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George Floyd morreu devido a asfixia, revela autópsia independente

05-06-2020 - Lusa

A autópsia pedida pela família de George Floyd revelou que o afro-americano morreu de asfixia devido à compressão do pescoço e das costas quando um polícia de Minneapolis o pressionou contra o chão com o joelho.

A informação revelada pelo advogado da família, Ben Crump, segundo o qual existem, na perícia solicitada a uma entidade independente, sinais de que a compressão cortou o fluxo sanguíneo para o cérebro de George Floyd e o peso nas costas dificultou a respiração.

George Floyd, um afro-americano de 46 anos, morreu na noite de dia 25 de maio, na cidade norte-americana de Minneapolis, após uma intervenção policial violenta, cujas imagens foram divulgadas através da Internet.

Num vídeo filmado por transeuntes e divulgado nas redes sociais, é possível ver um dos agentes, Derek Chauvin, pressionar o pescoço de Floyd com o joelho durante vários minutos. No mesmo vídeo, vê-se Floyd a dizer ao polícia que não consegue respirar.

O advogado pediu que a acusação de homicídio em terceiro grau contra o agente Derek Chauvin fosse agravada para homicídio em primeiro grau e que três outros agentes fossem acusados, escreve a agência Lusa.

Os resultados da autópsia pedida pela família, por não confiarem nas autoridades locais, diferem da autópsia oficial descrita na queixa criminal contra o agente Derek Chauvin.

As conclusões dessa primeira perícia apontavam para a morte devido a um conjunto de fatores, como o facto de Floyd ter estado imobilizado, associado a problemas de saúde da vítima e a potenciais elementos tóxicos no organismo.

Nesta autópsia oficial não foram encontradas evidências físicas que “sustentem um diagnóstico de asfixia traumática ou estrangulamento”.

A autópsia oficial revelada na semana passada não avançou pormenores sobre substâncias tóxicas e os resultados toxicológicos podem demorar semanas.

Floyd foi detido por suspeita de ter tentado pagar com uma nota falsa de 20 dólares num supermercado. Na chamada para o 911 (número de emergência), que alertou a polícia, a pessoa que ligou descreveu o homem como suspeito de pagar com dinheiro falso e “muito bêbedo, sem controlo sobre si próprio”.

Mortes e protestos continuam

Desde a morte de George Floyd, várias cidades norte-americanas, incluindo Washington e Nova Iorque, têm sido palco de manifestações, com os protestos a resultarem frequentemente em confrontos com a polícia, tendo-se registado pelo menos três mortes.

Segundo a agência Associated Press, pelo menos 5.600 pessoas foram detidas nos Estados Unidos desde o início dos protestos.

De acordo com o semanário Expresso, as detenções tiveram lugar sobretudo em cidades em que as manifestações se tornaram mais violentas e num momento em que a polícia e os governadores são instados pelo Presidente norte-americano, Donald Trump, a endurecer as ações para reprimir os protestos.

Nesta segunda-feira, o Presidente dos Estados Unidos ridicularizou alguns governadores estaduais por serem “fracos” e exigiu-lhes que tomem medidas duras contra os manifestantes, após mais uma noite de violência em diversas cidades.

Donald Trump conversou com os governadores – numa videoconferência em que também estiveram presentes autoridades policiais e militares – dizendo-lhes que “precisam de ser muito mais duros” em relação às manifestações de protesto violentas.

Biden acusa Trump por usar militares

Também nesta segunda-feira, o candidato democrata à Casa Branca, Joe Biden, acusou Donald Trump, de usar as forças armadas “contra os norte-americanos” e gás lacrimogéneo contra “manifestantes pacíficos”.

“Está a usar as forças armadas dos Estados Unidos contra os norte-americanos. Está a usar gás lacrimogéneo contra manifestantes pacíficos e a disparar balas de borracha. Para uma fotografia”, publicou o ex-vice-Presidente no Twitter, após a visita surpresa de Trump a uma igreja icónica junto à Casa Branca, durante protestos por causa da morte do afro-americano George Floyd às mãos da polícia, há uma semana, em Minneapolis.

Antes, Biden prometera lidar com o “racismo institucional” nos primeiros 100 dias do seu mandato se for eleito Presidente em novembro.

Biden reuniu com cerca de uma dúzia de líderes afro-americanos em Wilmington, Delaware, antes de partir para Los Angeles, Atlanta, Chicago e St. Paul, onde se encontrará com os autarcas destas cidades particularmente fustigadas por ações de violência ligadas às manifestações de protesto contra a morte de Floyd.

“O ódio simplesmente não se esconde. Não desaparece. Quando alguém no poder que respira oxigénio para o ódio debaixo de pedras, o ódio emerge das pedras”, disse Biden no encontro com os líderes negros, repetindo críticas a Trump, que acusa de instigar à violência com mensagens no Twitter.

Se for eleito, Biden diz que procurará soluções para o “racismo institucional” e prometeu criar um órgão de supervisão policial logo nos primeiros dias do mandato.

Irmão de Floyd apela à paz

O irmão de George Floyd apelou nesta segunda-feira para a paz nas ruas, dizendo que a destruição não vai trazer o seu familiar de volta. O pedido é feito quando os Estados Unidos estão a enfrentar protestos violentos em diversas cidades devido à morte de Floyd.

“Vamos lá mudar, pessoal. Façam isto pacificamente, por favor”, disse Terrence Floyd, tendo exortado os presentes a porem termo à violência e a usarem o seu poder nas urnas.

Em resposta, a multidão gritou “Qual é o nome dele? George Floyd” e “Um já foi, faltam três”, numa referência aos quatro agentes da polícia envolvidos na prisão de Floyd.

“Se eu não estou aqui a estragar a minha comunidade, então o que estão todos a fazer?”, questionou. “Vocês não estão a fazer nada, porque isso não vai trazer o meu irmão de volta”, acrescentou ainda Terrence Floyd.

Lusa

 

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