Figueiredo, tinha voltado a acusar António Costa de não dizer aos portugueses porque pede o seu voto, ou seja, como pretende governar o país no caso de não conseguir maioria absoluta. António Costa ainda não tinha chegado ao debate. Mas já estava quando Catarina Martins o desmentiu, garantindo que não foi por causa do Bloco de Esquerda que a geringonça caiu e que, em 2019, o BE até estava disponível para fazer um acordo escrito. O PS é que não quis, deixou claro a coordenadora bloquista. "O BE já votou contra o Orçamento do Estado em 2020. O diálogo é sempre possível com todos mas há limites", contrapôs António Costa, reforçando: "O único partido que votou contra o Orçamento é porque queria eleições".

"O papel passado é mais uma questão de encenação. É uma ilusão", contrapôs, contudo, o dirigente comunista João Oliveira, vincando: "As pessoas pedem entendimentos em função das soluções que precisam. João Oliveira avisou, contudo: "Ninguém está a ver o PCP a participar num governo que vá cortar os salários".

Num debate marcado pela ausência dos líderes do PSD e do Chega, Rui Rio e André Ventura, o alvo de todas as críticas acabou por ser o presidente dos sociais-democratas, que alegou incompatibilidade com a agenda da campanha para participar, uma vez que, esta quinta-feira, estaria em Bragança.

A achega foi introduzida por Inês Sousa Real, que lamentou "quem optou por não estar presente na rádio". E foi apanhado, logo de seguida, por Rui Tavares, do Livre, que tal como a porta-voz do PAN brincou com o facto de as ausências terem permitido um debate mais "paritário", ou seja, com maior equilíbrio entre candidatos femininos e masculinos. Um tom seguido ainda pelo comunista João Oliveira.

Mas as palavras mais duras vieram de António Costa. "Queria saudar todos os que estão presentes e não desertaram de um debate democrático", atirou o secretário-geral do PS.

Durante o debate, partidos como a IL e o CDS-PP defenderam governos mais pequenos e mais eficazes. Para o líder centrista Francisco Rodrigues dos Santos têm que ser "mais curtos e com ministros que realmente existam" e não sobretudo com "amigos".

E António Costa entrou em polémica com Rui Tavares ou garantir que o Livre defende, no seu programa eleitoral, o recurso ao nuclear, no âmbito do processo de reconversão energética. Uma "linha vermelho" para um acordo com o Livre, avisou o líder socialista. "Ora essa!", atirou-se, de imediato, Rui Tavares, pedindo para desmentir: "Vou ter que contrapôs. É errado!". Garantindo não perceber a razão da linha vermelha, o candidato do Livre acusou António Costa de não perceber de novas tecnologias e defendeu, por exemplo, o uso de "fusão nuclear" como sendo seguro e ambiental. "A resposta efetiva são as energias renováveis e ponto final", concluiu António Costa.

Outro momento de alguma crispação verificou-se quando se discutiam as políticas educativas e Francisco Rodrigues dos Santos criticou a "ideologia de género nas escolas", sobretudo por trás da disciplina de Educação e Cidadania, que leva a que alunos como os de Famalicão sejam "perseguidos". "Não sei o que é a ideologia de género. Sei o que é respeito pelas pessoas", atirou, de imediato, Catarina Martins, acusando o líder centristas de recorrer a uma expressão de Jair Bolsonaro e de violar a Constituição, que garante igualdade de tratamento. "Defendo uma escola plural", vincou também Inês Sousa Real.

Já no final, todos os candidatos revelaram oposição a um referendo à eutanásia, embora por motivos diferentes. A esquerda porque quer legalizar a morte medicamente assistida. O CDS-PP porque a quer impedir. Já António Costa aproveitou para uma última achega a Rui Rio, ao concordar com que existe uma sintonia sobre o tema do referendo. "Entre os presentes sim, entre os ausentes não sei", atirou o líder socialista.

Fonte: JN.pt

 

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