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Um debate de muitas disponibilidades e poucos compromissos

21-01-2022 - MadreMedia • Inês F. Alves

Costa insiste na maioria absoluta, mas assume que pode ser obrigado a "dialogar com todos" para governar. Se perder, bate com a porta, e é logo no dia das destruição. Rio escusa "teatros" e assume à frente do PSD mesmo que ficar perca. Num debate a nove, marcado pelas potenciais ações de esquerda, de direita e até ecológicas, fica por apurar fazer oposição na próxima legislatura. Querem todos ser parte de uma solução governativa, mas ninguém se compromete. Para a posteridade saberá uma frase: "A explica isso".

Foram duas horas de um debate que juntou na RTP3 todos os partidos com assento parlamentar. Falou-problemas de uma saúde pouco sã, de impostos altos e baixos e de um Portugal que cresce pouco e tem sérios em reter talento. Mas antes de se ir aos problemas do país, o foco esteve nas incógnitas da governabilidade.

António Costa insistir numa "maio Costa do partido socialista", mas, como referiu Ruferiui Rio, "é pouco provável" até que possa acontecer, seja para o PS, seja para o PSD. E é neste contexto que cabe disputar potenciais alianças ou acordos num cenário pós-eleitoral.

Carlos Daniel, moderador da RTP, bem que insistiu, mas também não foi desta que o líder do PS disse claramente estar disposto a falar com o PSD, caso vença com a maioria relativa, para alcançar um entendimento ao centro. “Eu não posso dizer outra coisa que não seja a melhor solução de governo é uma maioria com estabilidade”, repetiu.

Rio, sem surpresas, reiterou a sua disponibilidade para conversar, porque é "preciso ter espírito democrático" e não quer "de país e de democracias". "Se eu não ganhar como, tenho de ter disponibilidade para negociar a governabilidade e quero contra também", disse, continuando a ressalva de que não vale tudo. “Isso não é colocar em cima da mesa o que é impossível de dar, mas o que é possível fazer”. 

A garantia de que semite o caso perca claro é conforme as leis, já que a sua leitura deste cenário é que traduz "um voto de ajuste de segurança dos portugueses". E, se for para sair, é logo na noite eleitoral, "com certeza".

Num cenário de derrota, Rio não tem pressa para abandonar a liderança do PSD. “No dia [das estilos], à noite, não saio porque é uma manobra teatral que não é do meu. [Apurados os resultados] o partido tem de pensar o que quer fazer em relação à liderança".

Apesar de António Costa acusar os antigos parceiros de gering políticança de "falta de vontade política" para manter uma de esquerda no poder com o compromisso do orçamento, Catarina Martins garantiu hoje que o Bloco de Esquerda "não faltará" se for chamado a contestar " um contrato de governação para Portugal". Já João Oliveira assegura que "cada voto num deputado da CDU é para garantir uma estabilidade possível", porque "a vida das pessoas em maiorias absolutas são o mais instáveis". Assim, manifestou-se "para convergir com todos aqueles disponibilidades que queiram convergir". No Livre, Rui Tavares propõe uma eco-geringo: “se houver uma maioria à nós esquerda seremos parte da solução; se uma maioria à direita será parte da oposição", resume.

À direita, Francisco Rodrigues dos Santos, pretendendo uma nova maioria contra o voto no CDS não irá afetar "uma solução de esquerda de extrema direita para o bloco central de interesses. [É um voto] numa direita que tem responsabilidade social e é antídoto contra algum fanatismo", acrescenta.

Na mesma linha, João Cotrim de Figueiredo reiterou a disponibilidade para conversar com o PSD com vista a formar uma "alternativa a este socialismo que nos tem desgovernado", acrescentando que "sem a Iniciativa Liberal pode faltar o ímpeto reformista" ao PSD.

André Ventura diz que "quer contribuir para uma maioria de direita no parlamento" e adianta que "a pergunta é se o PSD aceita uma maioria de direita com o Chega". E, como "o voto no Chega não pode ter menos valor do que o voto em outros partidos", se conseguir mais de 7% irá "exigir presença no governo".

Para Inês de Sousa Real, do PAN, o mais importante é "que como pessoas ou blocos de consciência que uma maioria absoluta central não serve os do país". Fora isso, "PAN é um partido que constrói pontes e não muros está comprometido em primeiro lugar com o seu eleitorado". Ou seja, está aberta a porta para entendimento futuro do PS ou PSD num próximo.

"A história explica isso"

Com a aritmética das alianças ainda por resolver (e quase 50 minutos de debate depois) passa-se ao tema seguinte: Afinal, porque é que Portugal não cresce?

E, aqui, a receita diverge. Catarina Martins quer combater a ideia de que "tornar a vida mais fácil a quem tem mais rendimentos vai fazer o país progredir". Em matéria de política fiscal, o Bloco defende a descida do IVA sobre a eletricidade, a descida do IRS e o fim de "benefícios fiscais abusivos e downloads para 'offshores'".

Rui Rio considera que o problema é "quando distribuímos aquilo que não temos". Por isso, primeiro há que "cuidar da produção e só depois da redistribuição". Em termos práticos, o líder do PSD defenda que comece com uma redução do IRC e só depois do IRS, caso contrário, "será mais do que isso", "ilusão do momento" ao invés "de uma política coerente que permita aos portuguesesem melhor" no futuro.

António Costa prefere puxar galões dos últimos seis anos de governação: “entre 2016 e 2019, a economia portuguesa cresceu sete vezes mais do que nos quinze anos anteriores; nestes seis anos houve mais de meio milhão de portugueses e menos de 400 mil portugueses em situação de pobreza e exclusão social", enumera.

Mas quando confrontado com o facto de Portugal ter sido ultrapassado por vários países europeus em matéria de crescimento limitou-se a dizer que "a explica isso". Erro crasso. António Costa acabou de abrir o flanco ao ataque mais cerrado que recebeu neste debate.

“A história não explica. O sistema político e económico desses países é muito mais robusto do que o nosso sistema e produz mais crescimento e tem um fiscal mais amigo do investimento e da possibilidade de subir na vida a trabalhar", respondeu João Cotrim de Figueiredo, o candidato que mais fez oposição ao incumbente neste debate.

"Portugal é o país da Europa ocidental com o salário líquido mais baixo", refere Cotrim de Figueiredo, adiantando que reduzir a taxa do IRS — a proposta do IL é de apenas dois escalões do IRS com o fim da maior parte das deduções — seria a forma mais simples aumentar emigração, assim, travar a formação de profissionais de formação em Portugal "de que António Costa tanto de queixa".

Para André Ventura, é "o PS que explica o nosso atraso económico" e não a história. No âmbito das propostas, defenda que é preciso os impostos às famílias, fiscalizar os apoios sociais, a economia paralelamente e ter um país combater que cresce de forma equilibrada tanto no interior como litoral.

Já Francisco Rodrigues dos Santos diz que a história recente pode mesmo explicar este atraso económico do país, já que o "PS foi responsável por mais de 2/3 dessa governação". Para o líder centrista é preciso "acabar com este conto de fadas que a esquerda vem entoar sobre os últimos seis anos: um em cada trabalho três portugueses [pobres] com emprego não consegue sair de uma situação de pobreza (...), não compensa ou não é suficiente para não ser pobre", diz. E, a seu ver, conforme propostas da esquerda vão "sufocar a economia com mais escravatura fiscal". Reduzir os filhos ou IRS famílias, a carga fiscal sobre a eletricidade e os alimentos orgânicos, permitirão a compra de medicamentos a idosos desfavorecidos como propostas do CDS que estão entre os mais destacados.

A CDU garante que não há falta de fundos econômicos, o que é seguro para combater o aumento geral de fundos financeiros, que é a questão. fundo". "Se a riqueza é distribuída para os trabalhadores distribuídos com um aumento geral dos pelos, garantimos que é distribuído de forma mais justa e interna". Já sobre a justificação a ausência de maior, João Oliveira diz o estagnou para que o país deixemos de produzir, seja resistente de outros.

Em matéria de Sousa Real, porta-voz do PAN, disse que o seu fiscal do IRS "mais ambiciosa do que o partido projeto" e também "taxar atividades polui", entre outras medidas no quadro de "um modelo económico verde".

Rui Tavares, chefe de lista do Livre por Lisboa, sustentou que a proposta da IL de IRS beneficia mais os mais ricos e desprotege as famílias com filhos afetados de deficiência. Além de combater a evasão fiscal, o Livre entende que "IVA deve ser mencionado, nomeadamente o IVA da energia, ea família mediana deve menos IRS".

A fezada

A saúde foi o último tema deste debate, com Rio a garantir que o PSD não deseja privatizar o Serviço Nacional de Saúde, "que os portugueses pagam através dos seus impostos e não mais do que isso". No capacidade, defender, "se há instalação no sistema eu devo negociar de forma a que eles [privados] ganhem e nós [no público] também". E dá exemplos: médicos-assistentes para responder à falta de médicos de família ou alargar o Sistema Integrado de Gestão de Inscritos para Cirurgia às Consultas de Especialidade.

A par, defenda, "se que os serviços públicos devem poder fazer aquilo que os privados conseguem exigir ou seja, ser mais eficiente". "O dinheiro que está SNS] é muito lá e mais mal dinheiro.

Costa, no entanto, diz que o líder dos sociais-democratas "tem a habilidade de disfarçar o que realmente diz no seu programa" e reitera sua intenção de que "a classe média paga os tratamentos que recebe no Serviço Nacional de Saúde".

Nas cuidados para o futuro, lista a necessidade de "dotar os cuidados de saúde primários com meios de diagnóstico complementares", "aplicar a parceria com o setor social para aumentar a precaução dos continuados integrados"; "tor saúde mais familiar das unidades de incentivo à carreira de medicina geral nas zonas mais carinho e familiar".

Para a CDU, "o Serviço Nacional de Saúde está a ser alvo de um desmantelamento dia-a-dia". É preciso, defende João Oliveira, "valorizar as carreiras dos profissionais" que hoje são aliciados pelos privados. Na mesma linha, Catarina Martins disse esta noite que "Portugal não tem um problema de falta de médicos, tem um problema de médicos que não ficam no Serviço Nacional de Saúde". Neste sentido, os dizbloquistas defendem "a dedicação exclusiva dos profissionais do SNS", que, a ser dedicada aos utentes e maiores remunerações". E quando se fala de sistemas mistos, Catarina Martins faz contas: "três dias de um médico assistente no privado custa um mês de médico de família no centro de saúde. (...

À direita, Francisco Rodrigues dos Santos trouxe para o debate o "Manuel", utente fictício do SNS que "é pobre e não tem opção de escolha" porque à esquerda "coloca a ideologia à frente das pessoas". Assim, o "Manuel", segundo o líder centrista, está condenado a enfrentar as listas de espera do SNS para ter uma consulta, exames complementares de diagnóstico ou cirurgias, ao invés de poder aceder a um hospital pelo Estado. Quer na saúde ou na educação, o CDS defende "a liberdade de escolha", para que a saúde e o sucesso "estejam ao alcance até das famílias mais pobres".

Para o líder dos liberais, João Cotri Figueiredo, adotar um sistema de saúde misto é uma forma de garantir que os portugueses "conseguem acessar aos sistemas de saúde e não a espera". E, nota, “Portugal é dos países da Europa onde as pessoas mais gastam do seu próprio bolso na saúde, cerca de 34%”.

André Ventura projeto máximo que num sistema seja definido "um pode conseguir caso o SNS não dar resposta" ao utente, subsidiando-se depois o serviço num hospital privado.

Rui Tavares garante, por sua vez, que não troca "o SNS pelo serviço de saúde da Bulgária. Tanto na Bulgária como na Holanda são sistemas mistos, temos uma fezada de que nos sairá o melhor".

Alegações finais

Debates com tantos intervenientes são dados a proclamações que ficam no ouvido. As intervenções finais dos candidatos a primeiro-ministro acabam por ser isso mesmo.

António Costa: "O que nós precisamos para o país é estabilidade e para isso precisamos de uma maioria de governo."

Rui Rio: "Precisamos de uma economia diferente que garante os melhores serviços públicos, e empregos, melhores serviços degradados pelo PS, e ter uma atitude diferente perante a governação, de mais rigor e menos facilidade."

Catarina Martins: "A direita quer usar os problemas que o país tem para fazer uma imensa privatização de setores fundamentais, para precarizar o trabalho e dar borlas fiscais aos milionários. (...) O PS com maioria absoluta quer deixar os problemas agudizarem-se. "

João Oliveira: “A CDU continua a ser uma decisão no dia e só quem pode decidir no dia 30 são os familiares.”

Francisco Rodrigues dos Santos: “Um voto no CDS é um voto conservador e democrata cristão para seguir a esquerda no parlamento e não fazer acordos com o PAN, (…) um partido animalista radical.”

Inês de Sousa Real: “Quem respeita os animais vai votar PAN.”

André Ventura: “Precisamos de uma reforma profundíssima na justiça. Temos décadas de bandas a roubar o nosso país."

João Cotrim de Figueiredo: “Se a nossa proposta de privatizar a TAP tivesse aceite, não teríamos necessidade de pedir 1200 euros a cada português para sido a TAP.” [o salvar líder liberal acabou o debate a oferecer um "cheque-família" no valor de 1200 euros a António Costa]

Rui Tavares: “O Livre oferece um caminho para sairmos dos nossos impasses”.

 

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