Costa sob fogo de "metralhadora" nos fundos e "cinismo" na Galp
24-09-2021 - Carla Soares
Rio diz que líder do PS desmente o que diz como primeiro-ministro e critica "tiros de rajada" com PRR, em vez de "bazuca". Oposição ataca "hipocrisia" nos avisos sobre refinaria de Matosinhos.
António Costa foi o alvo da campanha, da Esquerda à Direita, após afirmações polémicas em Matosinhos , onde prometeu uma "lição exemplar" à Galp, considerando "difícil imaginar tanto disparate, tanta asneira e tanta insensibilidade" como no encerramento da refinaria. Rui Rio acusou-o de se desmentir a si próprio porque "para ele vale tudo para ganhar eleições", e de "mentir à descarada", lembrando afirmações enquanto primeiro-ministro, em maio deste ano. Além disso, o líder do PS esteve debaixo de fogo devido ao Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), com o líder do PSD a dizer que, afinal, Costa não usa a "bazuca" de fundos na campanha, mas dispara com "metralhadora".
"Veio na qualidade de secretário-geral do PS desmentir formalmente o primeiro-ministro António Costa", acusou Rio, sublinhando que, em maio, Costa referiu que o encerramento era "um enorme ganho para a redução de emissões".
Sobre o PRR, Rio explica que "uma bazuca dispara tiro a tiro e Costa dispara de rajada", tratando-se, afinal, de uma "metralhadora". "Mete-se no carro, dá umas rajadas, volta para o carro, sai noutro concelho e dá mais rajadas", acusou, acrescentando que "o primeiro-ministro da metralhadora HK21" tem "prometido sem critério: deve ser um papelinho que lhe põem à frente".
Francisco Rodrigues dos Santos, líder do CDS, diz que não cabe ao primeiro-ministro ser um "papão dos empresários", criticando a sua posição sobre a Galp, quando deu o fecho da refinaria como exemplo de aposta no desafios ambientais.
Jerónimo de Sousa, secretário-geral do PCP, acusou Costa de "carpir mágoas" pelos trabalhadores, porque a "passividade e cooperação" do Governo permitiram o despedimento coletivo. Por isso, "não passam de lágrimas de crocodilo".
"PS PROMETE EMPREGOS"
Além disso, referiu que o PS está a usar o aparelho do Estado, inclusive a "bazuca europeia", para conquistar votos. E disse haver "candidatos do PS com cargos de direção em centros de emprego e formação profissional, serviços de segurança social e outros" a "prometerem apoios e empregos".
Pelo BE, a coordenadora Catarina Martins condena o "exercício de cinismo". E Costa "não pode estar chocado". O Estado "devia ter impedido os despedimentos e quando questionei Costa no Parlamento ele disse que não ia fazer nada", recordou.
Para a porta-voz do PAN, Inês de Sousa Real, o fecho da refinaria deve salvaguardar as questões laborais e ambientais e o PRR não pode ser bandeira eleitoral.
O líder da Iniciativa Liberal, Cotrim Figueiredo, criticou o "radicalismo" de Costa e diz que um responsável político "não pode ameaçar uma empresa", enquanto o líder do Chega, André Ventura, atribuiu às palavras do primeiro-ministro "uma grande hipocrisia".
A Comissão de Trabalhadores da Petrogal reagiu a Costa com "estupefação", "indignação" e "esperança". Para o Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Transformadoras, Energia e Actividades do Ambiente do Norte (Site-Norte) e a Federação Intersindical das Indústrias Metalúrgicas, Química, Farmacêutica, Elétrica, Energia e Minas (Fiequimetal), as "declarações cínicas e fingidas" de Costa "merecem cartão vermelho e condenação nas urnas".
Fonte: JN.pt
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