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Direita francesa vai definir seu candidato. Sarkozy está fora.

25-11-2016 - Flavio Aguiar

Nicolás Sarkozy ficou num melancólico terceiro lugar, com 21% dos votos. Este resultado significará, provavelmente, o fim de sua carreira política.

Pela primeira vez a direita francesa realizou uma eleição primária, no estilo norte-americano, para definir sua candidatura à presidência no próximo ano. O primeiro turno se realizou no domingo passado, 20.11. Como nenhum pré-candidato alcançou 50% 1 dos votos, haverá um segundo turno no próximo domingo, 27.

O primeiro turno trouxe algumas surpresas. Nicolás Sarkozy, o ex-presidente, ficou num melancólico terceiro lugar, com 21% dos votos, e está fora do segundo turno. Este resultado significará, provavelmente, o fim de sua carreira política.

Alain Juppé, que foi ministro de Sarkozy, e era o favorito, ficou em segundo lugar, com 28% dos votos. E François Fillon, o azarão, que foi primeiro-ministro de Sarkozy (apesar do regime presidencialista, a França tem um primeiro-ministro), ficou em primeiro, com 44% da votação. É agora o novo favorito, tendo já ganho o apoio do próprio Sarkozy. A votação era aberta a quem quisesse participar, bastando pagar a quantia de dois euros.

Fillon representa um setor mais à direita do que Juppé, dentro do espectro político do partido Les Republicains, novo nome da antiga Union pour un Mouvement Populaire. A pergunta que se coloca agora é se a eliminação de Sarkozy, no plano geral da futura eleição, favorece ou não a candidata Marine Le Pen, da Front Nationale, de extrema-direita, fortalecida e animada pela vitória de Trump nos Estados Unidos e do Brexit no Reino Unido. Se dependesse das pesquisas de opinião de hoje, Marine Le Pen estaria seguramente no segundo turno. Provavelmente Fillon será seu adversário a, caso confirme sua candidatura no segundo turno.

A esquerda parece ser carta fora do baralho. O Partido Socialista está dividido e desacreditado. François Hollande, o atual presidente, nem definiu ainda se vai se candidatar à reeleição, tamanho é seu desprestígio. Os partidos mais à esquerda não têm candidaturas relevantes, pelo menos de momento, em termos de passar a um segundo turno. O quadro atual, bastante desanimador para a esquerda, é mesmo de ascensão eleitoral das forças de direita em quase toda a Europa e no mundo, do Japão ao Alasca e à Patagônia.

P. S. - Na Alemanha, durante o fim-de-semana, a chanceler Angela Merkel confirmou que pretende concorrer a um quarto mandato no ano que vem, em setembro. Seu partido, a União Democrata Cristã, nano tem outro nome de peso para disputar o cargo. Durante algum tempo falou-se na candidatura de Horst Seehofer, chanceler do estado da Baviera, pela União Social Cristã, homóloga da CDU (esta é a sigla em alemão) de Merkel. Apesar de manter um prestígio forte no país, Merkel viu seu declínio em função das críticas à sua política de abertura em relação aos refugiados, o que favoreceria Seehofer, mais conservador neste e em outros temas. Mas na verdade ele não tem carisma nacional.

A atual coalizão de governo (CDU CSU SPD, o Partido Social-Democrata) definiu a candidatura do atual ministro de Relações Exteriores, Frank-Walter Steinmeier como candidato à presidência, para suceder a Joachim Gauck. Steinmeier terá o apoio dos Verdes, enquanto a Linke deverá lançar candidatura própria, de caráter simbólico. O presidente é eleito numa sessão conjunta do Parlamento Federal, o Bundestag, e do Bundesrat, Conselho Federal, um corpo de delegados de cada província ou cidade-estado do país, cujo número é definido pelo número de eleitores de casa seção, num mínimo de três e máximo de seis.

Se a eleição nacional fosse hoje, segundo as pesquisas de opinião, a CDU/CSU teria algo entre 30 e 35% dos votos. O SPD ganharia em torno de 23%, e o novo partido de extrema-direita, Alternative für Deutschland (AfD) ficaria com cerca de 12%, integrando o Bundestag pela primeira vez e podendo se tornar a terceira força na política alemã.

 

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