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Covid-19. Costa reconhece "quebra muito significativa" no SNS

09-10-2020 - João Pedro Henriques

Enfrentando a oposição no Parlamento, António Costa foi confrontado por Rui Rio com a existência de mais de 7100 de óbitos em Portugal neste ano em relação à média dos últimos cinco anos.

“Houve uma quebra muito significativa da atividade assistencial" do Serviço Nacional de Saúde (SNS), reconheceu nesta quarta-feira o primeiro-ministro, num debate no Parlamento, quando confrontado pelo líder do PSD com perguntas sobre uma evolução "dramática" da taxa de mortalidade em Portugal neste ano.

Rui Rio abriu o debate registando a prioridade dada no SNS ao combate à covid-19 e dizendo, de seguida, que "a taxa de mortalidade em Portugal tem evoluído de forma dramática", com mais 7100 óbitos do que a média dos últimos cinco anos, sendo certo que até agora na "pandemia apenas morreram 1930".

Rui Rio atirou para o debate vários números. Segundo disse, "morreram em contexto hospitalar mais 7,8% do que a média", mas também "morreram mais 27% do que a média fora dos hospitais" - ou seja, "o problema está na falta de assistência".

"Autêntica condenação à morte"

Além do mais, "houve menos um milhão de consultas médicas nos hospitais", menos 99 mil cirurgias (menos 24%), das quais seis mil eram cirurgias urgentes que não se fizeram. "O que é que aconteceu a esses portugueses que precisavam de uma cirurgia urgente e não tiveram? Alguns já não devem estar entre nós para percebermos o que aconteceu", disse, aproveitando também para questionar o primeiro-ministro sobre a promessa que fez em tempos de, até ao final de 2017, todos os portugueses terem um médico de família.

Segundo afirmou ainda, há menos exames e menos rastreio de cancro, e, ainda mais grave, aumentam as listas de espera para tratamento, o que é uma "autêntica condenação à morte". Se a evolução continuar a ser a que tem sido, Rio diz que os centros de saúde terão neste ano menos dez milhões de consultas presenciais e a morte em excesso poderá ascender a 13 mil pessoas, das quais 9500 "seguramente não têm a ver com a covid-19".

Costa respondeu alegando um estudo - que se comprometeu enviar a Rio - segundo o qual o excesso de mortalidade não estará relacionado com a concentração do SNS na covid-19 mas antes com "incidência de elevada temperatura" no país.

Quanto à morosidade no SNS, afirma "que entre maio e junho houve recuperação e em agosto de novo uma quebra. De qualquer forma, se compararmos períodos homólogos, em relação a agosto, constatamos que a assistência não foi diferente do que aconteceu em anos anteriores".

Já sobre os médicos de família, o primeiro-ministro reconheceu que admite que "ainda não cumpriu objetivo fixado" - mas adiantando que no próximo dia 10 vão entrar 435 médicos de saúde geral no SNS, continuando esse número a ser aumentado de modo a universalizar totalmente os médicos de família.

Aliás, segundo acrescenta, o Governo mantém-se firme na intenção de acrescentar em dois anos (2020 e 2021) mais 8400 profissionais ao SNS.

Novo modelo de debate

O Parlamento estreia nesta tarde o novo modelo de debates com o Governo aprovado por PS e PSD, em que os partidos questionarão o primeiro-ministro durante cerca de três horas sobre política geral, seguindo-se mais 44 minutos de debate europeu.

No último plenário da anterior sessão legislativa, PS e PSD aprovaram sozinhos o novo Regimento da Assembleia da República que, entre muitas alterações, terminou com o modelo de debates quinzenais com o primeiro-ministro em vigor desde 2008, substituindo-o por debates mensais com o Governo.

O novo modelo prevê que o debate com o Governo se desenvolva em dois formatos alternados: num mês, será com o primeiro-ministro sobre política geral e, no seguinte, sobre política setorial com o ministro da pasta, podendo o chefe do Governo estar ou não presente.

O debate sobre política geral tem uma duração total de 178 minutos (cerca do dobro dos anteriores debates quinzenais), desenvolve-se em duas rondas e não prevê uma intervenção inicial de António Costa, arrancando sempre com perguntas dos partidos.

O fim dos debates quinzenais mereceu a oposição dos restantes partidos e deputados únicos e teve também contestação nas bancadas do PS - votaram contra 28 deputados e cinco abstiveram-se, numa matéria sem disciplina de voto para os socialistas - e do PSD, em que, mesmo com a imposição de disciplina de voto por parte da direção, sete deputados votaram contra.

António Costa já compareceu no Parlamento na atual sessão legislativa para um debate temático (que já existia na anterior versão do Regimento), a pedido do Governo, sobre o plano de recuperação e resiliência, mas o formato assente em intervenções sucessivas causou alguma confusão, com o primeiro-ministro a responder a perguntas dos partidos mais de uma hora depois do arranque da discussão.

Fonte: DN.pt

 

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