Edição online quinzenal
 
Sexta-feira 19 de Abril de 2024  
Notícias e Opinião do Concelho de Almeirim de Portugal e do Mundo
 

O que separa negros e brancos nos EUA? E em Portugal?

05-06-2020 - Leonor Riso

Os dados revelam grandes diferenças em Portugal e nos EUA, no que toca à educação e população prisional. No nosso país, ainda está por arrancar o inquérito do INE sobre discriminação racial.

Em 2020, os Estados Unidos estão a travar duas batalhas: a pandemia de Covid-19 e o racismo. Se o novo coronavírus surgiu este ano no país, a discriminação racial e a violência policial são bem mais antigas. Mais de cinco mil pessoas já foram detidas na última semana devido aos protestos nos EUA e pelo menos três pessoas morreram. Lojas e centros comerciais foram saqueados.

Os protestos foram desencadeados pela morte de George Floyd às mãos da polícia. A 25 de maio, Floyd foi detido por ter tentado pagar um maço de tabaco com uma nota que seria falsa. Entre os polícias que responderam à ocorrência, estava Derek Chauvin, que se ajoelhou em cima do pescoço de Floyd durante mais de oito minutos.

Partindo deste caso, o Fórum Económico Mundial compilou vários dados sobre a desigualdade racial recolhidos por várias instituições norte-americanas. Em Portugal, este tipo de dados não é recolhido pelo Instituto Nacional de Estatística nos Censos, a mais extensiva recolha estatística no país. Em 2019, foi aceite no Parlamento a possibilidade de introduzir, nos Censos a realizar em 2021, uma pergunta sobre a origem étnico-racial das pessoas. Porém, o Instituto Nacional de Estatística (INE) recusou mas garantiu que faria um inquérito acerca da discriminação racial. Porém, em fevereiro de 2020, ainda não tinha sido escolhida uma data.

E o que dizem os dados? Nos Estados Unidos, os estudantes negros têm uma probabilidade menor de se licenciarem do que os estudantes brancos. Em 2018, 79% dos estudantes negros acabaram o liceu em comparação com 89% dos colegas brancos. Já em Portugal, uma investigação do CIES-ISCTE de 2016, conduzida pelos investigadores Cristina Roldão e Pedro Abrantes, encontrou sinais de "segregação" e até "racismo institucional" nas escolas e revelou que 80% dos alunos com nacionalidade de um dos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP) seguia para os cursos profissionais no ensino secundário.

Também em Portugal, segundo o jornal Público, um em cada 73 cidadãos dos PALOP com mais de 16 anos está numa prisão. É um número dez vezes maior que o relativo aos cidadãos portugueses: 1 em cada 736 é recluso. Nos EUA, em 2018, havia 1.501 reclusos negros por cada 100 mil adultos negros. É um número cinco vezes maior que o relativo aos brancos.

Quanto à taxa de desemprego, em abril, era de 17% na população negra norte-americana. Quanto aos brancos, ficam pelos 14%. E se em média, em 2018, um branco ganhava 916 dólares por semana caso trabalhasse a tempo inteiro, um negro ganhava 694 dólares.

Nos EUA, 41% da população negra é proprietária da sua casa, comparada com 72% da população branca.

Quanto à Covid-19, os dados até ao fim de maio indicavam que a taxa de mortalidade entre a população afro-americana era 2.4 vezes mais alta que a entre a população branca.

Fonte: Sábado.pt

 

Voltar 


Subscreva a nossa News Letter
CONTACTOS
COLABORADORES
 
Eduardo Milheiro
Coordenador
Marta Milheiro
   
© O Notícias de Almeirim : All rights reserved - Site optimizado para 1024x768 e Internet Explorer 5.0 ou superior e Google Chrome