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Jovens de zonas mais populosas poderão ser vacinados só daqui a uma ou duas semanas

09-07-2021 - Ana Mafalda Inácio

A ordem agora é para acelerar cada vez mais a vacinação. O objetivo é chegar rapidamente à faixa dos 18 aos 29 anos, a que está a ser mais atingida pela infeção desde o início do desconfinamento, e travar a variante Delta. A task force já abriu o processo de vacinação para os jovens a nível nacional, mas há uns que vão ter de esperar mais do que outros, sobretudo os das regiões com maior densidade populacional.

Avacinação dos mais jovens é agora a grande meta a alcançar por ser a faixa etária com maior número de infeções por SARS-CoV-2 desde que se iniciou o desconfinamento em maio, e para travar a variante Delta - cuja origem está associada à Índia e já é considerada de maior grau de transmissibilidade e de maior perigosidade.

Neste momento, Portugal voltou a oscilar entre os mil e os mais de dois mil casos diários na mesma semana, havendo regiões, como a de Lisboa e Vale do Tejo, que já atingiram os mais de 500 casos por 100 mil habitantes e estando já para lá da linha vermelha (240 casos por 100 mil habitantes). Mas é em regiões como as de Lisboa e Vale do Tejo, de grande densidade populacional, onde os mais jovens poderão ter de esperar mais tempo para começarem a ser vacinados.

Segundo explicou ao DN fonte da task force para o planeamento da vacinação contra a covid-19, "tenta-se sempre que haja um equilíbrio entre todas as regiões, mas é normal haver um desfasamento de alguns dias, porque umas têm muito menos população do que outras". Por exemplo, "a região do Alentejo, que já tem as idades mais avançadas todas vacinadas pode ter começado a vacinar já hoje os mais jovens, ao passo que uma região do litoral com grande densidade populacional poderá começar a fazê-lo só daqui a vários dias", sublinhou.

O DN sabe que dentro da cidade de Lisboa há centros de vacinação que ainda estão a chamar pessoas entre os 40 e os 43 anos e que a faixa etária dos 30 vai começar a ser vacinada só no final desta semana e em alguns locais só no final da próxima semana.  Por isto, "é natural que nestas zonas os jovens dos 18 aos 29 só comecem a ser vacinados mais tarde", assumiu a mesma fonte, rejeitando que tal situação tenha a ver com a distribuição de vacinas. Aliás, salienta, "mesmo nas zonas de maior densidade populacional poderá haver centros que começarão a vacinar mais cedo do que outros, porque também depende do tipo de população que estão a servir. No mesmo concelho há freguesias com população mais jovem do que outras, uma que já tenha despachado a faixa etária dos 40 e dos 30 já pode começar a chamar os mais novos, por isso é que se abre o processo a nível nacional e depois cada região e centro de vacinação vai gerindo o seu processo".

Auto agendamento ficará disponível mais tarde

A faixa etária dos 18 aos 29 anos vai começar a ser convocada por SMS ou por uma chamada telefónica dos serviços de saúde, sendo utilizados os contactos disponíveis nos ficheiros das unidades de saúde, quer dos próprios ou dos agregados familiares. Isto porque o auto agendamento ainda não está disponível.

Fonte da task force explicou que tal acontece porque o auto agendamento está a ser feito de forma decrescente. "A convocatória desta faixa etária será feita através do agendamento central, com os utentes a receberem uma mensagem ou um telefonema dos serviços de saúde, mas o auto agendamento irá ficar gradualmente disponível até aos 18 anos".

O auto agendamento para os jovens de 27 e mais anos abriu ontem, daqui a dias abrirá para os de 25, a seguir para os de 23, de 21 e por fim para os de 18 anos. Se por acaso alguém desta faixa etária não for contactado ou não conseguir mais tarde fazer o auto agendamento poderá fazer o que tem sido feito para as outras faixas etárias e para as quais foi criada a Casa Aberta, onde as pessoas ainda não vacinadas nem agendadas se podem dirigir, entre as 17.00 e as 19.00 para tomarem a vacina mesmo sem marcação.

De acordo com o último relatório oficial sobre o balanço da vacinação, cerca de 6% da faixa etária entre os 18 e os 24 anos (49.206 pessoas) já receberam a primeira dose da vacina e 5% (35.621) têm a vacinação completa.

Já há mais de 200 mil infetados nos mais jovens

Neste momento, Portugal tem quase 900 mil infetados e mais de 17 mil óbitos. O boletim diário da Direção-Geral da Saúde dava ontem conta de um total de 890 571 infetados e 17 117 óbitos. Destes, 120 925 integram as faixas etárias dos 20 aos 29 anos, 84 701 a faixa dos 10 aos 19 anos e 50 127 a faixa dos zero aos 9 anos, o que quer dizer que 255 753 dos infetados são dos grupos dos mais jovens.

De acordo com o boletim da DGS, só ontem, e com base nos testes realizados no domingo, foram registados 1483 casos de infeção e cinco óbitos. A nível de internamentos, há 613 pessoas internadas nos hospitais, 23 do que no dia anterior, e do total 136 estão em Unidades de Cuidados Intensivos.

As unidades de saúde ainda não atingiram a linha vermelha, mas com este ritmo de infeção há especialistas que alertam para o facto de poder haver cada vez mais internados e mais óbitos, só que agora de pessoas mais jovens, pois o perfil do internado mudou para "pessoas entre os 20 aos 40 e 50 anos, grupos onde a doença tem evoluído muito rapidamente".

Há especialistas que já defendem que quanto mais tempo os jovens estiverem sem serem vacinados mais hipóteses há de aparecerem novas mutações do vírus. É o mesmo risco que se corre a nível mundial se as vacinas levarem muito tempo a chegar aos países carenciados.

O secretário-geral da Nações Unidas, António Guterres, voltou a pedir este fim de semana aos países mais desenvolvidos que disponibilizem mais vacinas a quem ainda não as tem, tendo em conta que há países, como o Canadá e os Estados Unidos da América, que já começaram a vacinara faixa dos 12 aos 17 anos e países europeus, como Espanha, que também manifestaram a intenção de o fazer. Em Portugal, a DGS continua a analisar a situação, tendo pedido pareceres a comissões de outros países, e sem data para tomar uma decisão.

Neste fim de semana, o coordenador da task force para a vacinação, o vice-almirante Gouveia e Melo, explicou que, por causa variante Delta, a imunidade de grupo só deverá ser alcançada com 85% da população vacinada e não com os 70% que se imaginava inicialmente, mas há especialistas, como o imunologista Santos Rosa, que defendem que esta imunidade só será atingida se as crianças e os adolescentes forem também vacinados.

Fonte: DN.pt

 

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