Rússia regista primeira vacina contra coronavírus (e filha de Putin já a tomou)
14-08-2020 - Zap
A Rússia tornou-se esta terça-feira o primeiro país do mundo a registar uma vacina contra o novo coronavírus, anunciou o presidente russo, Vladimir Putin, acrescentando que uma das suas filhas já foi inoculada.
“Esta manhã foi registada, pela primeira vez no mundo, uma vacina contra o novo coronavírus”, disse Putin durante uma reunião com membros do governo russo.
De acordo com o chefe de Estado, a vacina russa é “eficaz” e superou todas as provas necessárias assim como permite uma “imunidade estável” face ao covid-19. A vacina foi desenvolvida pelo instituto Gamaleya, em Moscovo, e foi aprovada esta terça-feira pelo Ministério da Saúde russo, depois de dois meses de testes com humanos.
Putin acrescentou que uma das suas duas filhas já recebeu uma dose da vacina e está a sentir-se bem.
As autoridades russas já haviam anunciado que os profissionais de saúde, professores e outros grupos de risco serão os primeiros a serem inoculados .
No entanto, muitos cientistas no país e no estrangeiro questionaram a decisão de registar a vacina antes de os cientistas completarem a chamada Fase 3 do estudo. Essa fase por norma demora vários meses e envolve milhares de pessoas e é a única forma de se provar que a vacina experimental é segura e funciona.
Segundo o Ministério da Saúde da Rússia, esta vacina vai entrar em circulação em 1 de janeiro de 2021. Nas últimas semanas, a Rússia “garantiu” a produção de milhares de doses de vacinas contra o novo coronavírus e “vários milhões” no princípio do próximo ano.
No final de julho, a Rússia disse acreditar que teria a vacina contra o novo coronavírus pronta em agosto. No mesmo mês, foi noticiado que o APT29, um grupo de piratas informáticos com ligações ao Kremlin e a campanhas de hackers sancionadas pela Rússia, está a tentar sabotar o desenvolvimento de uma vacina contra a covid-19 no ocidente. A denúncia foi feita por agências de cibersegurança dos Estados Unidos, Reino Unido e Canadá.
A pandemia de SARS CoV-2 já provocou mais de 733 mil mortos e infetou mais de 20 milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China. Depois de a Europa ter sucedido à China como centro da pandemia em fevereiro, o continente americano é agora o que tem mais casos confirmados e mais mortes.
Com Lusa
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