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Alemanha. Novo pico de infecções atribuído à "negligência" da população

31-07-2020 - Joana Raposo Santos

A pandemia de Covid-19 está a agravar-se na Alemanha e já levanta preocupações sobre uma segunda onda. O presidente do instituto epidemiológico do país considera que o aumento de casos é culpa da "negligência" da população.

"A evolução causa-me a mim e a todos no Instituto Koch grande preocupação", afirmou esta terça-feira Lothar Wieler, presidente do instituto epidemiológico alemão Robert Koch, que tem contabilizado os números do novo coronavírus nesse país.

Apesar de constatar “êxitos” no controlo da pandemia na Alemanha, o responsável alertou que é “preciso respeitar as regras” e constatou que “o aumento [do número de casos] tem a ver com o facto de as pessoas se terem tornado negligentes”.

Essa alegada negligência estará associada ao aumento do contacto entre pessoas em festas, convívios e nos locais de trabalho, pelo que o Instituto Robert Koch apelou a que se cumpram as regras de distanciamento social.

Lothar Wieler acrescentou que não há certezas sobre se o país está ou não a atravessar uma segunda onda de infeções. “Não sabemos se este é o início de uma segunda vaga, mas pode ser. No entanto, continuo convicto de que podemos fazer frente a esta situação se respeitarmos as regras em vigor e que não devem ser questionadas”, realçou.

O número de novos casos na Alemanha quase duplicou esta terça-feira para 633, elevando para mais de 205 mil o total de infeções desde que a pandemia teve início no país – sendo que a maioria (189 mil) já recuperou da doença. Há também mais quatro vítimas mortais nas últimas 24 horas, para um total de 9122.

“Aumento generalizado”

Já no domingo o Instituto Robert Koch tinha alertado para números preocupantes, relatando casos de surtos em empresas de processamento de carnes, instalações para refugiados e requerentes de asilo, lares de idosos e hospitais, assim como em contextos familiares ou eventos religiosos.

Segundo o mesmo instituto, o recente pico de casos afetou muitos dos Estados federais alemães, mas mais de 60 por cento das novas infeções estão localizadas nos Estados da Renânia do Norte-Vestfália, Baviera e Bade-Vurtemberga.

“Não existe um foco central, mas um aumento generalizado. As cadeias de infeção são, assim, mais difíceis de localizar e de interromper”, esclareceu ao Spiegel o virologista Jonas Schmidt-Chanasit, do Instituto de Medicina Tropical Bernhard Nocht.

Para evitar que os números aumentem ainda mais, a Alemanha anunciou na segunda-feira planos para a realização de testes obrigatórios e gratuitos a pessoas que cheguem a território alemão vindas de países de risco elevado.

“Temos de impedir as pessoas que regressam [à Alemanha] de infetarem outras e de criarem novas cadeias de infeção”, considerou o ministro alemão da Saúde, Jens Spahn.

O responsável do Executivo alemão referiu ainda que Berlim vai rever em breve a lista de 130 países que considera de “risco elevado”, entre os quais se encontram a Turquia, o Egipto e os Estados Unidos. Portugal não se encontra, de momento, nessa lista.

“Vai ser uma grande onda”, diz OMS

Ainda esta terça-feira, a Organização Mundial da Saúde criticou a teoria de que o novo coronavírus seja sazonal e apelou à população de países onde o verão fez as temperaturas aumentar que não alivie os cuidados, uma vez que este vírus não se comporta como o da gripe comum.

“As pessoas continuam a pensar em estações. Temos todos de entender que este é um novo vírus e que se comporta de forma diferente”, elucidou Margaret Harris, membro da OMS, numa conferência virtual.

“[A pandemia] vai ser uma grande onda. Vai aumentar e depois vai diminuir um pouco. O melhor que há a fazer é achatá-la e torná-la numa onda na qual apenas consigamos molhar os pés”, afirmou a especialista.

Desde que surgiu pela primeira vez, em dezembro, o novo coronavírus já infetou 16,5 milhões de pessoas em todo o mundo, das quais nove milhões recuperaram e 654 são vítimas mortais.

Fonte: RTP c/ agências

 

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